O Venture Capital é uma modalidade de investimento considerada de alto risco. Isso porque se destina a empresas que estão começando, startups em fase inicial de desenvolvimento e crescimento.

Mas muitas grandes empresas enxergam no Venture Capital uma saída para investir em inovação. A MSW Capital aproveita esta demanda para montar fundos com recursos destas corporações que investem em empresas que estão no começo de suas vidas.

O mais recente aporte viabilizado pela gestora foi na iRancho, empresa que oferece tecnologia para manejo de gado de corte, e que vai utilizar a injeção de R$ 7,2 milhões do fundo com recursos do Banco do Brasil para viabilizar seu programa de rastreabilidade, o SafeBeef.

Mas outro projeto ligado ao agronegócio está perto de receber recursos do fundo do BB gerido pela MSW. “Não podemos dizer o nome da empresa ainda, mas é uma agfintech que atende principalmente os pequenos produtores rurais”, conta Moises Swirski, fundador e sócio da gestora.

O próprio Swirski tem uma história muito ligada ao empreendedorismo. Primeiro como educador, com uma escola que foi comprada pelo Ibmec.

Posteriormente, ele foi procurado pela Microsoft e pela Qualcomm, duas gigantes tecnológicas globais, que queriam investir em startups.

Agora, a MSW tem três fundos de Venture Capital Corporativo sob gestão. O do BB tem R$ 80 milhões em recursos que já estão quase totalmente alocados, segundo Swirski.

O maior fundo, de R$ 150 milhões, é formado por recursos de várias empresas, tendo como maiores investidores Embraer, Baterias Moura, BB Seguros e a AgêRio, a agência de fomento do estado do Rio de Janeiro

O outro fundo, chamado de 110 Ventures, é voltado para os setores de entretenimento e mídia, e conta com R$ 65 milhões em investimentos.

No que diz respeito às agtechs, além da iRancho, mais recente, a MSW tem outras duas empresas investidas no seu portfólio.

Uma delas é a Tbit, empresa que atua na análise da qualidade em várias etapas da produção de grãos e também de ração animal, por meio de equipamentos de alta precisão de detecção de defeitos e pragas.

A outra startup que recebeu aporte dos fundos geridos pela MSW é a Tanaris Brasil, que atua com drones e helicópteros para captar imagens e detectar doenças e pragas em plantações.

Swirski conta que não é só o BB que coloca o agronegócio como foco. “A Embraer também está olhando muito para o setor, com soluções que envolvem principalmente drones”.

O caso citado pelo sócio da MSW é o da Speedbird, que hoje atua com logística de entrega de pequenos pacotes e encomendas, e que é investida do fundo multicorporativo.

É uma empresa que ainda pode ajudar muito na cadeia do agronegócio, principalmente na logística”, afirma Swirski.

O fundador da MSW afirma que o objetivo das empresas é entrar e permanecer como investidores minoritários. “Pode acontecer uma aquisição, não existe um impeditivo. Mas o foco é contribuir para o crescimento da empresa, e sair depois de um grau de amadurecimento”.

Ele afirma que, em geral, o prazo de saída dos fundos é de cinco anos. “Recentemente, nós tivemos duas saídas no fundo do BB que aconteceram antes deste prazo, em quatro anos. E o retorno foi de seis vezes o valor investido em um dos casos, e de sete vezes em outro”.

Um dos casos foi da startup Olivia, que utilizava inteligência artificial para ajudar os usuários a economizar e planejar gastos. A empresa foi adquirida e incorporada pelo Nubank em novembro de 2022.

Outro caso foi da Car10, empresa de serviços automotivos que foi vendida para a Webmotors, que recentemente teve uma fatia de 40% vendida pela Santander para a Carsales.com por R$ 1,240 bilhão.