Quatro meses depois de lançar seu primeiro fundo de investimentos, para financiar o agro via mercado de capitais, o governo paulista está ampliando a aposta.
O governador Tarcísio de Freitas deve detalhar um pacote de cerca de R$ 600 milhões em crédito voltado ao agronegócio na visita que fará nesta terça-feira, na Agrishow.
O secretário de agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, adiantou ao AgFeed que entre as medidas estão dois novos FIDCs – Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – no mesmo modelo do que foi lançado em dezembro do ano passado.
“Serão R$ 600 milhões distribuídos entre dois FIDCs, um para biocombustíveis e outro para logística rural, somando R$ 115 milhões. Aí R$ 50 milhões da Desenvolve São Paulo para os programas Agromáquinas SP, com juros muito acessíveis, abaixo do mercado”, afirmou.
Também estão no pacote R$ 100 milhões destinados ao seguro rural, que representaria um volume recorde para o estado, segundo o secretário. “Ano passado a gente alcançou 21 mil produtores com esse valor e 85% dos municípios do estado”.
As medidas incluem ainda valores alocados no programa Pró Trator, para financiar maquinário a pequenos produtores e também para o FEAP, que é o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista.
Sobre os FIDCS, Piai explica que a Desenvolve SP fez um chamamento de R$ 500 milhões, no fundo anunciado em dezembro do ano passado, como mostrou o AgFeed.
“Agora ela está disponibilizando esse recurso conforme os fundos fazem o credenciamento, comprovam a justificativa técnica”, disse ele.
O aporte que sai do governo paulista, estimado em R$ 50 milhões no fundo operado pela Rio Bravo, dessa vez chegará a R$ 115 milhões.
O secretário diz que, considerando o que virá da iniciativa privada., “passará de R$ 200 milhões com certeza”.
Segundo ele, além das ferramentas de Fiagros e FIDCs junto ao mercado de capitais, o governo estuda conceder crédito agrícola via crédito de ICMS. “Porque não dá mais para a gente depender só do plano Plano Safra, que é um política maravilhosa, mas insuficiente para atender os produtores”.
Piai fala que que o objetivo é oferecer crédito ao produtor, por meio destes fundos com taxa de juros de “CDI mais 1%”.
Ele contou ainda que o programa de crédito subsidiado lançado pelo governo paulista com foco em irrigação no ano passado, em parceria com cooperativas, como a Coopercitrus, já esgotou os R$ 200 milhões que havia disponibilizado.