Controlada pela chinesa ChemChina, a Syngenta apresentou números mistos em sua demonstração de resultados do terceiro trimestre, com vendas relativamente estáveis em sua principal divisão - Crop Protection - apesar de uma queda no número geral influenciada pelo negócio da empresa na China.
Ainda assim, para o restante de 2025, o grupo projeta vendas estáveis de uma forma geral e melhorias contínuas na rentabilidade mesmo com um mercado global desafiador, com a rentabilidade dos produtores rurais sob pressão na maioria das regiões onde a companhia atua.
Os investidores parecem ter comprado a ideia da Syngenta, a julgar pelo desempenho da Adama, subsidiária da companhia listada na Bolsa de Shenzen, na China, que fecharam o pregão de ontem com alta de 1,74%, cotadas a 6,42 yuans.
As vendas do grupo Syngenta recuaram 6% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 6,4 bilhões.
O Ebtida do grupo (sigla para ucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, cresceu 28% no mesmo período, chegando a US$ 900 milhões, ante US$ 700 milhões no terceiro trimestre de 2024.
No acumulado de janeiro a setembro, as vendas somaram US$ 20,9 bilhões, queda de 2% na comparação anual, enquanto o Ebitda avançou 25%, para US$ 3,4 bilhões.
O resultado do terceiro trimestre foi influenciado negativamente pelas operações do Grupo Syngenta China, cujas vendas recuaram de US$ 2,1 bilhões para US$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre, queda de 23%.
O negócio na China, segundo a Syngenta, sofreu o impacto da "redução das atividades de comercialização de grãos".
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, essa divisão também apresentou recuo, com as vendas caindo de US$ 7,3 bilhões para US$ 6,5 bilhões, retração de 10,9%.
Em contrapartida, no segmento de maior receita da companhia, o de Crop Protection, houve alta de 3% nas vendas no terceiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2024, totalizando US$ 3,4 bilhões.
Nos nove primeiros meses do ano, também houve alta de 3% nas vendas, que atingiram US$ 9,8 bilhões.
Em volumes, a recuperação se espalhou por diferentes regiões ao longo do período. Na região que engloba Europa, Ásia, Oriente Médio e África, houve alta de 6%, na China, a expansão foi de 7% e, na América do Norte, de 3%, apoiada em novos fungicidas e herbicidas.
No Brasil, as vendas avançaram 2%, embaladas pela adoção crescente da tecnologia Plinazolin, diz a Syngenta.
Já a região da América Latina foi impactada negativamente pela seca no México, bem como pela contínua pressão generalizada sobre os preços, principalmente nos segmentos de commodities do portfólio de defensivos agrícolas, especialmente na Argentina, o que levou a uma queda de 7% nas vendas.
Na divisão de sementes, o grupo atingiu US$ 800 milhões em vendas no terceiro trimestre, número semelhante ao registrado no mesmo período de 2024, e registrou US$ 3,3 bilhões em vendas nos nove primeiros meses do ano, uma alta de 1% na comparação com o mesmo período de 2024.
As vendas de sementes no Brasil aumentaram 13% nos nove primeiros meses, enquanto na América Latina o aumento foi de 20%, com contribuição decisiva da forte recuperação do milho na Argentina.
Na China, as vendas cresceram 3%. Por outro lado, na Ásia, Oriente Médio e África, houve queda de 2%, assim como na América do Norte, onde houve queda de 5% na comercialização, e na Europa, de 6%.
O resultado também traz os números da Adama, fabricante de insumos de origem israelense que é subsidiária da Syngenta. No terceiro trimestre, a divisão teve uma receita de US$ 900 milhões, semelhante à registrada no mesmo período do ano passado.
Nos nove primeiros meses de 2025, as vendas ficaram também no mesmo patamar de 2024, totalizando US$ 3 bilhões.
Nesse período, houve um aumento de 15% nas vendas na América do Norte, graças ao forte desempenho comercial em toda a região. Também houve alta de 4% nas vendas na China.
Em contrapartida, a Adama registrou quedas em outras regiões como Ásia-Pacífico (excluindo a China, com queda de 18%, América Latina, com recuo de 2%, e Europa, África e Oriente Médio, com uma retração de 1%.
Apesar da queda nas vendas em algumas regiões, o Ebtida da Adama passou de US$ 700 milhões no terceiro trimestre de 2024 par US$ 900 milhões.
A rentabilidade da Adama, diz a Syngenta, continuou a melhorar sob o seu plano de negócios e transformação "Fight Forward".
Resumo
- Syngenta reporta queda de 6% nas vendas, para US$ 6,4 bi, devido ao fraco desempenho na China (-23%)
- Ebitda cresce 28%, atingindo US$ 900 mi, impulsionado por ganhos de eficiência e foco em margens
- Divisão de Crop Protection avança 3%, com destaque para Brasil (+2%) e biológicos; sementes sobem 1% no acumulado do ano
 
   
                         
                     
                                         
                                         
                                         
                                         
                                         
                                         
                                        