O agronegócio passa por um momento cheio de incertezas, com volatilidade nas cotações das principais commodities, em meio aos efeitos do El Niño, além do efeito das taxas de juros altas nos Estados Unidos e no Brasil - mesmo que por aqui o ciclo de queda tenha começado.

Neste contexto, muitas empresas e produtores rurais acabam tendo problemas de caixa, atrasando inclusive o pagamento de dívidas.

A gestora EQI Asset resolveu fazer deste limão uma limonada. Eça Correia, co-head de agro, passou as últimas semanas viajando pelo Brasil para conversar com produtores que têm um bom histórico, mas que estão precisando de fôlego financeiro.

O objetivo era montar um Fiagro composto por títulos de dívida, principalmente CRAs, emitidos por esses produtores, e que possam oferecer um bom retorno aos investidores.

“A ideia é pegar uma dívida que esteja perto de vencer, em um ou dois anos, e alongar esse prazo. Com dois anos de carência, e vencimento em até oito anos. Nós fomos atrás do produtor que tem um bom perfil, mas que está com problemas de liquidez. Não é insolvente”, explica Correia.

Com as conversas e viagens feitas recentemente, a EQI conseguiu montar uma carteira prévia de R$ 500 milhões em operações que podem ser contratadas e fazer parte do fundo.

“Não vamos colocar esse montante todo no fundo. Em dezembro, quando começa a captação, estamos projetando conseguir R$ 100 milhões com os investidores. Ele vai ficar aberto ainda no começo de 2024, mas ainda não temos uma ideia de quanto podemos captar no começo do próximo ano”, diz o gestor.