Desde março do ano passado, Silvio Tertuliano está mergulhado em um projeto e tanto: encerrar 2025 com R$ 1 bilhão sob gestão da Field Asset.

Com pouco mais de seis meses de existência, a gestora focada em produtos para o agronegócio já nasceu “grande”, ao aliar a expertise de seu CEO no setor de crédito no agronegócio à experiência de Marcelo Varejão, Nicolas Takeo e Sabrina Molina,sócios da gestora Buriti e da Field.

Em pouco tempo de estrada, a Field já comemora seu primeiro Fundo de Investimentos em Direito Creditório (FIDC), estruturado em dezembro com a Cibra, uma das grandes empresas de fertilizantes do país, com valor de R$ 200 milhões. “Já nascemos com fundos consideráveis e relevantes no mercado”, avalia o executivo.

Outros FDICS já estão sendo estruturados, devendo somar mais R$ 200 milhões sob gestão da Field, em um total de R$ 400 milhões estruturados até o final de janeiro.

Um dos fundos que deve sair em breve será no setor de defensivos, mas o nome da empresa ainda é mantido sob sigilo. Segundo Tertuliano, a meta é encerrar o primeiro trimestre da Field entre R$ 600 e R$ 650 milhões sob gestão, com foco no investidor qualificado.

A estratégia da Field para crescer no mercado agro é focar majoritariamente em FDICS nesse primeiro momento, mas também lançar Fiagros e Fundos de Investimentos em Participações (FIP), além de outros produtos.

Tertuliano explica que um dos mercados que a Field olha com atenção é o de Fiagros Imobiliários, focados em fazendas.

“Não seriam os listados que vão para investidores, mas sim aqueles em que o produtor coloque a fazenda, não tanto para captar, mas para fazer um processo de sucessão e controle do negócio”, explica.

A estratégia é acelerar o crescimento da Field a exemplo da sua gestora mãe, a Buriti, que, com apenas dois anos de mercado, já conta com R$ 2,1 bilhões geridos, em uma carteira com 60 fundos, sendo 49 deles FDIC. A estimativa é de que a Buriti encerre 2025 com R$ 3 bilhões geridos.

As duas gestoras operam de forma independente, embora a Field utilize toda a estrutura operacional da Buriti, incluindo área jurídica, de compliance e de tecnologia.

“Temos uma sinergia muito grande na operação, então toda a parte de back office fica com a Buriti”, explica. As áreas de prospecção e avaliação de créditos, entretanto, são feitas por equipes próprias de cada uma delas.

Tertuliano conta que quando sentou com os sócios para desenhar o projeto voltado para o agronegócio, logo enxergaram que faria toda a diferença ter uma gestora separada para isso. “Com equipe 100% focada no agro, especialista no setor, que conhece bem esse dia a dia”.

E de agro o executivo entende bem, já que por 13 anos, atuou nesse segmento dentro do banco Fibra, ganhando expertise em produtos para o setor. Além disso, ele trabalhou na estruturação da área de crédito da Brave e no BV Asset.

Apesar de 2024 ter sido um ano bastante difícil para o setor, com queda de preço de várias commodities, menor produtividade, variações climáticas e aumento do custo, ele acredita que 2025 tende a ser mais estável para o agronegócio.

“É um ciclo natural, a cada cinco, sete anos, o setor sofre com alguns problemas. Quem opera no agro há décadas, sabe que nos momentos de crise também surgem as oportunidades de investimento e esse público é o nosso foco”.