Mais de 130 mil clientes, cerca de R$ 7 bilhões sob gestão. Os números da Nomos a consolidam como um das principais agentes autônomos de investimentos dentro da plataforma da XP.

Com presença relevante em mercados urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Balneário Camboriú (SC), a empresa quer expandir suas fronteiras – e colocou, nos últimos meses, o universo agro em seu radar.

No início de maio, por exemplo, alguns de seus sócios estarão no Rural Summit, evento organizado pela Rural Ventures, em parceria com The Yield Lab e Arara Seed, que reunirá, em Ribeirão Preto (SP), startups, hubs e investidores da linha de frente do ecossistema de inovação do agronegócio.

“Tomamos a decisão estratégica de estar mais próximos e ter mais intimidade com o setor”, conta Fábio Xavier, sócio responsável pela área de M&A da Nomos. Ele é um dos fundadores da Astoria, boutique especializada nessa área que, desde uma incorporação no fim ano passado, tornou-se o braço de fusões e aquisições da gestora paulista.

A marca Astoria deverá estar visível em Ribeirão, como uma das principais apoiadoras do Rural Summit. O investimento no patrocínio faz parte de um movimento do grupo para buscar oportunidades no setor agro, que tem ganhado corpo na Nomos desde o ano passado.

O primeiro passo, realizado há cerca de nove meses, foi a criação de duas carteiras com foco no agro. A primeira, “puro sangue”, reúne apenas ações de empresas do setor. A segunda, com parte em renda fixa, inclui também investimentos em CRAs e Fiagros.

Segundo Xavier, essas duas modalidades estão entre os investimentos que mais crescem em volume dentro das opções de renda fixa, demonstrando o interesse dos investidores pelo setor .

No lado corporativo não é diferente. “Temos tido demandas específicas para buscar investimentos no segmento”, diz Xavier.

“Há dinheiro disponível e gente querendo comprar bons ativos no agro e precisamos estar mais próximos para aprender mais e achar as boas oportunidades”, completa Yuri Carvalho, também sócio da Astoria.

A Astoria, em geral, participa de operações de tíquete médio de R$ 100 milhões. Com o agro, vai baixar a régua dos valores para cultivar também o terreno das agtechs. objetivo de colher bons negócios no futuro.

De acordo com Xavier, a empresa identificou que, nesse segmento, existe caminho para “participar da jornada de crescimento” de startups, partindo de investimentos menores em negócios bem estruturados, mas que estejam encontrando dificuldades para escalar.

“Essa é a maior dificuldade das empresas jovens”, avalia. “Por isso, estamos menos ligados a uma tese específica, mas em entender quão escalável a empresa é e, então, plugá-la em uma companhia maior, como uma multinacional, em que ela pode dar um salto rápido”.

Xavier acredita que, nos últimos anos, o excesso de liquidez no mercado fez com que investidores tenham apostado em ideias que “ainda não ficavam em pé”, mas que esse período acabou.

“Hoje o mercado está novamente com os pés no chão”, diz. Assim, avalia ser possível encontrar boas oportunidades, a um custo de aquisição baixo, entre as startups do agro.

No Rural Summit, que acontece no dia 2 de maio no Dabi Business Center, além de se apresentar oficialmente ao setor, os sócios da gestora poderão ter acesso direto a um grupo selecionado de agtechs, que terão a oportunidade de fazer seus pitches a investidores no Agrimatching.

Além disso, o evento, que tem o AgFeed como parceiro, trará plenárias com debates de especialistas em temas como mercado de carbono, agricultura de precisão e finanças de impacto, entre outros, sempre com nomes de peso no setor.

Ao mesmo tempo, a convivência mais intensa com o setor pode trazer clientes de outras regiões do País para os produtos de investimento da Nomos.