Enquanto gigantes do setor de açúcar e etanol mostram no papel o efeito das queimadas e clima seco em São Paulo, quem fica em outras regiões, tem motivos para comemorar, inclusive no balanço.
É o caso da CerradinhoBio, que divulgou os resultados nesta quarta-feira e mostrou avanço em todos os indicadores, sejam financeiros ou operacionais.
A companhia encerrou o terceiro trimestre do ano-safra (período de outubro a dezembro de 2024) com um lucro líquido de R$ 110,6 milhões e uma receita líquida de R$ 1,17 bilhão. Os indicadores mostram avanço de 26% e 102,9%, respectivamente, na comparação com o mesmo período da temporada passada.
No acumulado do ano até dezembro, o lucro líquido soma R$ 182,8 milhões e a receita líquida R$ 2,7 bilhões, altas de 111,2% e 48,1%.
De acordo com a empresa, o desempenho positivo foi resultado do crescimento na moagem, da diversificação e vendas de açúcar, de uma recuperação dos preços do etanol e da expansão da produção de etanol de milho, feita pela subsidiária Neomille, e seus coprodutos.
A moagem de cana atingiu 748 mil de toneladas no trimestre, queda de 35% em um ano. Ao mesmo tempo, o processamento de milho cresceu 94%, chegando a 371 mil toneladas.
No acumulado do ano, já são 4,8 milhões de toneladas de cana e 1,1 milhão de toneladas de milho.
A produção de etanol atingiu 209 milhões de litros, alta de 30,4% em um ano. A produção de açúcar VHP, iniciada no trimestre, chegou a 42 mil toneladas. No acumulado, são 842 milhões de litros e 141 mil toneladas, respectivamente.
A Cerradinho passou a produzir e vender açúcar na metade do ano passado, quando concluiu a construção de sua primeira fábrica em Chapadão do Céu, no estado de Goiás. Iniciada em 2023, a obra custou R$ 289 milhões.
Em termos de vendas, a companhia vendeu R$ 743 milhões de biocombustíveis (etanol de cana e de milho), alta de 100%, e R$ 111,3 milhões em açúcar.
Os preços também ajudaram a impulsionar os resultados. No biocombustível, o preço médio por litro foi de R$ 2,67, alta de 6,8% em comparação ao ano anterior. No açúcar, a companhia vendeu por R$ 2,3 mil por tonelada.
A companhia ainda somou uma receita de R$ 41 milhões com geração de energia elétrica, alta de 34,4% em um ano.
O número final contou também com quase R$ 122 milhões da venda de DDG, originado da produção do etanol de milho, e outros R$ 38 milhões com a venda de óleo do cereal.
A dívida líquida se manteve estável em R$ 2,4 bilhões, mas com o aumento do Ebitda, que atingiu R$ 171 milhões no trimestre, a alavancagem da companhia caiu de 4,7 vezes para 2,28 vezes.
Ao final do ano fiscal da empresa, de abril até dezembro, a Cerradinho tinha um estoque de 57 mil CBIOs. Ao longo do período, foram comercializados, considerando CerradinhoBio e Neomille, 365,2 mil CBIOs, volume 55,7% inferior ao mesmo período da safra anterior.
“Dado os preços líquidos registrados terem sido 30% menores por conta de impostos como PIS/COFINS e IR, a receita líquida para o produto registrou uma redução de 68,9%, totalizando R$ 22,7 milhões”, afirmou a empresa.