São nada menos do que 35 anos de carreira dedicados à Cargill, uma das gigantes do agronegócio no mundo e a maior empresa de capital privado dos Estados Unidos.

O zootecnista goiano Paulo Sousa começou na companhia como trainee e hoje é o presidente das operações do Brasil, além de responder por áreas em toda a América Latina.

E toda vez que ele é convidado a participar de um debate é ouvido com atenção. Afinal, os passos da multinacional americana muitas vezes ditam tendências para o agronegócio.

Maior companhia privada, com controle familiar, dos Estados Unidos, a Cargill já foi considerada diversas vezes também como a maior empresa do agro brasileiro, com destaque para os negócios de trading de grãos e derivados, além da produção de alimentos e biocombustíveis.

Nesta entrevista exclusiva ao AgFeed, como convidado do videocast AgLíderes, Paulo Sousa analisou de maneira firme e tranquila fatos que vão desde o avanço da empresa no mercado de combustíveis até a “queda de braço” entre tradings e produtores rurais na questão que envolve o acordo antidesmatamento chamado “moratória da soja”.

Entre as boas notícias, ele confirmou ao AgFeed que a recém-criada Cargill Bionergia, depois que a empresa adquiriu 100% da joint venture que tinha com a antiga usina São João (SJC Bionergia) já tem planos de ampliar a produção de etanol de milho.

Segundo ele, os detalhes para finalizar o negócio vinham atrasando investimentos, que agora serão feitos. Entre as prioridades está ampliar o atual processamento estimado em 700 mil toneladas de milho.

Paulo Sousa admitiu que tem um certo arrependimento de não ter defendido, anos atrás, mais investimentos no etanol de milho dentro do modelo stand alone, ou seja, com foco exclusivo. Na SJC, a usina é flex, pode produzir etanol tanto a partir do cereal quanto com base em cana-de-açúcar.

O presidente da Cargill também comentou os resultados negativos que a empresa apresentou em 2024, quando fechou com prejuízo de R$ 1,7 bilhão em 2024, depois de ter registrado um lucro líquido de R$ 2,5 bilhões no anterior.

“O nosso negócio é cíclico, faz parte do negocio ter altas e baixas e o ano calendário 2024, quero acreditar que foi o ponto baixo de um ciclo”, afirmou.

Quer saber o que disse Paulo Sousa sobre o “efeito Trump” no mercado de grãos e a “moratória da soja”? Confira o vídeo com a entrevista na íntegra.

Resumo

  • Com 35 anos de carreira na Cargill, Paulo Sousa lidera as operações no Brasil e América Latina, sendo uma das vozes mais influentes do agronegócio
  • A Cargill planeja ampliar a produção de etanol de milho com sua nova unidade Cargill Bioenergia, após assumir 100% da SJC Bionergia
  • Na entrevista, ele trata de temas que vão das tarifas impostas pelo governo Trump ao embate em torno da Moratória da Soja