Los Banos (Califórnia/EUA) – Um dos maiores grupos agrícolas da Califórnia, nos Estados Unidos, o Bowles Farming, conhecido por usar práticas sustentáveis, adotou uma nova tecnologia em suas lavouras: robôs movidos à energia solar e com Inteligência Artificial (IA) capazes de combater as plantas daninhas.
A tecnologia foi desenvolvida pela startup Aigen, fundada por dois jovens empreendedores, Richard Wurden e Kenny Lee, que garantem não ter objetivos essencialmente financeiros para tocar o projeto.
Eles dizem que resolveram apostar em negócios que causem “impacto positivo”, do ponto de vista ambiental, social e principalmente pensando em questões relacionadas à saúde.
Foi justamente este apelo que acabou ajudando a Aigen a conquistar uma espécie de “prêmio”. A startup foi uma das selecionadas no programa Compute for Climate Fellowship, um financiamento de pesquisa e desenvolvimento para startups que desenvolvam tecnologias inovadoras que ajudem a enfrentar a crise climática.
O programa é uma iniciativa da AWS, Amazon Web Service, braço da empresa de Jeff Bezos conhecida por ser uma grande plataforma global de computação em nível, um recurso essencial para diferentes empresas, inclusive para as startups.
O AgFeed foi o único veículo do Brasil e um dos três de todo o mundo convidados pela AWS para ver de perto o robô Element - desenvolvido pela Aigen - que agora já trabalha para combater plantas daninhas nas plantações de algodão orgânico do Bowles Farming, em Los Banos, na Califórnia, a 130km da “capital” do Vale do Silício, San Jose, região onde também estão as sedes de grandes companhias de tecnologia, como Google e Apple.
É um trajeto tranquilo, repleto de paisagens marcantes e propriedades rurais que, no caso da California, têm mais foco em produtos como frutas, hortaliças e até feno, que garante a alimentação dos animais no inverno.
As fazendas da Bowles Farming totalizam 11 mil acres – cerca de 4,5 mil hectares – e produzem 26 culturas diferentes que incluem, por exemplo, tomates, melancias, amêndoas, pistache, café e algodão.
O “rancho” da Bowles que visitamos tem cerca de 80 hectares dedicados exclusivamente a lavouras orgânicas. Lá o robô desenvolvido pela Aigen poderá fazer toda a diferença, à medida que não é possível contar com agroquímicos para combater plantas daninhas e a falta de mão de obra é a palavra repetida milhares de vezes como um dos maiores problemas da agricultura americana, atualmente.
O robô que sabe “capinar”
Um dos fundadores da Aigen é o americano Richard Wurden, um engenheiro mecânico que trabalhou 5 anos na Tesla e é filho de uma família de fazendeiros do estado de Minnesota, que cultiva trigo, sorgo e soja.
“Eu contei aos meus parentes que estávamos desenvolvendo essas plataformas de coleta de dados. Eles disseram: ‘Olha, temos drones, mas eles só ficam parados no galpão. O que precisamos mesmo é resolver o problema do controle de plantas daninhas’. E foi aí que tudo começou”, contou Wurden.
Ele traçou como objetivo criar uma solução que conseguisse capinar, ou seja, retirar mecanicamente o que algum trabalhador rural faria de forma manual, com eficiência, “para realmente competir com os produtos químicos no longo prazo”.
“Os químicos não estão mais funcionando. Nosso objetivo não é substituir a mão de obra. Nosso objetivo é substituir os produtos químicos”, ressaltou Richard.
Ele diz ter observado a rápida transformação do setor automotivo em direção ao elétrico, na época que estava na Tesla, mas entende que na agricultura a inovação parece estar ocorrendo de forma mais lenta.
Uma das prioridades foi desenvolver o robô, desde o início, movido à energia solar. “Além de ser mais eficiente, é melhor para o meio ambiente, e também é super acessível, porque você não está pagando pelo diesel, que é caríssimo”, ressaltou.
Outra grande motivação, segundo ele, foi a saúde. Wurden tem diabetes tipo 1, diz que seu pâncreas “parou de funcionar quando tinha 15 anos”.
