Quando a FNF Ingredients foi criada por empresários chineses do ramo de vitaminas e nutrição animal, a ideia era simples: aumentar o perfil exportador do segmento no gigante asiático. A empresa chegou ao Brasil em 2020 e desde então, tem conseguido ganhar espaço com rapidez.
Conforme explicou o diretor da operação brasileira da empresa, Alexandre Costa, a empresa espera faturar R$ 50 milhões neste ano. No ano passado, a arrecadação bateu os R$ 35 milhões, o que faria o resultado de 2023 ser pouco mais de 40% maior na comparação anual.
Esse crescimento tem feito a empresa se movimentar e, conforme revelou o diretor, a empresa deve, nos próximos meses, dobrar a capacidade de seu principal armazém no país.
A companhia importa os produtos que vende por aqui de forma B2B, ou seja, vende para empresas que produzem ração. Esses produtos englobam vitaminas e aminoácidos que entram na composição do chamado Premix.
A estrutura atual da FNF no Brasil conta com três armazéns com capacidade para mil toneladas de estoque. O maior deles, localizado em Barueri, consegue armazenar 500 toneladas atualmente e a ideia é que essa instalação sozinha atinja as mil toneladas. As outras duas instalações ficam em Guarulhos e Curitiba.
A de Guarulhos é específica para a nutrição humana, braço que a empresa começou a expandir neste ano. As outras duas atendem o mercado animal.
“Em Barueri temos um armazém de mil metros quadrados e a ideia é ir para dois mil metros, dobrando a quantidade de prateleiras. Devemos alugar um novo galpão”, comentou Costa.
Os produtos estocados vêm da China, segundo Costa. O gigante asiático, além de ser o idealizador do negócio global que já está em países como Brasil, EUA, Canadá, América Latina e Oriente Médio, é alvo de visitas frequentes de Alexandre Costa para conversar com empresários locais.
Segundo ele, a ideia é passar uma percepção de que o Brasil, além de fornecedor de matérias primas, também é um mercado consumidor no agro global. As viagens geralmente acontecem duas vezes por ano.
“Temos que ir lá para demonstrar o tamanho do Brasil como consumidor dos produtos deles. É válido visitar as fábricas na China pois temos, em alguns setores, os melhores produtos vindos de lá”, comentou.
CEsse parceiro visitado é da parte de nutrição humana, onde a FNF passou a atuar recentemente. Segundo Costa, a empresa viu uma oportunidade de mercado para a expansão, e aproveitou que em muitos casos, as mesmas empresas que compram os produtos de nutrição animal também têm a área humana.
Tanto que alguns produtos, como algumas vitaminas e aminoácidos, são os mesmos usados nas duas áreas. A oportunidade, contudo, trouxe um desafio para o diretor, que tem uma carreira focada na nutrição animal.
Antes da FNF, o executivo atuou como diretor regional de vendas da CJ CheilJedang, antiga dona da CJ Selecta. Também na área de vendas, passou 10 anos na ADM e dois anos na Ajinomoto.
A aposta para suprir os desafios e encarar o mar de gigantes da nutrição animal é o atendimento mais personalista. “Por ser uma empresa pequena perto dos concorrentes temos flexibilidade e consigo fazer entregas no mesmo dia. O cliente fecha uma compra de manhã e de tarde já recebe”, disse.
A relação com a concorrência é diferente da tradicional e não ocorre somente pela disputa de mercado. Como a empresa vende os ingredientes, Costa conta que as empresas que ele achava que seriam os concorrentes da FNF acabaram virando seus maiores clientes. Entre elas estão a dsm-firmenich, a MCassab e a Cargill.
“Isso acontece pois as empresas demandam 100% das matérias primas importadas. Sempre ocorrem atrasos no embarque ou na nacionalização e, uma hora ou outra, elas precisam comprar no mercado local. No momento que precisarem do produto eu tenho. E isso vira oportunidade”, afirmou o diretor.