O golfe é um esporte bastante popular nos Estados Unidos. Longe de ter a imagem elitista que carrega no Brasil, a modalidade é praticada nas universidades e tem uma liga profissional disputada por jogadores de todo o mundo.

O processo que permite a alta qualidade dos gramados vistos nos campos de golfe é conhecido por pouquíssimas pessoas. A gigante de defensivos agrícolas FMC fabrica produtos voltados para este fim. Mas a partir desta quinta-feira, dia 11, essa relação entre FMC e golfe entra na sua reta final.

A multinacional norte-americana anunciou a venda da sua unidade chamada Global Specialty Solutions (GSS), que fabrica produtos voltados para gramados de estádios e controle de pestes fora da produção agrícola, para a Environmental Science US (Envu).

A Envu foi fundada em 2022 e atua com o fornecimento de soluções para vegetação urbana, jardins, gramados, controle de pestes e mosquitos, com mais de 180 marcas de produtos. São 900 funcionários e presença em 100 países.

Para a FMC, o negócio representa um reforço no caixa e a concentração na unidade de agronegócios, o principal da companhia, que já tinha anunciado a intenção de vender a unidade GSS em novembro do ano passado.

“Essa unidade é lucrativa e tem um histórico de forte crescimento. Acreditamos que este acordo com a Envu vai permitir que ela tenha a atenção e os recursos necessários para continuar essa trajetória”, afirma Pierre Brondeau, presidente do Conselho de Administração e CEO da FMC.

“Com esse desinvestimento, a FMC pode se concentrar somente na sua unidade mais relevante”, completa Brondeau.

A FMC está em um momento de revisão das suas estratégias, depois dos resultados de 2023, quando registrou queda de 23% no faturamento, para US$ 4,5 bilhões.

A América Latina, região na qual o Brasil representa cerca de 70% dos resultados, foi decisiva para esta piora nos números, já que no quarto trimestre do ano passado, a queda nas receitas foi de 38%.

Os números levaram a FMC a enxugar suas operações globais, diminuindo o número de funcionários de 6,6 mil para pouco menos de 6,2 mil pessoas. No Brasil, a companhia conta com cerca de 580 colaboradores.

No início de junho, o então CEO, Mark Douglas, pediu demissão, depois de 14 anos na função. Foi substituído por Brondeau. O posto de presidente global, que também acumulava, ficou com o brasileiro Ronaldo Pereira, que ocupava a presidência das Américas.

Antes disso, em março, a companhia jpa havia trocado o comando das suas operações latino-americanas, ao anunciar Renato Guimarães como presidente da FMC América Latina. Até dezembro do ano passado, Guimarães era CEO da rede varejista Sinagro.

Em entrevista ao AgFeed, Guimarães e a diretora de Negócios para o Brasil, Sinara Ferreira, em junho, afirmaram que o processo de ajuste já está finalizado e a safra 2024/2025 deve ser de clima mais favorável e, consequentemente, safra mais estável em relação ao que se viu no período 23/24.

“O produtor terá mais rentabilidade, não tanto quanto há quatro ou cinco safras, mas ainda positiva”, afirmou Guimarães.

O executivo revelou ainda a intenção de tornar a FMC líder no mercado de insumos biológicos nos próximos 10 anos.