A agricultura empresarial terá um total de R$ 516,2 bilhões para o financiamento de custeio e investimentos na safra 2025/2026.
Esse é o valor que será anunciado nesta terça-feira, 01 de julho, pelo governo na cerimônia de divulgação do Plano Safra, prevista para acontecer a partir das 11h no Palácio do Planalto.
O valor foi antecipado por uma comunicado divulgado no início da manhã pela assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa).
A própria nota ressalta que o montante representa um aumento de R$ 8 bilhões em relação ao Plano Safra 2024/2025, mas não detalha taxas de juros, prazos e limites de crédito, que estarão disponíveis, segundo informou, nas tabelas oficiais a serem divulgadas pelo Mapa durante o evento oficial.
Para o ano safra 2024/205 o plano trouxe juros de 7% a 12%, com R$ 400 bilhões em recursos ao financiamento e mais R$ 108 bilhões em LCAs para a emissão de CPRs, um total de R$ 508 bilhões.
Agora, a expectativa é de que os juros cheguem a um patamar máximo de 14%, a julgar pelo discurso feito pelo presidente Lula no anúncio dos valores destinados à agricultura familiar nesta segunda-feira, 30 de junho.
Em termos percentuais, o acréscimo fica em torno de 1,5%, o que deve frustrar o setor que esperava ao menos um crescimento semelhante ao oferecido à agricultura familiar, que deve receber R$ 78,2 bilhões para o Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf), 2,9% a mais que os R$ 76 bilhões da safra anterior.
Se somados a outros programas destinados aos micro e pequenos produtores, o valor sobe a R$ 89 bilhões, 3,89% superior ao do ano anterior.
Se for computada a inflação, que ficou em 5,32% no acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento do Plano Safra seria negativo.
Outros pontos antecipados pelo Mapa no comunicado trazem ampliação dos critérios para a obtenção do crédito agrícola e também medidas que, segundo a nota, visam a facilitar a renegociação de dívidas, “oferecendo aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores mais flexibilidade para reorganizar seus passivos e retomar o fluxo produtivo”.
Alguns pontos destacados foram:
- O crédito rural de custeio agrícola passa a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), antes obrigatória apenas para o Pronaf, em financiamentos de até R$ 200 mil, para todos os contratos.
O objetivo, segundo o ministério, é “evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, contribuindo para maior segurança e sustentabilidade na produção”.
- Passa a ser autorizado o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, o que flexibiliza o acesso aos insumos.
- O crédito de custeio também poderá ser destinado à produção de sementes e mudas de essências florestais, nativas ou exóticas, valorizando iniciativas voltadas à preservação ambiental.
- Será permitido o financiamento de insumos e tratos culturais voltados ao cultivo de plantas utilizadas para cobertura e proteção do solo no período de entressafra, incentivando práticas agrícolas sustentáveis.
Resumo
- Plano Safra 2025/2026 terá um total de R$ 516,2 bilhões para a agropecuária empresarial, apenas R$ 8 bilhões acima do ano anterior
- Juros devem atungir casa dos 14%, segundo indicou o presidente Lula em discurso no anúncio dos recursos parfa agricultura familiar
- Elevação de 1,5% nos valores fica bem abaixo dos 5,3% da inflação, indicando um crescimento negativo dos recursos para o setor