Sob impulso da demanda da indústria de biodiesel por óleo vegetal após aumento da mistura obrigatória do biocombustível no diesel, efetivada no mês passado, a nova projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) para o complexo soja em 2025 apresentou mudanças. estimativas de produção, processamento, estoques e exportação da soja e produtos oriundos do esmagamento da oleaginosa como farelo e óleo.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, dia 14 de agosto, a Abiove espera agora um esmagamento de 58,1 milhões de toneladas de grãos, avanço de 0,5% sobre o levantamento anterior.

O movimento está relacionado ao aumento do percentual obrigatório de presença de biodiesel no diesel, que subiu de 14% para 15%, passou a vigorar no último dia 1º de agosto.

“Houve uma resposta a uma maior demanda de biodiesel, confirmando o que a gente já esperava”, disse André Nassar, presidente-executivo da Abiove, em entrevista ao AgFeed.

Apesar disso, daqui em diante, Nassar espera que o número de soja processada se estabilize no nível previsto, de 58 milhões de toneladas neste ano.

“A menos que se tenha uma demanda muito grande por óleo, por exportação de óleo, não deveria haver mudança, a não ser algo de ajuste, mas coisa pequena. Estamos chegando numa certa estabilizada”, diz Nassar.

“Os dados estão mostrando que a indústria está respondendo a maior demanda por óleo, principalmente e está trabalhando bem a exportação de farelo também”, emenda.

A associação também alterou sua estimativa para a produção de soja no Brasil, que deve atingir 170,3 milhões de toneladas, alta de 0,4% em relação à estimativa anterior, divulgada em julho passado.

A previsão para as exportações de soja também cresceu em relação à estimativa anterior, chegando a 109,5 milhões de toneladas, alta de 0,5%.

Houve ainda revisão no volume estimado de importações da oleaginosa neste ano, passando de 500 mil para 650 mil toneladas, alta de 30%. Já a perspectiva de estoque inicial foi mantida em 4,137 milhões de toneladas.

Com o aumento esperado para o volume de processamento, também houve revisões para cima nos derivados da oleaginosa.

No farelo de soja, a estimativa de produção subiu de 44,5 milhões de toneladas para 44,8 milhões de toneladas, alta de 0,7% em relação à projeção do mês passado.

Já a projeção de estoque inicial foi mantida em 2,578 milhões de toneladas, bem como a perspectiva para as importações do farelo segue de que a entrada de produtos seja residual no mercado brasileiro neste ano, chegando a apenas 1 mil toneladas.

O volume previsto de exportações, por sua vez, foi mantido em 23,6 milhões de toneladas.

A Abiove continua prevendo que o consumo interno de farelo siga estável em 19,5 milhões de toneladas, mas alterou a projeção para os estoques finais do produto, número 7,5% mais alto em relação ao levantamento anterior, chegando a 4,279 milhões de toneladas.

No óleo de soja, a estimativa de produção sofreu um pequeno acréscimo, passando agora a 11,65 milhões de toneladas, alta de 0,4% em relação ao levantamento do mês passado.

Já a projeção da associação para o estoque inicial foi mantida em 466 mil toneladas. A associação seguiu também com as projeções de importação de óleo, estimada em 100 mil toneladas neste ano, e de exportações, que devem chegar a 1,35 milhão de toneladas remetidas neste ano.

A Abiove também seguiu com a estimativa de que o consumo interno de óleo seja de 10,5 milhões de toneladas neste ano, mas aumentou a projeção de estoque final do produto para o ano, passando para 366 mil toneladas, o que representa um aumento de 15,8% frente à projeção anterior.

Resumo

  • Aumento da demanda da indústria de biodiesel faz Abiove elevar a estimativa de processamento de soja em 0,5%, passando a 58,1 milhões de toneladas
  • Houve também revisões altistas para estimativa de produção anual de farelo, que chegou a 44,8 milhões de toneladas, e de óleo, que passou para 11,65 milhões de toneladas
  • A associação alterou também previsão de produção de de soja para 170,3 milhões de toneladas e de exportações para 109,5 milhões de toneladas em 2025