Mais uma troca na Raízen. A companhia comunicou nesta sexta-feira, 14 de fevereiro, que Geovane Consul, ex-CEO da BP Bioenergy (antiga BP Bunge), assumirá o posto de vice-presidente para as áreas de etanol, açúcar e bioenergia na companhia, substituindo assim, Francis Queen, que estava na cadeira desde 2018.

Consul ocupava o posto máximo na empresa sucroenergética pertencente à britânica BP desde 2019. Na época, a companhia era uma joint-venture entre a própria BP e a Bunge, uma das maiores tradings do mundo.

O executivo deixa a antiga empresa em um timing curioso: seis meses depois da compra, por parte da BP, da parte que a Bunge tinha no negócio.

Em entrevista ao AgFeed em outubro, ainda no cargo de presidente da empresa sucroenergética, ele disse que o fim do casamento bilionário poderia “viabilizar muitos investimentos no País”. Ele não estará mais lá para liderar essa agenda.

Na BP Bioenergy, o cargo já não está mais vago, e será ocupado por Andrés Guevara de La Vega, executivo com quase duas décadas na BP. Antes, ele ocupava o posto de presidente executivo da BP na Espanha.

Mais do que os novos comandantes, chama atenção a saída de Queen do cargo de VP da Raízen. Antes de toda a reestruturação iniciada por Rubens Ometto em outubro passado, o executivo era considerado como o principal porta-voz da Raízen depois de Ricardo Mussa, ex-CEO, que deixou o cargo em novembro.

O mercado apontava para ele como um sucessor natural de Mussa, principalmente por Francis Queen ser um dos principais articuladores do projeto de E2G da companhia. A Raízen informou que Queen ocupará uma nova posição na empresa, que ainda não foi confirmada.

A questão é que assim como Mussa, o E2G parece ter sucumbido dentro da Raízen. O que antes era uma grande aposta e foco de investimentos da companhia, agora fica em segundo plano diante de uma estratégia back to basics que a empresa parece traçar.

Em outubro do ano passado, Rubens Ometto, controlador da Cosan, mexeu as peças do tabuleiro e promoveu uma série de mudanças na diretoria da controlada Raízen. A mais significativa foi a troca de CEO, quando Ricardo Mussa deu lugar a Nelson Gomes, que assumiu a presidência justamente por seu perfil financeiro e operacional.

Na época, a Raízen elogiou os anos de serviços prestados de Mussa, considerando que ele entregou resultados ao coordenar o IPO e tornar realidade a produção, pela empresa, de etanol de segunda geração (E2G).

Mussa na época assumiu a Cosan Investimentos, posto que deixou apenas dois meses depois, em dezembro.