Este artigo tem o objetivo de contar uma história que poucos conhecem e que, se der certo, impactará positivamente milhões de pessoas no Brasil e, quem sabe, no mundo.

Como toda boa história ela terá personagens, suspense, drama e, acima de tudo, um final feliz que dependerá dos leitores. Portanto, não deixe a leitura até que chegue ao ponto final, que, logo verá, tratará de ser o início de uma nova história.

O convite que lhe faço é que voltemos no tempo, mais exatamente ao ano de 2017, quando tudo começou.

Neste ano, estava recém-desembarcado da Argentina, mais especificamente da cidade de Buenos Aires, onde vivi por quase 9 anos e iniciei minha jornada na Arcos Dorados.

Voltei e tinha a missão de levar conhecimento sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável a toda equipe brasileira da empresa.

O desafio compreendia educar aproximadamente 45.000 pessoas, de diferentes idades, hierarquias, posições geográficas, formações acadêmicas distintas, graus de escolaridade diferentes etc..

Era como buscar o impossível. Pensava comigo mesmo: “Como poderia desenvolver algo uniforme e acessível que chegasse a todo esse público muito heterogêneo?”

Poderia até desenvolver, mas não seria único, porque teria que adaptar a cada público e me tomaria muito tempo.

Além disso, o que já representava um grande desafio, era um assunto que não fazia parte do cotidiano da empresa e muito menos da vida pessoal deles.

Os dias se passavam desde o meu retorno e cada vez ficava mais apreensivo sobre como transmitiria algo que acreditava tanto a um público que estava a milhares de anos luz de distância.

Mas o que acreditava tanto e queria passar a todos?

Para entender essa parte da história, temos que voltar um pouco mais no tempo.

2015 – Um ano muito especial

Aquele foi um ano muito especial para todos os que moram no planeta Terra, mas poucos sabem até hoje que ali se tomaram decisões que afetam e afetarão nossas vidas para sempre.

Em 2015 foi assinado um Acordo Global, chamado de Acordo de Paris, em que os países signatários da ONU se comprometeram a cumprir os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), composto de 169 metas.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030.

A agenda contempla um plano de ação internacional para o alcance dos 17 ODS, desdobrados em 169 metas, que abordam diversos temas fundamentais para o desenvolvimento humano, em cinco perspectivas: pessoas, planeta, prosperidade, parceria e paz.

Os 17 ODS envolvem temáticas diversificadas como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança e meios de implementação.

Para mim, que queria ser um astronauta quando tinha 15 anos, o Acordo representava um só Planeta e o que me motivava a vê-lo de fora era uma linguagem universal onde todos deveriam trabalhar para o bem comum de todos.

E as empresas claramente estavam dentro do Acordo, por operarem dentro do Planeta Terra.

Para mim estava claro e cristalino que deveria associar as metas globais propostas pela Agenda 2030 com as metas da empresa. Dessa matriz poderíamos ver onde a empresa contribuía positivamente e onde ela deveria ter ações para mitigar o que deixava de fazer ou estava gerando impactos negativos.

Portanto, para todos que trabalhavam ali seria muito interessante poder ver que sua ação interna em prol da empresa poderia também estar beneficiando o planeta como um todo.

Passava a ser diferente separar os resíduos em inorgânicos e orgânicos porque a empresa pedia. Cada um saberia que essa ação era vital para que o planeta não virasse uma super lata de lixo que afetaria sua vida fora da empresa também.

Quanto mais claro tinha o plano na minha mente, mas ficava preocupado em como fazer.

Por outro lado, quanto mais conversava com as pessoas da empresa e fora dela, observava que realmente esse assunto de ODS e Agenda 2030 estava totalmente fora do radar e que sustentabilidade ainda era vista como um tema de meio ambiente e só.

A história começa a mudar

Estamos em março de 2017, quando recebo o pedido para atender a Mariana Chiavini, gerente de Captação da Aldeias Infantis SOS, que queria apresentar um projeto chamado Impacta ODS.

Por ser um assunto que envolveria possível doação da empresa, não era previsto que eu a atendesse, mas o destino quis que assim fosse.

A reunião foi realizada em uma das mesas do salão da Hamburguer University e me lembro, como se fosse hoje, quando ela tirou de dentro de um envelope alguns gibis da Turma da Mônica.

Por segundos não entendi nada, para logo depois ficar maravilhado com o que via.

Os personagens, que aprendemos a gostar e amar desde que nascemos, estavam ali contando, através de histórias lúdicas e divertidas, o que são os ODS, Acordo de Paris, mudança do clima, diversidade, uso racional dos recursos e outros temas complexos, mas que ficavam acessíveis graças à genialidade da equipe técnica do querido desenhista Mauricio de Sousa.

Para mim era como se fosse uma miragem no deserto, porque, acertadamente, vislumbrei que ali estava a solução para levar toda essa montanha de informações ao público em geral.

Paixão pelo projeto

Não demorou muito, lançamos o primeiro piloto do projeto na cidade de Birigui, em São Paulo, onde tínhamos acabado de inaugurar um novo restaurante do McDonald´s.