“Há estudos que mostram que quem consome alimentos com pesticidas tem 61% mais chance de desenvolver diabetes tipo 1 ou tipo 2”, mencionou.
O CEO da Aigen, o sul-coreano Kenny Lee, que fundou a startup junto com Wurden, também se identifica com os argumentos do sócio. Ele teve linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer do sistema linfático. Ambos acreditam que diversas doenças estão relacionadas ao uso de agroquímicos.
“Hoje, aqui nos EUA, cerca de 99% das terras são cultivadas de forma convencional — usando químicos. Mas nenhum agricultor com quem já conversamos disse: ‘Eu amo os produtos químicos. Ninguém fala isso’. Eles usam porque é uma ferramenta que funciona, é eficaz e é a mais barata que têm”, afirmou Kenny Lee.
Se hoje a saída para combater as plantas invasoras se restringem ou a químicos ou ao trabalho manual, os dois sócios foram buscar na robótica e na IA uma terceira via.
“Há uma escassez enorme de mão de obra hoje. Está em todos os noticiários. Se você acha que capinar é algo que humanos deveriam fazer, passe duas horas no campo capinando e você vai entender por que isso precisa ser automatizado. Nossa visão é pegar essas mesmas pessoas que hoje estão no campo, capacitar elas e, em vez de estarem sob o sol capinando, colocá-las em locais confortáveis, como uma tenda ou trailer com telas, controlando uma frota de robôs”, disse o CEO.
Richard Wurden contou ao AgFeed que, logo no início, buscavam apenas um sistema de coleta de dados mais eficiente para os agricultores, usando energia solar. Mas viram que estavam criando uma solução para um problema que não existia, que os agricultores não estavam dispostos a pagar.
Ao ouvir os produtores, descobriram que o controle de plantas daninhas e os custos dos insumos (inclusive combustível) estavam no topo das preocupações nas fazendas.
Quando chegaram à primeira versão do robô, batizado de Element, inicialmente testaram nas plantações de beterraba açucareira, em áreas dos estados de Dakota do Norte e Minnesota. Foram produzidos 50 robôs.
Os equipamentos se movimentam sozinhos (podem ser pré programados para isso) ou podem ser conduzidos por uma espécie de controle remoto. A estrutura tem “rodinhas” que se movem somente nas linhas, entre as fileiras de cada cultivo. Ao passar por cima das plantações (sem tocar), as câmeras vão captando imagens e analisando, para identificar se há planta daninha e onde elas estão.
Quanto mais lavouras percorrem, mais “inteligentes” nesta identificação os robôs ficam. Eles também são conectados a modelos de IA generativa, por exemplo, que podem fornecer ainda mais informação para o diagnóstico.
O trabalho não se restringe ao diagnóstico e ao armazenamento de dados. A parte curiosa do sistema é que o robô possui pequenos “braços”, como se fossem “mini enxadas”, que, ao identificar a planta invasora, imediatamente “arrancam” cada uma delas, desde que, claro, estejam ainda pequenas, recém nascendo.
O fato de ter uma visão integrada à IA permite eliminar ervas daninhas com impactos mais precisos no solo.
O robô da Aigen chegou agora na segunda geração, o Element gen2, que foi atualizado com base em mais de 10 mil horas de experiência agrícola real, com design mais amplo e alto, permitindo a operação em lavouras de algodão.
Foi o que presenciou o AgFeed em Los Banos, quando o robô percorreu as fileiras de cultivo orgânico da pluma, na Bowles Farming, para eliminar as plantas daninhas.
“A segunda geração é cerca de 50% mais potente. Tem um painel solar de 350 watts, contra 250 watts na versão anterior. Tem três braços, em vez de dois. E também câmeras com detecção de profundidade, que permitem detectar variações nos sulcos”, explicou Wurden, que além de fundador é CTO da Aigen.
O executivo diz que o custo com o uso de herbicidas em uma lavoura de algodão estaria em torno de US$ 100 por acre (ou US$ 40 por hectare)
“Atualmente, somos um pouco mais caros que isso, mas nosso objetivo é ficar mais baratos que os pesticidas dentro de dois anos”, previu ele. A expectativa é de que em breve uma única pessoa consiga gerenciar 40 robôs.
