A JBS vai ampliar o escopo de ação dos Escritórios Verdes, estrutura que mantém desde 2021 para apoiar pecuaristas na regularização de sua situação socioambiental. A empresa anunciou nesta quarta-feira, 8 de novembro, que a partir de 2024 começará a operar uma versão 2.0 do programa, que, segundo a companhia, já impactou mais de 7 mil fazendas.

Na nova versão, além da ajuda nos trâmites para a regularização dos passivos ambientais, a JBS vai levar aos produtores ferramentas e tecnologia para aumentar a produtividade de forma sustentável.

A ideia é que, utilizando melhores práticas no manejo de suas propriedades, eles tenham elevação de renda e menor tentação de desmatar novas áreas para formação de pastagens de baixo rendimento.

De acordo com a diretora de Sustentabilidade da JBS no Brasil, Liège Correia, o projeto será iniciado em 5 das 20 unidades já existentes dos Escritórios Verdes pelo Brasil.

“Temos desenvolvido projetos para garantir que o produtor que se sente pressionado e excluído na cadeia de fornecimento tenha uma produção rentável a ponto de não precisar mais recorrer ao desmatamento para sobreviver”, afirmou Liège.

“Por isso, temos que dar não só condições para a regularização de passivos ambientais, por exemplo, mas para ele ir além, com acesso à tecnologia e condições de ter uma renda digna”, disse, na apresentação da nova iniciativa, em primeira mão, durante evento promovido pela TFA (Tropical Forest Alliance) com apoio da coalizão internacional CGF (Consumer Goods Forum,) que conta com indústrias internacionais de alimentos e redes globais de varejo.

Os Escritórios Verdes dão assessoria gratuita a quem precisa de regularização ambiental – seja fornecedor direto ou não da JBS. A empresa afirma que atendeu cerca de 19 mil produtores rurais com o projeto e que, em função desse trabalho, por volta de 2,6 milhões de cabeças puderam retornar à cadeia formal de fornecimento.

Outro impacto do projeto, anunciado em setembro passado pela JBS, foi a recuperação florestal em um total de 2 mil hectares de áreas degradadas.

Na versão 2.0 dos Escritórios Verdes, a JBS passará a oferecer ferramentas para que o criador avance para uma etapa posterior à legalização, com acesso a práticas e técnicas sustentáveis de produção regenerativa e sistemas agroflorestais. “A tecnologia aumenta a produtividade, a renda e torna a produção mais sustentável”, defendeu Liège Correia.

A JBS não divulga o investimento no programa Escritórios Verdes. Dados públicos sobre investimentos na área de sustentabilidade são apenas o de aportes em redução de emissões nos escopos 1 e 2, que somam R$ 600 milhões.

A proposta anunciada nesta quarta segue o mesmo conceito de outro projeto recentemente anunciado pelo Fundo JBS pela Amazônia, o: Pessoas + Florestas + Pecuária. Com dotação inicial de R$ 10 milhões, o programa se propõe a criar hubs reunindo negócios parceiros de impacto, que serão oferecidos aos produtores rurais, levando suporte em atividades como reforma de pastagem, com acesso a tecnologias e técnicas agrossilvipastoris para a melhoria de produtividade.