Realizado em parceria com a prefeitura local e duas escolas da cidade, foi possível observar o poder que a Turma da Mônica tem em levar informação que pode ser até complexa a qualquer pessoa, independente de sua idade ou formação.

O projeto que tinha sido desenhado para ser patrocinado por uma empresa e aplicado nas escolas, ganhou um novo ator de peso, a própria empresa patrocinadora.

No desenho que formatei na época, a empresa patrocinadora passava a ser uma grande beneficiária do projeto, assim como as escolas que ela apoiava com a doação de gibis ou almanaques.

Más notícias no ambiente externo

No âmbito externo, passados alguns anos e chegando a 2023, os ODS seguiram sua jornada de implementação em todo o mundo, mas infelizmente os resultados são muito aquém dos esperados e a ONU declara que estamos em situação de alerta.

No Relatório Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – 2023 publicado pela ONU temos números alarmantes:

- 15% das metas estão no prazo;
- 43% das metas estão moderadamente ou severamente fora do prazo;
- 37% das metas estão estagnadas ou sofreram regressão do nível onde estavam em 2015;

Segundo o Secretário Geral das Nações Unidas, Antônio Guterres: “Se não agirmos agora, a Agenda 2030 pode se tornar um epitáfio para um mundo que poderia ter sido”.

Passados exatos 8 anos do acordo, em muitas áreas andamos para trás e uma delas foram as ações para frear o aquecimento global. É verdade e há que se reconhecer que em várias áreas houve avanços, mas estes têm sido insuficiente.

Confesso que quando li o Relatório logo me veio à cabeça o Impacta ODS.

Se não sabemos que temos um problema, se não sabemos que os países assinaram um Acordo para lidar e resolver esse problema, como podemos fazer algo diferente e agir para resolver as grandes equações globais?

Uma nova coincidência me traz uma mensagem

Já como CEO da Dreams and Purpose Consulting (D&PC), em uma facilitação de Curso para a HSM, conheço o Ulisses Oliveira, diretor da Porto Sudeste, que me conta que era um fã do projeto e que queria levá-lo para sua empresa. Não demorou muito para acertamos como fazer e eles iniciaram a implementação.

Os resultados que havia experimentado no McDonald´s vários anos atrás, foram potencializados pela Porto Sudeste através de uma excelente relação que já tinham com o seu entrono em Itaguaí (RJ), onde estão localizados. A implementação foi um estrondoso sucesso, tendo sido inclusive reconhecido em premiação pela Firjan.

Ficou claro para mim que o projeto, além de não envelhecer, ainda poderia atingir níveis de alcance muito superiores.

Uma ligação que abre portas para alcançar milhões

Próximo do fim de ano, recebo uma ligação da Joanna Calazans, gerente de Projetos da Aldeias Infantis SOS e super parceira do programa. O objetivo era me convidar a ser o parceiro implementador para todo o Brasil .

Não penso um segundo e respondo que aceito, muito honrado pela confiança e pelo desafio de impactar milhões.

Afinal de contas, fundei a D&PC para através da educação elevar o nível de consciência das pessoas para entenderem o mundo que vivemos e aquele que queremos encontrar no futuro.
Entre um e outro, estão as nossas ações.

Finalmente chegamos a 2024

Para atingir 16 milhões de pessoas até dezembro de 2030, não é possível perder um segundo.
Início o ano a uma velocidade de um Fórmula 1, com um primeiro objetivo muito claro em mente.

Precisamos fazer com que o Projeto Impacta ODS seja conhecido pela maioria das grandes empresas brasileiras (nada mal se alcançarmos as pequenas e medias também).

Com uma gigantesca lista nas mãos, tenho acionado a todos os meus amigos e amigas construídos na carreira de 43 anos, para tomarem conhecimento do desafio, se somarem e indicarem novos contatos.

A fórmula funciona e precisa ser multiplicada

O Impacta ODS está mais que provado que pode educar a todos causando enorme impacto positivo por onde passa. Deve ser visto como uma base sólida para a construção de novos modelos ou programas de educação voltados a sustentabilidade, ESG e outros.

Estou iniciando uma grande rede de comunicação que futuramente será a grande rede de compartilhamento de experiencias do Impacta ODS.

Precisamos de líderes e empresas que queiram desenhar o futuro e não somente fazerem parte dele

Estamos numa emergência e necessitamos acordar. Os ODS ainda são desconhecidos pela grande maioria da população e necessitamos do seu engajamento.

Se você não quer ser somente um passageiro no Planeta Terra, mas pretende guiá-lo para onde vai, junte-se a nós para podermos seguir esta história.

O ponto final dela continua com o seu apoio. Precisamos de você. Conheça o Impacta ODS.

Leonardo Lima é fundador e CEO da Dreams & Purpose e conselheiro de empresas. Engenheiro químico de formação, foi diretor corporativo de Sustentabilidade da Arcos Dorados, empresa responsável pela operação da rede McDonald's na América Latina.