A Suzano, maior companhia de celulose do mundo, teve uma quarta-feira de comunicados e mudanças: a empresa reportou queda nos lucros do quarto trimestre de 2023 e também a substituição do atual CEO Walter Schalka.
O escolhido para assumir o cargo a partir de julho deste ano é João Alberto Fernandes de Abreu, que oficializou hoje estar deixando a posição de CEO da Rumo, o braço de logística do grupo Cosan.
Em fato relevante, a Suzano informou que Schalka permanece no cargo até 1 de julho de 2024. A partir de abril os dois executivos “vão conduzir conjuntamente e de forma ordenada um processo de sucessão”, segundo o comunicado.
O balanço divulgado hoje pela Suzano mostra um lucro líquido de R$ 4,5 bilhões nos últimos três meses do ano, 39% de queda em relação aos R$ 7,5 bilhões do mesmo período do ano passado.
A redução foi menos acentuada do que esperavam os analistas de mercado, que apresentavam projeções ao redor de R$ 3 bilhões no lucro líquido do quarto trimestre.
Em 2023 a Suzano contabilizou lucro de R$ 14,1 bilhões, o que também representou uma queda de 40% em relação ao ano anterior.
As vendas de celulose da companhia ficaram estáveis no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2022. Já no resultado anual, houve leve queda de 4%, com 10,6 milhões de toneladas comercializadas no ano.
A relação da dívida líquida em relação ao Ebitda ajustado em reais subiu de 2x para 3x no ano passado.
O destaque positivo foi o volume vendido de papel que cresceu 14% na comparação trimestral, mas ainda caiu 1% no resultado do ano.
Ao comunicar os resultados, a Suzano afirmou que em 2023, apesar de um primeiro semestre desafiante, marcado pela queda dos preços de seus produtos, o sentimento do mercado melhorou significativamente, especialmente na segunda metade do ano.
A empresa destacou que esta melhora dos fundamentos e dos preços refletiu no aumento do Ebitda ajustado do quatro trimestre de 2023
O documento ressalta que o Ebitda da unidade de negócio de papel voltou a superar R$ 3 bilhões em um ano, “também beneficiado pelo efeito da aquisição do negócio de tissue da Kimberly Clark no segundo semestre e permanecendo praticamente em linha com o recorde estabelecido em 2022.
A relação da dívida líquida em relação ao Ebitda ajustado em reais subiu de 2x para 3x no ano passado.
Apesar disso, a companhia destacou que a dívida líquida em dólares permaneceu estável, em relação ao trimestre anterior, em US$ 11,5 bilhões. Segundo a Suzano, “a política de hedge cambial continuou cumprindo seu papel, trazendo uma entrada de caixa positiva de R$ 1,2 bilhão no trimestre e um ajuste de caixa positivo de R$ 3,6 bilhões no ano.