A dinâmica da safra de soja no agro brasileiro, que tem seu início de plantio em meados de setembro, faz com que o terceiro trimestre seja sempre um momento de vendas aquecidas para as empresas de insumos.

Na paulista Vittia não foi diferente. A companhia, que recém divulgou seu balanço referente ao período para o mercado, registrou alta na receita e no lucro.

No trimestre de julho a setembro, a companhia registrou uma receita líquida de R$ 325 milhões, uma alta de 5% em um ano e um resultado líquido positivo em R$ 51,3 milhões no avanço de 11,9% em um ano.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) somou R$ 83,5 milhões no terceiro trimestre, em linha com o apresentado no ano anterior.

A receita veio em linha com o esperado pela XP, mas os números finais de lucro e Ebitda superaram as projeções de R$ 35 milhões e R$ 63 milhões.

Em um relatório prévio ao balanço, o analista da corretora, Leonardo Alencar, citou que esperava um “trimestre fraco refletindo o cenário estressado para os agricultores, ainda impactando negativamente a adoção de tecnologia”.

Ao analisar o balanço depois da divulgação, Alencar ressaltou que os números apresentados vieram acima do esperado, mas como a empresa cresce em um “ritmo mais lento”, em meio a um ambiente para players de insumos que continua desafiador, as expectativas para a empresa não devem mudar por enquanto.

“Mesmo diante de um ciclo complexo, marcado por um dos maiores atrasos na comercialização de defensivos da história recente, fato que adiciona uma camada de complexidade ao período, nossa estratégia se provou acertada”, afirmou Alexandre Frizzo, CFO da companhia, em release divulgado pela Vittia.

A companhia projeta uma “normalização gradual da comercialização de insumos” a partir do quarto trimestre de 2025.

“Crescemos em receita, geramos caixa, mantivemos nossa solidez financeira e avançamos em nosso pilar mais estratégico: a biotecnologia”, concluiu.

De acordo com a companhia, o principal vetor de crescimento foi o segmento de fertilizantes de solo, que faturou R$ 106,3 milhões, uma alta de 35,1% em um ano.

O segmento de “soluções biológicas e naturais”, trouxe R$ 108 milhões à receita, uma alta de 12,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024. A receita operacional líquida com as vendas de fertilizantes foliares e produtos industriais somou R$ 109,8 milhões, uma queda de 18,1% em um ano.

O CPV (Custo dos Produtos Vendidos) somou R$ 220 milhões, uma alta de 10,5% em um ano.

Ao final de setembro, a dívida líquida da empresa registrou R$ 116,3 milhões, um patamar levemente acima do visto em setembro do ano passado, mas 19,8% abaixo da dívida que encerrou 2024. A alavancagem da empresa atingiu 0,89 vez, em linha com o ano anterior.

A geração de caixa das atividades operacionais da Vittia cresceu 130,1% em um ano, atingindo R$ 33,8 milhões.

A companhia informou no balanço que, em setembro, concluiu o encerramento das operações na unidade Vittia Organo, localizada em Patos de Minas (MG) e focada na produção de organominerais.

“Embora o projeto não tenha alcançado o desempenho esperado, sua descontinuidade representa um movimento estratégico de eficiência, concentrando as operações na unidade localizada em Serrana (SP), permitindo a liberação de recursos e foco em ativos com maior rentabilidade e potencial de crescimento”, justificou a empresa.

Alencar, da XP, viu como positiva a descontinuação da fábrica, e citou que o negócio “vinha pressionando os resultados há algum tempo”.

Resumo

  • Vittia registra receita líquida de R$ 325 milhões no terceiro trimestre, alta de 5% em um ano, e lucro líquido de R$ 51,3 milhões, avanço de 11,9%
  • Desempenho foi impulsionado pelo crescimento de 35% nas vendas de fertilizantes de solo e de 12,6% nas soluções biológicas
  • Dívida líquida recua 19,8% frente a 2024, para R$ 116,3 milhões, e geração de caixa operacional salta 130%, para R$ 33,8 milhões, mantendo a alavancagem em 0,89 vez