A SLC conseguiu “driblar” o momento difícil para os preços das commodities agrícolas no terceiro trimestre, e impulsionar seus resultados, principalmente com os ganhos obtidos no milho e no algodão.

No caso do milho, além de conseguir melhorar o preço unitário em relação ao mesmo período de 2022, passando de R$ 899 por tonelada para R$ 961, a empresa teve ganhos expressivos com o hedge cambial.

Somente com a proteção para o câmbio no milho, o resultado da SLC mais que triplicou, superando os R$ 100 milhões. Sem contar o hedge, a receita líquida com milho subiu 13%, chegando em R$ 540,5 milhões. Com a operação cambial, o crescimento foi de 26%, para R$ 644 milhões no trimestre.

Se de um lado o preço unitário do milho subiu quase 7% na comparação anual, de outro, o custo unitário para produzir e vender o cereal teve queda, de 10,3% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o ano passado.

No algodão em pluma, com os preços em alta mais expressiva, o cenário foi ainda melhor. Além do crescimento de quase 55% no volume, chegando próximo a 57 mil toneladas, a receita líquida sem contar o hedge cambial subiu mais de 40% em um ano, passando dos R$ 520 milhões.

No hedge, a SLC saiu de um resultado negativo de quase R$ 20 milhões no ano passado para R$ 87 milhões positivos. Com isso, a receita ajustada com o hedge cresceu quase 75% no terceiro trimestre, na comparação anual.

No caso do algodão, os custos também subiram, mas em ritmo parecido ao do preço unitário. Enquanto o custo por tonelada subiu 12%, os preços por tonelada subiram 12,7% no período.

O grande problema para a SLC continua sendo a soja. A receita líquida da cultura, já ajustada pelo hedge cambial, caiu 40% entre julho e setembro deste ano. O preço por tonelada recuou 18%, enquanto o custo caiu menos, em quase 16%.

Com todo este cenário, quando se olha o resultado bruto da companhia por cultura, o destaque é o milho, com aumento de 74% no terceiro trimestre na comparação anual, com R$ 319 por tonelada.

No algodão, o resultado foi de R$ 4.205 por tonelada, avanço de quase 14%. Na soja, houve um recuo de 39%, para R$ 151 por tonelada.

Assim, a SLC conseguiu fechar o trimestre com lucro líquido superior a R$ 167 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 78 milhões apurado no mesmo período de 2022. O Ebitda ajustado também avançou mais de 25%, e a receita teve aumento de quase 22%.

No acumulado do ano, o cenário ainda é pior que o apurado em 2022. A companhia acumula ganhos de quase R$ 1,1 bilhão, queda de 9,5%. No Ebitda ajustado e na receita líquida, as quedas são de 17,5% e de 2,1%, respectivamente.

Mais algodão

Para impulsionar suas margens, a empresa confirmou uma mudança na área plantada por cultura para a safra 23/24, mantendo sua área total praticamente inalterada.

O algodão terá 15,5% a mais de área na safra em andamento, sendo 5% na primeira safra e 27,4% na segunda. A participação da cultura na área total será de 27,8%, ante 24% no período 22/23.

A queda mais expressiva em área será do milho, que a SLC só planta em segunda safra. A área será quase 25% menor, e a participação cai de 20,4% para 15,3%.

A soja ainda terá praticamente metade da área total plantada pela SLC, mas também haverá um corte de 2,9% no total. Outras culturas também terão mais espaço, com as áreas crescendo 69% em 23/24.

A SLC também já finalizou a compra de todos os insumos para a safra 23/24. No caso da soja, a companhia já plantou 71,3% da área reservada para a cultura. O plantio de algodão acontece a partir deste mês, e o de milho acontece em fevereiro de 2024.