O grupo Olfar S.A. anunciou nesta sexta-feira, 25 de julho, em fato relevante, o início da oferta pública de distribuição de R$ 120 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações, com garantias reais e fidejussórias, com vencimento até 2032.

Segundo comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários, os recursos serão destinados ao projeto de um novo complexo industrial para extração e armazenamento de óleo e farelo de soja para a produção de biodiesel em Porangatu (GO).

A operação será exclusivamente a investidores profissionais, com 120 mil títulos de R$ 1 mil cada, e será coordenada pelo Itaú BBA. A liquidação financeira será na próxima segunda-feira, 28 de julho, com divulgação em até 180 dias.

A emissão prevê pagamento de remuneração mensal em 14 parcelas, entre 15 de dezembro de 2025 e 15 de junho de 2032, e a amortização do valor nominal em sete pagamentos semestrais. O primeiro pagamento será em 15 de junho de 2029 e o último em 15 de junho de 2032.

A emissão integra a terceira captação de debêntures da companhia e representa aproximadamente 17,1% do total de R$ 702 milhões estimados para a implantação completa do projeto, iniciado em fevereiro de 2021 e com conclusão prevista para setembro de 2026.

Segundo a escritura de emissão da companhia, “os recursos adicionais necessários à conclusão do projeto deverão decorrer de recursos próprios provenientes das atividades da emissora”.

De acordo com o grupo Olfar, a unidade terá capacidade para receber e processar até 3 mil toneladas por dia e armazenar soja in natura, além de extrair óleo para a produção de biodiesel e produzir farelo destinado à alimentação animal.

A unidade goiana da companhia controlada pela família gaúcha Weschenfelder é considerada a segunda maior usina de biodiesel do Brasil, com capacidade de produção de 1,8 milhão de litros por dia a partir de óleo de soja e gordura animal.

Além do biocombustível, produz 200 toneladas de glicerina bruta diariamente como subproduto do processo produtivo.

Varejo

No início de 2025, o grupo gaúcho anunciou a criação da bandeira Olfar Agro, com sede em Erechim (RS). O primeiro negócio anunciado foi assumir o controle de 18 unidades das 90 unidades da Synap, holding voltado para o varejo de insumos agrícolas da Syngenta.

Criado há 36 anos, o grupo se tornou um dos maiores do País na produção de biodiesel e, ao longo das décadas, foi incorporando novos negócios, dentro de um modelo verticalizado de atuação,

Passou a fazer a originação dos grãos que processa nas agroindústrias e, a partir do relacionamento com mais de 10 mil produtores, incorporou serviços de venda de insumos e assistência técnica. O faturamento do grupo foi estimado em R$ 5 bilhões em 2024.

A Olfar Agro soma, assim, uma receita superior a R$ 600 milhões, oriunda da comercialização de cerca de 4,5 milhões de sacas de grãos e de algo como R$ 200 milhões com insumos.

Resumo

  • Grupo Olfar lançou uma oferta pública de debêntures para levantar R$ 120 milhões, destinados à finalização de um complexo de biodiesel em Porangatu (GO)
  • Projeto terá investimento total de R$ 702 milhões, com capacidade para produzir 1,8 milhão de litros diários de biodiesel
  • Controlado pela família Weschenfelder, o grupo Olfar tem faturamento estimado em R$ 5 bilhões