Para o agricultor que quiser adquirir o robô, o preço unitário é de US$ 50 mil. Até o momento já foram comercializados pela Aigen cerca de 35 robôs. A meta para 2026 é vender mais de 100 unidades.
O CEO Kenny Lee explica que, dependendo da região, o modelo de negócio será baseado na prestação de serviço e não na venda direta do equipamento. No meio-oeste americano, por exemplo, agricultores enfrentam problemas ainda mais grave de falta de mão de obra, por isso preferem que alguém preste este serviço para eles.
O valor que será cobrado, no entanto, ainda está sendo definido, porque depende de vários fatores, como o nível de infestação, que numa lavoura de orgânicos, por exemplo, costuma ser bem maior.
“Nosso limite hoje é o número de robôs que conseguimos fabricar, o que demanda tempo e dinheiro. A meta é produzir cerca de 140 unidades no próximo ano e gerar cerca de US$ 7 milhões em receita com esses robôs”, disse Lee.
Desde que foi criada, a Aigen já fez uma rodada de captação, levantando US$ 19 milhões. “Temos alguns dos melhores fundos de venture capital do mundo nos apoiando. O principal é o NEA (New Enterprise Associates), que é líder global em investimentos de risco”.
Uma nova rodada está aberta. Kenny Lee disse ao AgFeed que a expectativa é captar US$ 10 milhões.
A empresa tem planos de construir uma fábrica, futuramente. Hoje nos equipamentos são montados nos Estados Unidos, mas há componentes que vêm de diversos países.
O papel da AWS
A AWS não investe recursos diretamente na Aigen, mas dá suporte, por exemplo, ao disponibilizar o espaço na nuvem – algo que costuma ser muito caro para agtechs, além de ajudar a promover a empresa, o que poderá ajudar na captação de recursos e no crescimento da startup.
“A Aigen se inscreveu na segunda edição do fellowship e ficamos super impressionados com eles, então foram aceitos. Como parte da fellowship, concedemos um “grant” (subvenção) na forma de créditos em nuvem da AWS, que financiaram o desenvolvimento da tecnologia do projeto”, contou Lisbeth Kaufman, chefe de desenvolvimento de negócios de startups de tecnologia climática na AWS, em entrevista ao AgFeed durante a visita à fazenda.
Ela diz que, além da computação em nuvem, o projeto também envolve especialistas da AWS e de parceiros para proporcionar visibilidade para a startup, como a própria visita à lavoura.
No ano passado, quando a Aigen entrou no programa, foram ao todo 8 startups selecionadas. Em 2025, a previsão é de que 23 sejam anunciadas como contempladas, mas o prazo de inscrições já está encerrado.
A Aigen já usava os serviços da AWS antes, mas se inscreveu no programa de parceria, que dura de três a quatro meses.
“A Aigen tinha seus robôs e modelos de IA bem impressionantes. O projeto conosco era acelerar o treinamento desses modelos. Eles usaram o SageMaker, da AWS, e outros serviços para acelerar, primeiro, o processo de rotulagem dos dados, que antes era muito manual e levava horas. Conseguiram acelerar isso em 20 vezes”, explicou Kaufman.
Os modelos de IA também foram acelerados em 30 vezes, segundo a executiva, o que permitiu, por exemplo, adaptar os robôs para outras culturas agrícolas de forma bem mais rápida e eficaz.
“Eles começaram com beterraba e soja, depois foram para algodão. Um dos agricultores perguntou se podiam trabalhar com tomate e, como o treinamento foi acelerado, conseguiram rapidamente avançar com essa nova cultura. Isso permitiu fechar mais negócios”, disse.
O programa de tecnologia climática foi aberto em nível global, com inscrições em 60 países. A executiva da AWS acredita que haverá uma participação crescente de startups ligadas ao setor agrícola.
“Agtech é uma área muito promissora dentro da climate tech. A agricultura emite muitos gases de efeito estufa, há muito desperdício — então há espaço para melhorias”, ressaltou.
Recentemente, Lisbeth Kaufman visitou uma das empresas participantes do programa da AWS próximo à Londres e ficou também entusiasmada.
