Ele diz que “nasceu na agricultura” e consegue mostrar entusiasmo e otimismo em relação ao setor mesmo em tempos desafiadores, como agora. Marcelo Batistela é engenheiro agrônomo e tem quase 30 anos de carreira dedicados, principalmente, à indústria de insumos agrícolas.

Na entrevista exclusiva ao videocast do AgFeed, o AgLíderes, o executivo mostrou como está conduzindo um dos principais mercados para a multinacional alemã Basf quando se trata de soluções agrícolas.

Batistela ocupa atualmente o cargo de vice-presidente do segmento no Brasil. Segundo ele, cerca de 20% do negócio agrícola da Basf, que hoje fatura cerca de 10 bilhões de euros, têm como origem o agro brasileiro.

Até 2022, o mercado de defensivos como um todo crescia dois dígitos, mas a situação mudou completamente nos últimos anos, com números bem mais tímidos.

Perguntado se o ápice desse setor já passou, Batistela respondeu: “Vamos ter uma redução da taxa de crescimento horizontal, estamos competitivos, mas estamos produzindo com velocidade maior do que a demanda cresce”.

Neste cenário, o VP da Basf considera que as empresas do setor precisam buscar cada vez mais a inovação que leva ao “crescimento vertical”, viabilizando mais eficiência ao produtor rural, por mais produtividade e menor custo.

Uma das apostas é a expectativa de crescimento para o uso de soluções digitais na agricultura, por meio de serviços agronômicos – a empresa vem investindo na plataforma xarvio – ou por outras alternativas como marketplace, soluções financeiras e ecossistema voltado a startups.

Em outra frente, a Basf diz estar bem posicionada para seguir avançando em biológicos. Batistela diz que o objetivo é “combinar” tecnologias, ou seja, seguir apostando no químico, mas com novas opções em bioinsumos, que podem ser usados de forma complementar.

Segundo ele, os biológicos já representam 10% da receita da empresa no Brasil. “Mas não me surpreenderia se chagasse a 15% ou 20%”, afirmou, considerando que os bioinsumos seguem crescendo em taxas mais elevadas do que os químicos.

Sobre os desafios para a safra 2025/2026, Batistela diz que o maior deles é o crédito, em função da dificuldade que agricultores tem enfrentado para obter financiamentos de custeio.

Como resposta ao problema, o executivo da Basf revelou ao AgFeed que, considerando três fundos que a empresa possui, mais outras “operações estruturadas”, deve alcançar R$ 2,5 bilhões em crédito concedido ao agricultor este ano. Se confirmado, o volume será o dobro do que foi financiado na safra passada.

Marcelo Batistela também comentou os preparativos da Basf, globalmente, para uma separação da divisão agrícola, com uma possível abertura de capital (IPO parcial), o que poderia ajudar a seguir financiando o avanço das pesquisas.

Será que apesar das dificuldades será possível crescer em receita este ano? As respostas do VP da Basf sobre este e outros temas, você confere em mais um episódio inédito do AgLíderes, dispnível nos nossos canais no YouTube ou no Spotify.