Mais de 30 empresas, sendo pelo menos 20 startups, participam este ano da chamada Arena Digital, espaço criado há quatro anos na Expodireto Cotrijal para palestras e estandes do mundo voltado à inovação na agropecuária.

Em entrevista ao AgFeed, o coordenador da Arena Digital, Marcelo Schwalbert, disse que, na primeira edição, foram apenas sete participantes e que o interesse vem crescendo. “Já estamos avaliando um projeto de expansão da área para o próximo ano e buscando maior participação de expositores B2B”, afirmou.

Atualmente o espaço tem 1660 metros quadrados e conta com público aproximado de 1,5 mil espectadores a cada ano.

Nesta edição o número de startups presentes subiu de 15 para 20, o que abrange diferentes áreas de atuação como irrigação, ESG, carbono, dados, Inteligência Artificial (IA), mercado agrícola, varejo, entre outras.

Além das novatas, participam empresas como Bradesco, SAP, Broto, além de cooperativas, como a própria realizadora da feira, a Cotrijal, uma das maiores em soja e milho do Rio Grande do Sul.

Um dos destaques este ano é a ByAgro, que está no mercado há um ano e meio. A partir da demanda de uma revenda de produtos para irrigação, que acabou se tornando sócia da startup, a ByAgro desenvolveu programas de automação e telemetria para pivôs, sistema de manejo autônomo de irrigação e uma técnica de suplementação luminosa para plantas.

“Nosso diferencial é que construímos um sistema forte de comunicação entre a base e os equipamentos, via rádio, de forma que não haja problemas de falta de transmissão de dados por conta de internet ruim. Podemos chegar aos lugares mais remotos do Brasil”, afirma Leonardo Teixeira, CEO da ByAgro.

Ele afirma que a empresa já alcançou 400 equipamentos comercializados e que, destes, 300 já estão instalados. “Nossa meta para este ano é dobrar o número de equipamentos instalados e abrir revendas”, ressaltou.

Também tem chamado a atenção do público as demonstrações de drones. A Arena Digital conta com diversos expositores relacionados a esse universo.

Uma delas é a Xmobots, uma das representantes da chinesa Dji presentes na feira. Apesar do momento desafiador do agro, com preços agrícolas mais baixos, as empresas deste segmento apostam que o produtor rural cada vez mais tende a adquirir os próprios drones, à medida que os equipamentos passam a ser mais acessíveis.

Empresas tradicionais de implementos agrícolas como a paulista Baldan aproveitam a oportunidade para apresentar suas novidades tecnológicas. A fabricante está mostrando duas tecnologias desenvolvidas por startups, uma brasileira e outra canadense, que incorporam um sistema telemetria em seu pulverizador, além de um software que auxilia no planejamento agrícola, gerando mapas de plantio e pulverização.

“Nós queremos criar um ecossistema que gere soluções amigáveis para o uso do produtor rural e que proporcione aumento de produtividade e renda para a propriedade”, explicou Márcio Barion, gerente de inovação e transformação digital da Baldan. A empresa criou um laboratório de inovação para avançar na integração de novas tecnologias aos equipamentos.