“Eles têm uma plataforma de IA construída com nosso apoio. Essa IA identifica novos traços genéticos desejáveis nas plantas, depois usam CRISPR para inserir essas características e cultivam as plantas em laboratório e estufas, para validar os resultados”, descreve.
Um dos feitos da empresa teria sido uma nova variedade de tomate, de tamanho menor, que consome menos água, mas que produz 400 vezes mais. “Antigamente isso levaria anos ou décadas com o melhoramento genético tradicional. Com IA, conseguiram em semanas”.
No programa liderado por Lisbeth Kaufman, até hoje não entraram startups ou agtechs da América Latina. “Ainda não, mas queremos muito. Gostaria até de fazer um apelo para que mais startups brasileiras se inscrevam no programa”, destacou.
Para quem leu até aqui e está interessado, vale anotar algumas dicas que a Lisbeth passou ao AgFeed:
- É necessário ser uma startup fundada há no máximo 10 anos e estar desenvolvendo tecnologia com necessidade de nuvem AWS.
- É preciso também ter sido financiada por investidores de venture capital ou ter planos de levantar capital.
Além disso, ela diz que são avaliadas questões como impacto climático e ambiental: (como a startup contribui para melhorar o planeta?), proposta de valor para o cliente (se ajuda a economizar, lucrar mais, resolver um problema real) e também a qualidade da equipe fundadora, que precisa ter experiência e capacidade de execução.
“A Aigen, por exemplo, ajuda seus clientes com um problema que antes não tinha solução — resistência de ervas daninhas aos pesticidas — e ainda economiza dinheiro para eles”, afirma.
A executiva da AWS diz que concorda com uma afirmação de Kenny Lee de que o setor agtech tem sido “subinvestido”.
“Quando olhamos para o ecossistema de climate tech, vemos que outras áreas recebem muito mais recursos. Mas há uma enorme oportunidade. E é algo crítico: o mundo precisa de alimentos. E conforme a crise climática piora, a produção de alimentos será cada vez mais afetada”.
Para o CEO da Aigen, a parceria com a AWS é fundamental. “Os dados que coletamos e os modelos de IA precisam ser processados em algum lugar e estamos buscando parceiros para isso. A AWS não só tem um programa para startups, como criou o Climate Fellowship, a que aderimos imediatamente. Eles oferecem créditos adicionais de uso, o que é uma grande ajuda, um apoio incrível”.
Fora do programa climático, algumas agtechs já participam de iniciativas da AWS. Entre os exemplos estão a Sol by RZK, que está trabalhando com agentes de IA para oferecer informações aos produtores rurais, e a FCarbon, que faz gestão de carbono com IA.
A AWS não divulgou quanto está investindo especificamente no programa de tecnologia climática, mas informou que, desde 2013, “mais de 330 mil startups globais já participaram do AWS Activate, programa que disponibilizou cerca de US$ 7 bilhões em créditos para impulsionar a inovação em diferentes setores”.
Recentemente, a AWS anunciou o compromisso de investir US$ 230 milhões para apoiar startups no desenvolvimento de aplicações com inteligência artificial generativa, reforçando a aposta em tecnologias emergentes.
De olho na soja (e no Brasil)
É possível que o robô “capinador” um dia passe a ser vendido no Brasil, mas ainda não se sabe exatamente quando.
Na conversa com o AgFeed, tanto Richard Wurden quanto Kenny Lee reforçaram que a prioridade é “manter o foco” e seguir ampliando o número de culturas e de fazendas atendidas nos Estados Unidos.
Depois da beterraba, veio o algodão e agora os robôs estão sendo preparados para atuar nas plantações de tomate.
Robôs podem ser usados em qualquer tipo de cultivo, a IA ajuda a se ajustar para outras culturas, pode ser tradicional ou orgânica. “Soja é um dos nossos objetivos de longo prazo, por causa da grande área plantada”, admitiu Wurden.
Ele diz que os modelos de IA para a soja já foram criados e que os primeiros testes com a oleaginosa serão feitos no ano que vem. Para trabalhar com os produtores de soja, comercialmente, a previsão é 2027.
