Você está na rua, caminhando e dirigindo por um dos entroncamentos mais movimentados de São Paulo e de repente ele está lá, gigantesco: o agro!

Estampado em imagens nas paredes dos edifícios, lembrando a maior cidade do País de que as raízes da nossa economia estão intrinsecamente plantadas no campo. A mensagem é clara: Agro, a Digital do Brasil.

É cedo para medir o impacto da mensagem, mas a nova campanha da marca de máquinas agrícolas New Holland, do grupo CNH, atingiu um feito na semana passada: fez a cidade falar do agronegócio.

Numa espécie de marketing de guerrilha, durante três noites a empresa projetou mensagens reforçando atributos da atividade agropecuária na fachada de prédios localizados no chamado Boulevard das Artes -- uma das extremidades da Avenida Paulista, onde ela se encontra com as avenidas Rebouças e Consolação.

Estação de metrô, salas de cinema, museus, bares e restaurantes... Milhares de pessoas circulam pela região depois que o sol se põe. Muitas delas foram impactadas. Mas a mensagem foi muito mais longe, quase viral.

“Estimamos que mais de um milhão de visualizações nas redes sociais em apenas três dias”, afirma Paulo Máximo, diretor de Marketing Comercial da New Holland Agriculture para a América Latina.

Os números finais da ação só serão conhecidos após 30 dias, já que ela não se resume à projeção. Criada para marcar, em 28 de julho, o dia do Agricultor, ela deu origem a um videocase, veiculado nas redes sociais da marca, e a uma campanha com previsão de ficar ao menos 30 dias no ar.

“Um dos maiores desafios do nosso setor tem sido a comunicação com o público urbano”, afirma Máximo. A nova campanha, desenvolvida em conjunto com a agência paulista Ampfy, segue uma linha que vem sendo adotada pela New Holland desde 2017, quando a empresa passou a usar parte de sua verba de comunicação para falar sobre o agro com as cidades.

A primeira campanha nesse sentido teve a mensagem “Conte comigo, Brasil” e tinha o objetivo de mostrar justamente a presença do setor no fornecimento de alimentos, fibras e energia.

Outra ideia que ganhou destaque com o público urbano foi a criação, em 2021, do “Colheitômetro”, um painel que contabiliza em tempo real a evolução das colheitas nas diferentes regiões do País. Até hoje ativo, está instalado agora na frente da fábrica da marca em Curitiba.

“Fazemos isso porque acreditamos que todo brasileiro tem o agro no seu DNA”, diz Máximo. “O segmento representa algo como 25% do PIB, mas sabemos que esse impacto é ainda maior, está presente em muitas atividades, mas muitos não lembram ou não sabem o quanto estão relacionados com a produção nas fazendas”.

A ação na Avenida Paulista – simbólica também por já ter sido o endereço dos chamados “barões do café” no início do século passado e, posteriormente, ter abrigado o coração financeiro do País – teve repercussões também na rede de concessionárias New Holland.

Segundo Máximo, várias delas convidaram clientes para exibições especiais do videocase no dia do Agricultor. “Temos tentado aproximar campo e cidade com essas ações, gerar conhecimento mútuo”, afirma.

Diante da repercussão da campanha – cujo custo Máximo não revela --, o diretor da New Holland imagina novas ações semelhantes, até mesmo em parceria com outras empresas de diferentes segmentos do agronegócio.

Pensa, também, em replicar a ideia em outros países da sua área de atuação, que engloba toda a América, do México para baixo. “Já vislumbro uma sequência, com algo semelhante nas ruas de Buenos Aires, por exemplo”, diz. “Ainda é só uma ideia, mas quem sabe acontece”.