Ribeirão Preto (SP) - Criada há 50 anos, a Marispan, empresa paulista com sede em Batatais, cidade a 355 quilômetros de São Paulo, especializada em implementos agrícolas, passou por momentos disruptivos ao longo de sua história.

Filho de agricultores, Paulo Augusto do Nascimento criou a empresa em 1972 para fabricar e comercializar carregadores frontais e distribuidores de sólidos – ainda sem um foco direcionado ao agro.

Na década de 1990, seu filho Ismar assumiu o negócio, revolucionou o portfólio, e a companhia lançou seu primeiro carregador frontal para tratores agrícolas. O mix de produtos seguiu o mesmo até o fim dos anos 2000, quando recebeu novo upgrade tecnológico, com a chegada da terceira geração da família Nascimento ao comando do negócio.

Paulo Nascimento, neto do fundador e que tem o mesmo nome do avô, hoje dirige a empresa e está preparando a expansão das operações no mercado nacional e também internacional.

Nascimento conversou com o AgFeed no estande da Marispan, na Agrishow 2025, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil, realizada em Ribeirão Preto, no interior paulista. A Marispan está presente na Agrishow há 25 anos, desde 2000, e neste ano, resolveu ampliar seu estande.

Atualmente, a Marispan concentra sua operação nas imediações de sua cidade-sede, Batatais, que está localizada na região Mogiana, tradicional produtora de café. Dessa forma, a empresa consegue alcançar municípios vizinhos como Marília e Garça, que tem grande quantidade de cafeicultores.

O plano agora é ultrapassar fronteiras, segundo Nascimento. A empresa vê espaço para crescer em outras culturas em diferentes partes do Brasil, alcançando estados como o Rio Grande do Sul e as regiões Centro-Oeste e Nordeste.

“Os carregadores frontais, onde somos especialistas, são implementos que podem ser aplicados na maior parte das atividades agrícolas, desde a produção de grãos como soja e milho, mas também na pecuária de corte e leite. A gente também atua junto aos produtores de frutas e no setor florestal”, disse o executivo.

Em seus cálculos, a empresa possui um market share entre 30% e 40% no mercado brasileiro de carregadores frontais. Nos distribuidores de sólidos, a atuação é mais tímida, apenas em alguns nichos de mercado, mas também com cafeicultores e produtores de citros.

Nascimento cita, sem dar números exatos, que a empresa tem mantido um crescimento na receita de 10%, patamar que deve ser mantido em 2025.

Para este ano, a companhia vai atrás de novas regiões com um portfólio renovado, fruto de parcerias com duas multinacionais.

Junto da Jacto, a empresa lançou na Agrishow um kit para os distribuidores sólidos, que traz recursos de agricultura de precisão para o implemento.

Segundo o diretor, a parceria viabiliza que a operação seja feita com conectividade, permitindo demarcação de limites de aplicação e traz a possibilidade de atuar tanto em retas quanto em curvas na lavoura.

Já com a Stoll, uma das principais empresas de implementos da Alemanha, lançou uma nova linha de carregadores frontais, com capacidades que variam de 300 quilos a 2 toneladas.

Nascimento ressaltou que a parceria nasce tanto da vontade da Stoll em entrar no mercado brasileiro, quanto da Marispan de continuar na liderança desse segmento por aqui.

No estande da Marispan na Agrishow, Paulo Nascimento mostrava com entusiasmo as novidades, e disse ao AgFeed que a semana na feira tem mais um viés de networking do que de negócios.

“É um investimento não só financeiro, mas de recursos e energia da empresa. Estamos aqui para fechar negócios sim, mas em termos de volume, não é tão representativo. Acaba sendo uma oportunidade para falar com clientes, revendedores e mostrar as novidades”, acrescentou.

Resumo

  • Em parceria com a Jacto, a empresa lançou na Agrishow um kit para os distribuidores sólidos, que traz recursos de agricultura de precisão para o implemento
  • Com a Stoll, uma das principais empresas de implementos da Alemanha, a Marispan lançou uma nova linha de carregadores frontais
  • Empresa tem mantido um crescimento na receita de 10% ao ano, patamar que deve ser mantido em 2025