Depois de ter quebrado uma sequência de resultados ruins no primeiro trimestre deste ano, ao registrar lucro líquido, a Fertilizantes Heringer, empresa pertencente à Eurochem, voltou ao vermelho no período de abril a junho.
A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 28,8 milhões no segundo trimestre deste ano. Apesar de negativo, o prejuízo foi menor do que no mesmo período do ano passado, quando a perda chegou a R$ 342,9 milhões.
Já o Ebtida (sigla para lucro antes de juros, impostos e amortizações) do segundo trimestre deste ano veio pior do que há um ano, negativo em R$ 76,3 milhões, ante resultado também negativo de R$ 55 milhões no mesmo período do ano passado.
A receita líquida também veio menor do que a registrada há um ano, somando R$ 700,8 milhões, ante R$ 745 milhões no mesmo período de 2024.
Houve uma queda de 22,8% na quantidade de entregas de produtos feitas ao longo do trimestre, passando de 355 mil toneladas para 274 mil toneladas.
A Heringer diz que o resultado negativo se explica pelas dificuldades de os produtores rurais acessaram crédito somada aos preços altos de fertilizantes e também à dinâmica negativa de mercados como o do açúcar, com preços em queda, fazendo com que os produtores atrasassem suas compras ao longo do segundo trimestre.
Analisando o primeiro semestre como um todo, a situação da Heringer não muda muito, mesmo com o lucro líquido registrado nos três primeiros meses de 2025.
Na metade inicial do ano, houve uma queda de 22,4% nas entregas, que passaram de 810 mil toneladas na primeira metade de 2024 para 632 mil toneladas no mesmo período deste ano.
A receita líquida no período também decresceu no primeiro semestre, fechando em R$ 1,6 bilhão, inferior ao R$ 1,7 bilhão registrado nos seis primeiros meses de 2024.
"O aumento nos preços das matérias primas no mercado internacional no decorrer de 2025 corroborou para a redução de cerca de 6% em ambos os períodos, 2T25 e 1S25, mesmo diante de uma redução relevante nos volumes entregues", diz a Heringer.
O Ebitda, por sua vez, ficou negativo em R$ 72,8 milhões no semestre, resultado menos pior que os R$ 107,1 milhões negativos acumulados na primeira metade de 2024.
Com vários resultados negativos em sequência, a companhia vem passando por mudanças nos últimos meses.
No começo de abril, a Heringer anunciou que iria hibernar por tempo indeterminado três plantas, localizadas em Rio Verde (GO), Ourinhos (SP) e Iguatama (MG), diante da baixa performance financeira histórica e viabilidade econômica das plantas no contexto atual de mercado.
Em contrapartida, a empresa informou na ocasião que iria retomar a operação da fábrica de Paranaguá (PR), junto ao terminal portuário, com produção inicialmente voltada a elementos simples – sob a perspectiva de receber parte dos R$ 200 milhões que a Eurochem pretende investir no Brasil ao longo deste ano.
A Heringer já havia paralisado as operações de outras duas unidades, nas cidades de Dourados (MS) e Rosário do Catete (SE). Há ainda uma outra fábrica fechada há mais tempo, a de Porto Alegre (RS), hibernada desde 2020. Ao todo, a empresa possui 14 unidades no país, entre fábricas em operação e fechadas.
Mais recentemente, em julho passado, a Heringer anunciou que iria trocar de CEO, com a entrada de Rodrigo Horta Oliveira, ex-diretor de logística da Eurochem, no lugar de Gustavo Horbach.
Resumo
- No segundo trimestre de 2025, a Fertilizantes Heringer voltou a registrar prejuízo, com resultado negativo de R$ 28,8 milhões.
- O Ebitda ficou negativo em R$ 76,3 milhões, pior que o resultado negativo de R$ 55 milhões no mesmo período de 2024, enquanto a receita líquida caiu para R$ 700,8 milhões.
- As entregas recuaram 22,8% no trimestre, de 355 mil para 274 mil toneladas, impactadas por crédito mais restrito e preços altos de fertilizantes.