A cooperativa paranaense Coamo vai construir um porto em Itapoá, no litoral norte de Santa Catarina, com investimento previsto de R$ 3 bilhões. O terminal deve iniciar operações em 2030, será o oitavo porto de catarinense, com previsão de movimentar 11 milhões de toneladas por ano.
O anúncio foi feito em reunião de representantes da cooperativa paranaense - a maior do Brasil, com mais de R$ 30 bilhões em faturamento e US$ 1,9 bilhão em receitas de exportação - com o governador catarinense, Jorginho Mello.
O empreendimento ocupará uma área de 43 hectares, com três berços de atracação. Durante as obras, a expectativa é de gerar cerca de 2 mil empregos, além de 1 mil vagas permanentes quando a operação começar.
O presidente da Coamo, Airton Galinari, explicou que a escolha por Santa Catarina levou em conta o ambiente de negócios e os investimentos do Estado em infraestrutura, como a dragagem da Baía da Babitonga e as duplicações das rodovias SC-416 e SC-417.
A Coamo já opera dois terminais no Porto de Paranaguá (PR), por onde escoa 5 milhões de toneladas anuais de soja, milho e trigo de seus 32 mil cooperados. Em novembro do ano passado, o AgFeed havia antecipado com exclusividade um investimento de R$ 300 milhões da cooperativa para a construção de uma usina de biodiesel junto ao porto paranaense.
Com o novo porto em Itapoá, a cooperativa amplia sua atuação para cargas como GLP, combustíveis líquidos, granéis e fertilizantes. E busca uma alternativa para os frequentes congestionamentos - de caminhões e navios - em Paranaguá. Segundo Galinari, o novo terminal terá capacidade para movimentar até mil caminhões por dia, o que permitirá expandir negócios que a Coamo não consegue atender no litoral do Paraná.
“Sentimos a necessidade dessa expansão porque tem negócios que realmente a gente não consegue fazer. Aqui já é um projeto diferente, é um projeto que nós estamos trabalhando já há quase 10 anos e a ampliação da infraestrutura nos motiva realmente a escolher Itapoá para esse investimento”, explicou Galinari.
O governador catarinense destacou o impacto do anúncio para a economia local e reforçou os investimentos no projeto de dragagem da Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul (SC), para ampliar as operações marítimas.
Com um investimento de R$ 324 milhões, a obra possibilitará a atracação e operação de embarcações de até 366 metros de comprimento, tornando-se o primeiro complexo portuário do Brasil com capacidade para receber navios desse porte, com carga máxima.
O Complexo Portuário da Baía da Babitonga já comporta atualmente os portos de São Francisco do Sul, hoje o maior do estado,, o Terminal Portuário de Santa Catarina (TESC) - recentemente vendido à Solaris, trading controlada pelo fundo soberano de Omã -, o Porto de Itapoá, especializado em conteineres, e o Terminal Graneleiro de Santa Catarina (TGSC), atualmente em pré-teste.
Hoje somente é possível a atracação ali de embarcações com até 336 metros, com capacidade para até 10 mil contêineres de 20 pés cada. Com a obra, prevista para ser finalizada em 2026, a capacidade aumentará para 16 mil TEUs.
O secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, lembrou que Santa Catarina é o único Estado do país com seis portos em operação e outros dois em implantação, o TGSC.
“A chegada da maior cooperativa do Brasil, que fatura mais de R$ 30 bilhões ao ano, reforça a vocação logística”, afirmou Martins.
Resumo
- Coamo anuncia construção de porto em Itapoá (SC), com aporte de R$ 3 bilhões e início previsto para 2030
- Novo terminal terá capacidade de 11 milhões de toneladas/ano e acapacidade para receber até mil caminhões por dia
- Empreendimento será oitavo porto catarinense e vai gerar 2 mil empregos nas obras e 1 mil permanentes após a inauguração