O robô foi desenvolvido para atuar tanto na agricultura orgânica quanto na convencional, incluindo o modelo de agricultura regenerativa, que vem crescendo, globalmente. Ele já é adaptado, por exemplo, para rodar em lavouras com plantio direto.
“Nosso objetivo de longo prazo é atuar na agricultura convencional, porque é nela que conseguimos reduzir o uso de químicos e é onde mais se usam pesticidas, herbicidas e fungicidas”, afirmou o CTO.
Sobre possíveis novas funcionalidades, como o combate a insetos e eventual pulverização, Wurden repetiu “no momento estão focados no controle de ervas daninhas, porque é um desafio enorme e muitas startups tentam fazer tudo ao mesmo tempo e acabam perdendo o foco”.
“Temos capacidade de detectar insetos e até de atuar no controle deles, mas não é nosso foco agora”, disse.
A ideia é que o Element funcione como uma plataforma que poderá carregar diferentes equipamentos, inclusive de pulverização, se necessário.
“Mas nosso objetivo é reduzir o uso de químicos, então preferimos ser criativos e usar, por exemplo, luz para lidar com pragas, ou métodos mecânicos para retirar ervas daninhas”.
Sobre os planos de atuar também no Brasil, Wurden respondeu: “Com certeza. No longo prazo, queremos atuar no hemisfério sul, porque é ótimo poder operar com os robôs nos EUA e, depois, em outra safra. Sabemos que o Brasil tem mais de uma safra por ano”. Além disso, lembrou ele, enquanto nos EUA é inverno e não há cultivos no campo, os robôs poderiam atuar no Brasil.
O CEO Kenny Lee diz que a Aigen começou com culturas menores e não com a soja, que ocupa 60 milhões de hectares nos EUA, porque não foi uma análise tradicional, só baseada em criar valor com robótica e ver quem paga mais. “Estamos hiperfocados na nossa missão, buscando causar impacto global”.
“O Brasil é, com certeza, um dos principais players globais em agricultura, junto com os Estados Unidos. Então, vamos chegar ao Brasil eventualmente? Com certeza. Está no nosso roteiro, no nosso plano. Mas agora, como uma startup, precisamos nos concentrar em como gerar valor para o segmento de clientes que estamos atendendo. Depois que a tecnologia estiver validada nos EUA, aí sim teremos oportunidades de expansão para outros países”, explicou Lee.
Os testes iniciais com soja, segundo ele, estão sendo feitos com o grão não transgênico, onde o problema das plantas daninhas é mais sério.
A marca de 2025 foi a abertura do mercado da California, segundo Lee.
“No próximo ano queremos atuar com beterraba, tomate e outras culturas. Isso é importante, porque, com a parceria com a AWS, conseguimos acelerar o treinamento dos modelos de IA. Antes, levávamos meses para criar um modelo novo. Agora conseguimos fazer isso em dias”, disse ele, se referindo ao trabalho de adaptar o robô para outros tipos de lavoura.
O plano estratégico da Aigen, também é ousado. “Nos próximos 5 anos, queremos ser a empresa líder em robótica movida a energia solar nos Estados Unidos, atuando nas principais culturas estratégicas, como soja, algodão, beterraba e possivelmente outras”.
Além disso, a ideia é desenvolver outras aplicações além da capina, como por exemplo a detecção de pragas e doenças. “Porque o verdadeiro poder do nosso robô é o fato de que ele é inteligente e está no campo todos os dias”.
Richard Wurden também contou ao AgFeed que já tem patentes registradas para medir carbono no solo usando os robôs da Aigen e outras formas de coleta. A empresa está de olho em oportunidades da agricultura regenerativa. “É algo que nos empolga bastante”.
Resumo
- Robôs agrícolas da startup Aigen, apoiada pela AWS, estão sendo usados em lavouras da Califórnia para eliminar ervas daninhas
- Criada por ex-funcionários da Tesla , agtech desenvolveu o robô Element como alternativa ao uso de herbicidas e à falta de mão de obra nas fazendas
- Empresa já vendeu 35 robôs, busca novas rodadas de investimento e pretende comercializar seus equipamentos ao Brasil no futuro