Antes da temporada 2024/2025 começar, a SLC cansou de projetar ao mercado uma “safra cheia”.

A previsão se concretizou e, a julgar pelas projeções para a temporada que foi recém-iniciada, a “safra cheia” ganhará uma parte 2.

A companhia divulgou, em fato relevante arquivado na CVM na noite desta quinta-feira, 2 de outubro, projeções para área plantada, produtividade e custos referentes à safra 2025/26.

De cara, a SLC já começa o ano com mais áreas de cultivo. Depois de ter desembolsado cerca de R$ 1 bi para comprar a Sierentz Agro, estima uma área plantada de 836 mil hectares, um avanço de 13,6% frente à temporada anterior, quando cultivou 735,9 mil hectares. As novas áreas serão utilizadas para o cultivo de soja e milho, segundo a empresa.

Da área total, 429 mil hectares serão destinados à soja, número 13,8% maior que na outra temporada e que representa 51,4% do total dos hectares de cultivo. O algodão de primeira safra será cultivado em 103,3 mil hectares e o de segunda safra em 96,3 mil hectares. Os avanços são de 8,2% e 15,6%, respectivamente.

O milho safrinha ocupará 158 mil hectares, um avanço de quase 30% em um ano. As demais culturas de segunda safra ocuparão 48,4 mil hectares.

As maiores áreas dessas outras culturas ficam com braquiária, em 16,5 mil hectares, trigo em quase 7 mil hectares e ainda 8,1 mil hectares dedicados à pecuária.

Além de mais áreas, a SLC projeta mais produtividade em suas principais culturas. A soja terá um incremento de produtividade mais modesto, subindo de 66,3 sacas (3,9 toneladas) para 67,3 sacas (4 toneladas) por hectare, um avanço de 1,5%.

No algodão em pluma de primeira safra, a estimativa é de 2,06 toneladas por hectare, ligeiro avanço frente às 2,04 toneladas por hectare do ciclo anterior. Na segunda safra, o salto é de 1,91 tonelada para 1,98 tonelada por hectare, alta de 3,8%.

O caroço de algodão deve alcançar 2,49 toneladas em cada hectare, crescimento de 2,5% em relação às 2,43 toneladas por hectare da temporada 2024/25.

Esses avanços, contudo, não serão garantia de margens mais altas para a empresa, que informou que os custos por hectare serão 10,2% maiores neste ano, com um custo médio de R$ 7,1 mil por hectare.

“Os principais impactos se referem ao aumento do volume de fertilizantes devido a necessidade de reposição de nutrientes no solo, e melhoria/reforço no pacote de defensivos”, disse a SLC no fato relevante.

Por cultura, o milho de segunda safra é o que sofreu a maior alta nos custos, de 11,8%, mas apesar disso, segue tendo o menor custo médio por hectare, em R$ 4,4 mil. Já a soja terá custos 11,1% maiores, atingindo R$ 5,1 mil.

Os custos do algodão ficaram, na média por hectare, em R$ 13,8 mil na primeira safra e R$ 12,8 mil na segunda. Os avanços são, respectivamente, de 7,8% e 10,5%.

Resumo

  • Área plantada da SLC sobe 13,6% e chega a 836 mil hectares na temporada 2025/26 após compra da Sierentz Agro.
  • Produtividade esperada é maior nas principais culturas como soja, algodão e milho, com ganhos de até 3,8% nas lavouras.
  • Ao mesmo tempo, os custos médios por hectare crescem 10,2%, puxados por fertilizantes e defensivos mais caros.