O Grupo Piccini, comandado pelo produtor rural e empresário Joci Piccini, recebeu sinal verde para colocar em operação sua primeira planta para produção de etanol de milho.
Parte de um plano de investimento antecipado em novembro de 2024 pelo AgFeed, a indústria localizada em Tapurah (MT) foi erguida pela RRP Energia, empresa constituída pelo grupo para atuar no segmento de biocombustíveis e que tem Luciano Souza, ex-diretor comercial da ADM, como CEO.
A autorização oficial para produção foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 21 de outubro, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Segundo a RRP, a planta já começa a operar superando as metas previstas para a primeira fase. A usina tem capacidade inicial de moagem de 1,1 mil toneladas de milho por dia. Isso proporciona uma produção, nessa primeira fase, de 14.5 milhões de litros de etanol por mês, além da produção de 9.4 mil toneladas de DDGS ou 19 mil toneladas de WDGS e 550 toneladas de óleo de milho.
Segundo a empresa, nessa etapa inicial estão sendo gerados 165 empregos diretos e cerca de 500 indiretos.
A operação começou imediatamente após a confirmação da autorização da ANP. Ao AgFeed, Luciano Souza disse que, nos próximos dias, o trabalho será voltado á estabilização da qualidade, tanto do etanol, que precisa atender a parâmetros exigidos pela agência, como do DDGS e do WDGS, usados na nutrição animal.
A distribuição do etanol no primeiro momento, será feita pela Idaza, empresa também pertencente ao grupo Piccini. Já o DDGS e WDGS serão destinados inicialmente ao confinamento do grupo, mas em breve serão comercializados para clientes da própria região.
“A demanda por aqui está muito forte”, afirma Souza.
O cronograma da RRP prevê, a partir de agora, a continuação das obras em Tapurah, cuja segunda fase tem inauguração prevista para junho de 2026. Quando isso acontecer, a capacidade de moagem deve praticamente triplicar, atingindo 3 mil toneladas de milho por dia.
As obras da usina foram iniciadas no primeiro trimestre de 2024. O investimento total da planta deve atingir R$ 1,2 bilhão, valor superior ao inicialmente orçado.
O projeto da RRP inclui também a construção de uma segunda planta, com Capex estimado em R$ 950 milhões, no município de Diamantino (MT). Segundo Souza, a previsão é a de que a primeira fase a futura unidade comece a produzir ao longo de 2027.
“Iniciamos as operações com resultados acima das expectativas, o que reforça a força do nosso time e o modelo de agronegócio integrado e sustentável que construímos”, afirma Joci Piccini em comunicado.
O Grupo Piccini é um dos mais tradicionais do agronegócio de Mato Grosso, especialmente na região de Lucas do Rio Verde. Joci Piccini tem 90 mil hectares de lavouras só na primeira safra, além de negócios em diferentes áreas, como confinamento de gado, concessionárias Case e New Holland e até postos de combustíveis.
Foi um dos idealizadores da Fundação Rio Verde, de pesquisa e desenvolvimentoFundação Rio Verde tecnológico na agricultura, que deu origem à Show Safra, maior feira de tecnologia agrícola de Mato Grosso, que ocorre em março, em Lucas do Rio Verde.
“Estamos conectando fornecedores e clientes e transformando o potencial agrícola do Mato Grosso em energia renovável, competitiva, sustentável e em ração animal. É uma conquista que fortalece a integração e verticalização do grupo e também a matriz energética brasileira”, completa Luciano Souza.
Resumo
- RRP Energia, do Grupo Piccini, inicia produção de etanol de milho com planta em Tapurah (MT)
- Produção inclui etanol, óleo de milho e DDGS/WDGS, com foco em nutrição animal; segunda fase será entregue em 2026.
- Investimento ultrapassa R$ 2 bilhões e inclui uma segunda planta em Diamantino (MT), prevista para 2027