O crescimento da demanda global por fertilizantes, com destaque para o Brasil, ajudou a gigante dos fertilizantes Mosaic a começar o ano de 2025 com o pé direito.
A companhia divulgou os números do primeiro trimestre de 2025 na terça-feira, dia 6 de maio, e apresentou um lucro líquido de US$ 238 milhões entre janeiro e março deste ano, aumento de expressivos 428,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando havia atingido um lucro de US$ 45 milhões.
“Esse valor inclui o impacto positivo, após impostos, de itens específicos que somam US$ 82 milhões, principalmente devido a ganhos não realizados em transações de moeda estrangeira e derivativos”, diz a Mosaic.
Já o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de US$ 544 milhões no período, recuando 5,5% em relação ao começo de 2024, quando havia atingido US$ 576 milhões.
A receita da companhia também teve uma leve retração de 2%, passando de US$ 2,7 bilhões nos três primeiros meses de 2024 para US$ 2,6 bilhões agora, refletindo a queda dos preços do potássio.
No potássio, com quedas nos preços, a receita com vendas diminuiu, passando de US$ 643 milhões nos três primeiros meses de 2024 para US$ 570 milhões neste ano. O volume de comercialização também registrou ligeira retração, passando de 2,2 milhões de toneladas para 2,1 milhões de toneladas
No negócio de fosfato, a receita teve pequeno recuo, passando de US$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2024 para US$ 1,1 bilhão no começo de 2025. O volume de vendas também teve pequena contração, passando de 1,6 milhão de toneladas para 1,5 milhão de toneladas. A Mosaic informou que os preços mais altos e margens de beneficiamento elevadas compensaram volumes de vendas mais baixos.
Já o segmento Mosaic Fertilizantes registrou aumento em sua receita de vendas, que passou de US$ 886 milhões no primeiro trimestre do ano passado para US$ 934 milhões agora, refletindo volumes mais altos. O Ebtida ajustado da área foi de US$ 122 milhões no período, ante US$ 83 milhões nos três primeiros meses de 2024.
“Ganhos substanciais em eficiência operacional ajudaram a tornar o primeiro trimestre de 2025 um dos melhores primeiros trimestres da história da Mosaic Fertilizantes e devem impulsionar um crescimento significativo do Eitda ajustado do segmento no segundo trimestre", resumiu Bruce Bodine, CEO da Mosaic.
Bodine acrescentou também que o desempenho da companhia no primeiro trimestre refletiu "fundamentos sólidos" do mercado de fertilizantes.
“Nosso acesso incomparável ao mercado global nos posiciona para aproveitar a aceleração da demanda que está emergindo nos mercados internacionais, especialmente no Brasil. Como resultado, esperamos um crescimento significativo nos volumes de vendas da Mosaic Fertilizantes este ano", disse.
A companhia avalia que o bom momento deve ter contribuição também da oferta restrita de fosfato se mantendo ao longo do ano e a forte demanda por potássio ainda sustentando o aumento dos preços.
O guidance da Mosaic para 2025 é de que o volume de produção de fosfato fique entre 7,2 milhões de toneladas e 7,6 milhões de toneladas, e o de potássio, entre 9,0 milhões de toneladas e 9,4 milhões de toneladas – a projeção para o potássio inclusive subiu em relação ao balanço anterior, divulgado em fevereiro, quando a Mosaic esperava uma produção girando entre 8,7 a 9,1 milhões de toneladas.
A companhia projeta que os volumes de vendas da Mosaic Fertilizantes cresçam 15%, chegando a uma faixa entre 10 milhões de toneladas e 10,8 milhões de toneladas, refletindo o "forte posicionamento da empresa no mercado" e a perspectiva de "demanda altamente favorável" no Brasil, onde as remessas de fertilizantes devem atingir "outro recorde" em 2025, segundo a empresa.
A companhia diz que a expansão está associada à instalação de uma unidade de mistura em Palmeirante (TO), com capacidade de produção de um milhão de toneladas, que deve entrar em operação em julho deste ano, segundo a Mosaic. A expectativa é de que essa planta gere uma margem bruta anual de US$ 30 milhões a US$ 40 milhões.
"Mais de 50% dos volumes adicionais esperados de Palmeirante em 2025 já está reservado para clientes", adiantou a Mosaic.
A empresa também está empenhada em cumprir seu projeto de redução de custos de US$ 150 milhões, a ser executado até o fim de 2025.
Parte desse plano envolve a venda de ativos. A Mosaic espera concluir aindaem 2024 a venda por US$ 125 milhões da mina de fosfato que operava em Patos de Minas (MG) e foi negociada com a Fosfatados Centro. O negócio foi anunciado em janeiro deste ano.
Além disso, a companhia informou que, no primeiro trimestre, iniciou um processo que envolve vender a mina localizada em Patrocínio (MG) e as instalações de mineração e beneficiamento em Araxá (MG), ou ainda atrair capital para desenvolver o processamento de nióbio na planta de Araxá.
A Mosaic também disse que está "dialogando com investidores" para "explorar alternativas estratégicas" para suas unidades Carlsbad, nos Estados Unidos, e Taquari, complexo localizado em Rosário do Catete (SE).
Resumo
- CEO da empresa, Bruce Bodine, disse que eficiência operacional fez deste um dos melhores trimestres da história da empresa
- A companhia projeta que os volumes de vendas cresçam 15% em 2025 e prevê recorde de remessas para o Brasil