A Cerradinho Bioenergia anunciou a expansão da usina produtora de milho da Neomille, em Chapadão do Céu (GO).
Serão investidos R$ 140 milhões para ampliar em 30% o processamento, para 1,2 milhão de toneladas de milho anualmente, em linha com o que havia antecipado em março, ao AgFeed, o diretor presidente da companhia, Renato Pretti.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 22 de agosto, Pretti classificou o projeto como “bem competitivo” e citou os motivos. “Pelo aporte ser significativamente menor do que outros projetos do mesmo segmento; pela nossa capacidade de executarmos essa obra rapidamente, com previsão de start up para agosto de 2026; e, ainda, por todas as sinergias que temos com os ativos atuais, competências de operação desta planta e atuação na região”, informou.

Em entrevista em março ao AgFeed, Pretti admitiu que mesmo após duas expansões realizadas em de 2024 - uma usina de açúcar em Chapadão do Céu e uma de etanol em Maracaju (MS) - um novo ciclo de crescimento da companhia poderia ser feito, mas grandes aportes seriam freados pelo cenário de juros no País.

As expansões seriam justamente nas plantas de etanol de milho. Os projetos já estavam bem estruturados, com engenharia pronta, licenças ambientais emitidas e em unidades já existentes com nível de maturidade relevante, segundo o executivo da Cerradinho Bioenergia.

Uma das primeiras companhias a vislumbrar o potencial do milho para a produção de etanol no Centro-Oeste, a Cerradinho Bioenergia é a terceira maior produtora nacional do biocombustível a partir do cereal. Atualmente, tem capacidade de processar 610 mil toneladas do grão por ano em Maracaju e 860 mil toneladas em Chapadão do Céu.

Com os projetos de expansão, a unidade sul-mato-grossense cresceria para um processamento de 1,4 milhão de toneladas. Já a usina de Goiás, como confirmado agora, chegará a 1,2 milhão de toneladas.

A unidade Chapadão do Céu já havia recebido R$ 289 milhões de investimento para a construção da fábrica de açúcar, inaugurada em meados do ano passado, com capacidade de produção de 500 mil toneladas por safra. A usina, que produzia só etanol de cana, agora é capaz de ter 70% dessa matéria-prima destinada ao açúcar e 30% ao álcool.

Em seu último balanço, no primeiro trimestre da safra 2025/2026, a Cerradinho Bioenergia reportou lucro líquido de R$ 72,4 milhões, revertendo prejuízo de R$ 149 mil em igual período do ciclo anterior.

Segundo a companhia, o desempenho foi impulsionado pelo início da produção de açúcar e pela maior receita de etanol de milho, que compensaram a queda na moagem de cana-de-açúcar.

A receita líquida consolidada atingiu R$ 1,02 bilhão, alta de 52% na comparação anual. A maior contribuição veio do etanol de milho, com avanço de 54,8%, para R$ 480 milhões, e da nova operação de açúcar, que já adicionou R$ 222,8 milhões.

No campo operacional, a moagem de cana caiu 9,8%, para 1,7 milhão de toneladas, afetada por condições climáticas adversas, com chuva em excesso, enquanto a moagem de milho subiu 4,3%, para 379 mil toneladas.

A produção total de etanol recuou 28,5%, para 226 milhões de litros, mas a de açúcar somou 118 mil toneladas. A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda caiu para 1,57 vez em junho de 2025, contra 2,89 vezes um ano antes.

Resumo

  • A Cerradinho Bioenergia anunciou a expansão da usina de milho da Neomille, em Chapadão do Céu (GO), com investimento de R$ 140 milhões, como havia antecipado o AgFeed.
  • O projeto elevará a capacidade de processamento em 30%, para 1,2 milhão de toneladas anuais, com início previsto para agosto de 2026 .