Rio Verde (GO) - Antes mesmo de algumas “capitais do agro” como Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde, surgirem em Mato Grosso, Rio Verde, em Goiás, já era considerada um dos pólos do setor no Brasil.

Diante de um status de pioneirismo, a cidade sedia a partir desta segunda-feira, 7 de abril, a 22ª edição de uma das maiores feiras agrícolas do País, a Tecnoshow Comigo.

Organizada pela cooperativa Comigo, que só em 2024 faturou mais de R$ 11 bilhões, a edição deste ano poderá registrar um volume de negócios maior do que no ano passado.

Na edição de 2024, a feira movimentou R$ 9,3 bilhões, número menor que os R$ 11 bilhões registrados do ano anterior. A expectativa para 2025 está no meio do caminho: R$ 10 bilhões.

Apesar da queda no ano passado, o resultado final acabou vindo melhor que a encomenda. Na coletiva para apresentar os números da semana, o presidente do conselho de Administração da Comigo, Antonio Chavaglia, ficou surpreso e disse que chegou a considerar uma baixa de 50% em relação a 2023.

De acordo com o diretor de insumos da Comigo e coordenador geral da Tecnoshow, Claudio Teoro, a sustentabilidade será um dos principais destaques da nova edição. O tema principal será a sucessão familiar no agro de forma a atrair um público mais jovem à feira.

Além de ser uma das maiores feiras do País, é o termômetro final antes da Agrishow, que é a maior em tamanho e em volume de negócios de toda a América Latina.

A organização prevê cerca de 150 mil visitantes e 695 expositores. Como acontece no meio da safra, posterior à colheita da soja e próximo do momento do milho, a feira testará o humor do produtor e, consequentemente, do andamento da colheita.

Estimativas de consultorias mostram que a oleaginosa deve, de fato, ter uma colheita recorde na temporada 2024/2025. De acordo com a Conab, o estado de Goiás deve colher 20,2 milhões de toneladas de soja, 20% a mais do que na temporada anterior.

A área cultivada com a cultura deve chegar a 4,9 milhões de hectares e a produtividade média deve ser superior às 66 sacas por hectare, a maior do País por estado. Em Goiás, o município de Rio Verde é o maior produtor. No ranking nacional, fica atrás apenas de Sorriso (MT).

Além do otimismo dos produtores da região, a feira deve reforçar o otimismo da própria Comigo. Passadas as incertezas do início do ano passado, a cooperativa decidiu investir para a safra atual.

Durante a Tecnoshow do ano passado, anunciou R$ 1,3 bilhão para construir uma nova esmagadora de soja no estado e R$ 50 milhões para duas novas lojas em Paraúna e Jussara.

No final do ano, o presidente executivo da Comigo, Dourivan Cruvinel, em tom mais otimista, declarou que iria construir dois novos armazéns neste ano em Santa Fé de Goiás e Caçu.

“A gente vem há muitos anos com um trabalho bem estruturado e só tiramos um pouco o pé do acelerador com os nossos investimentos que estavam programados. Mas já voltamos à normalidade", afirmou, em outubro, ao AgFeed.

A Comigo já adquiriu as terras onde vão ser erguidas as estruturas, em um investimento que deve ser de cerca de R$ 100 milhões, somando as duas novas construções.

De olho no tom mais otimista que tem regido o agro, multinacionais e grandes empresas brasileiras já confirmaram presença no evento.