Somente em 2024, a indústria agrícola do Texas movimentou US$ 150 bilhões, segundo a National Agricultural Statistics Service (NASS). O estado lidera a produção americana de gado, algodão, feno, ovelhas, lã, cabras e cavalos.
Além disso, o Texas também é um grande produtor de leite, milho, trigo, amendoim, arroz, batatas e melões.
Mesmo nessa realidade, o SXSW - grande festival de inovação e economia criativa realizado na cidade texana de Austin - parece cego para a importância e inovação desse setor.
Claro, não é tão sexy quanto dizer que o Chat GPT nasceu lá, ou que Elon Musk escolheu o Texas para construir sua próxima aventura. Mas são números de expressão e que merecem sim mais representatividade durante o evento.
Para não dizer que o tema passou em branco, foi possível encontrar, em mais de centenas de palestras, fóruns e discussões, discussões como “visão indígena e do agricultor sobre clima, agroecologia e segurança alimentar”, “Agricultura como Advocacia: Como os fazendeiros negros estão fazendo história”, “Ártico: Um apelo urgente para o clima e a segurança nacional”, “Financiando Alimentos Rapidamente: Capital Misto e a Corrida para 2030”e “vencendo o calor: como a equidade das árvores é a questão do nosso tempo”.
Temas extremamente relevantes e necessários a serem debatidos. Mas foram o suficiente para dizer que o assunto não passou em branco?
Eu comemoro a temática estar na programação, mas questiono se a quantidade de tempo, performance e riqueza de conteúdo para um tema tão importante não foi um pouco escassa.
Prova de tal importância é que Brooke Rollins, indicada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), residia até então em Fort Worth, no Texas.
Ou seja, alguém que estava próximo da efervescência da produção e do mercado agrícola americano.
Sabe o que eu mais gostaria que acontecesse? Que fossem enviados alguns convites para os curadores do SXSW darem uma passadinha na Agrishow.
Vinícius Cordoni é fundador da VCRP.