Em um ano, as terras da SLC Agrícola se valorizaram 15,6%, atingindo R$ 13,3 bilhões ao final de junho. na mesma data, em 2024, a consultoria Deloitte avaliou as terras da gigante agrícola em R$ 11,5 bilhões.

Os novos números foram divulgados por meio de um fato relevante publicado pela empresa na CVM. No documento, a SLC ainda afirmou que o valor atual do hectare médio agricultável das propriedades da companhia corresponde à R$ 58.960. No levantamento de 2024, o valor médio do hectare estava em R$ 57,5 mil, o que repsenta um aumento de 2% na comparação anual.

A empresa entrou na safra 2025/2026 com 837 mil hectares, já considerando as aquisições feitas no início deste ano, como Agrícola Xingu e também da Sierentz. O mix ficará em 38% de áreas próprias e o restante arrendado, mostrando a estratégia asset light da companhia.

Na Bolsa, a SLC Agrícola está avaliada (market value) em R$ 8 bilhões, ou seja, o preço das terras é 62% maior do que a avaliação do mercado a respeito de toda a empresa.

O avanço de 15,6% no preço das terras considera apenas a valorização bruta medida pela Deloitte.

A SLC ponderou que, se considerasse o valor pago nas novas aquisições feitas em 2025 (como a Agrícola Xingu), a valorização “ajustada” do portfólio seria de 7,1%, com base em um cálculo mais conservador que evita superestimar o ganho real em relação ao ano anterior.

A SLC anunciou em março que adquiriu 39,9 mil hectares da Fazenda Paladino, localizada em São Desidério, na Bahia, e 7,8 mil hectares da Fazenda Pamplona, em Unaí, Minas Gerais.

Ambas faziam parte da Agrícola Xingu. A SLC já arrendava as áreas da primeira fazenda e operava outros 7,3 mil hectares na segunda antes da aquisição.

O valor anunciado da transação foi de R$ 913 milhões, sendo R$ 723 milhões pela área baiana e R$ 190 milhões pela área mineira.

Com isso, o valor líquido dos ativos totais da SLC é de R$ 14,6 bilhões. O montante soma, além das terras, infraestrutura, contas a receber, estoques, ativos biológicos e caixa ao mesmo tempo que subtrai dívidas com fornecedores, contas a vencer e uma dívida bruta com operações de derivativos.

Projeções para a safra que se encerrou

Em outro documento, a companhia atualizou os investidores a respeito das projeções de produtividade para a safra 2024/2025, que oficialmente se encerrou no último dia de junho.

De acordo com a SLC, a produtividade do algodão em pluma de primeira safra deve ficar em 1,8 tonelada por hectare, uma baixa de 7,5% frente ao estimado no início da temporada. Para a mesma commodity, só que cultivada na segunda safra, há expectativa de um crescimento de 9,7%, para 2 toneladas por hectare.

O caroço de algodão deve crescer 1,4% frente o orçado, para 2,4 toneladas por hectare, e o milho de segunda safra deve apresentar produtividade de 7,9 toneladas por hectare, algo próximo a 130 sacas de 60 quilos por hectare e 5,1% acima do projetado pela própria empresa.

Na soja, a produtividade média esperada pela SLC é de 3,9 toneladas por hectare, algo próximo a 60 sacas de soja por hectare, em linha com o esperado.

A empresa também divulgou a posição de hedge cambial e de commodities para a safra que se iniciou, 2025/26, indicando um dólar travado acima de R$ 6 na soja e no algodão.

A empresa ainda anunciou que planeja ampliar sua área irrigada, com atenção especial às fazendas da Bahia. Atualmente, a SLC irriga 16,02 mil hectares, e projeta alcançar 53,1 mil hectares nos próximos anos.

“A irrigação vai contribuir para mitigar riscos climáticos, maximizar o uso da terra com a produção em segunda-safra”, pontuou a empresa no fato relevante.

Resumo

  • Em avaliação feita pela Deloitte, valor de terras da SLC saltou de R$ 11,5 bilhões para R$ 13,3 bilhões em um ano, alta de 15,6%
  • Valor do hectare médio agricultável das propriedades ficou em R$ 58.960. No levantamento de 2024, estava em R$ 57,5 mil
  • A empresa entrou na safra 2025/2026 com 837 mil hectares, já considerando as aquisições feitas no início deste ano, como Agrícola Xingu e também da Sierentz