Em dois meses, mais de 600 operações completas de financiamento, com uma média de 10 negócios fechados a cada dia e um volume total de R$ 350 milhões de recursos aportados no agronegócio.
Desde o lançamento da plataforma E-agro – marketplace digital criado pelo Bradesco para o setor do agronegócio, com oferta de produtos e serviços financeiros e não financeiros para o produtor rural, clientes e não clientes –, a performance da nova ferramenta tem estado acima da meta projetada pelo banco.
“Nunca foi tão atual dizer que o agro é tech”, afirma Nadege Saad, Head de Agribusiness do Bradesco. Há mais de 15 anos atuando no desenvolvimento das atividades comerciais do campo, a executiva lidera a iniciativa, inédita no mercado de financiamento de safras, máquinas e insumos.
O E-agro coloca o banco, dono da maior carteira de crédito rural do país entre as instituições privadas, com mais de R$ 100 bilhões liberados na última safra, também na dianteira tecnológica no relacionamento com o produtor.
Lançada na última edição da Agrishow, em Ribeirão Preto, a plataforma digitaliza, simplifica e agiliza operações de crédito e até da compra de insumos e equipamentos pos agricultores e pecuaristas.
O E-agro funciona, assim, como um ecossistema completo de negócios para os diferentes segmentos do agronegócio brasileiro. Através do aplicativo, toda a cadeia do agronegócio terá disponível soluções de crédito para produção agrícola, pecuária, empréstimo pessoal, modalidades de seguros, além de oferta de produtos como máquinas e equipamentos, ferramentas de gestão agrícola e de sustentabilidade.
Outra possibilidade inédita está na possibilidade de contratar, também de forma totalmente on-line, a Cédula de Produto Rural (CPR). Segundo Roberto França, diretor de Agronegócio do Bradesco, mais de R$ 200 milhões de operações desse tipo foram realizadas nos primeiros meses do E-agro.
O ecossistema nasceu robusto. A proposta do banco é reunir no E-agro, até o fim desde ano, cerca de 50 parceiros. Vários deles, representando algumas das principais categorias do agronegócio, já estão presentes desde o início. Marcas líderes como Massey Ferguson, Jacto, Stara Valtra, Boa Safra, Tortuga, Neogen, Nitro, Latina Seeds, Cibra, Jumil e KWS Sementes estão entre elas.
Mais do que os números absolutos, o primeiro balanço das operações do E-agro revelam a aprovação dos produtores com o modelo adotado na plataforma.
De acordo com Nadege, as operações giraram entre valores de R$ 50 mil a R$ 3 milhões. Já há casos de produtores que, após uma primeira operação bem-sucedida, voltaram para tomar mais recursos para as suas lavouras.
Na operação via E-agro, o produtor insere o valor do crédito pedido, indica o prazo de carência, a data de início do pagamento e rapidamente conhece a taxa de juros e o custo final do financiamento.
Todo o restante do processo corre de forma digital, sem nem mesmo a necessidade de o tomador ir a cartórios para certificar documentos. Com isso, é possível reduzir prazos e custos.
A maioria das transações realizadas por meio da plataforma tem levado, segundo a executiva, cerca de uma semana para serem finalizadas. No máximo, o processo se completa em 15 dias. No modelo físico, esse percurso ainda leva pelo menos um mês para se encerrar com sucesso.
“Entre solicitação, aprovação e entrega, já tivemos financiamentos completados dentro da E-agro em até seis horas”, conta Nadege.
Inovação coletiva
Liderado por Nadege, o projeto de criação e desenvolvimento do E-agro envolveu uma equipe com cerca de 200 profissionais de tecnologia, negócios, informação e design. Gestado no Inovabra, ambiente de inovação e relacionamento com startups mantido pelo Bradesco em São Paulo, a plataforma incorporou, assim, ideias e recursos para tornar ainda mais rica a experiência do usuário.
Nesta empreitada de um ano de duração nos bastidores, a IBM Consulting foi a principal parceira do banco no fornecimento das bases tecnológicas da nova plataforma. A gigante americana já incluiu esse trabalho entre os seus ‘cases’ globais de sucesso.
A parceria trouxe ao E-agro sistemas avançados de Inteligência Artificial (IA), que foram alimentados com dados cadastrais de cerca de 400 mil clientes integrantes da carteira de 2 milhões de produtores rurais com contas correntes ativas no Bradesco.
A partir da análise feita por esses sistemas, o primeiro grupo grupo selecionado teve disponibilizado limites pré-aprovados para a concessão de crédito que somam R$ 54 bilhões. Esse volume representa mais da metade da integralidade da carteira do Bradesco para o agronegócio, de R$ 101 bilhões.
A pré-aprovação de financiamentos rurais dentro da plataforma explica o fato de muitos deles serem liberados no mesmo dia em que a solicitação é feita.
Agricultura de precisão
No momento da tomada do financiamento, os modelos de IA proporcionam também ao produtor rural projeções sobre os preços internacionais para a comercialização das commodities, aumentando a visibilidade sobre o momento futuro de colheita e comercialização da safra.
Elementos como mudanças climáticas para os meses posteriores ao plantio das sementes também já estão sendo inseridos na plataforma para consulta.
Esse conteúdo é fornecido pela startup AgroSmart, que conecta mapas a satélites, de modo a fornecer previsões mais precisas para propriedades rurais inseridas nas mais diferentes regiões do País.
Além disso, conteúdos com informações on-line dos mercados nacional e internacional e orientações de especialistas no agronegócio agregam valor à navegação.
“A experiência dentro da plataforma intenciona proporcionar segurança ao produtor para que ele faça o seu próprio modelo de pagamento do crédito”, destaca Nadege.
“É ele que estabelece a carência e a quantidade de parcelas que necessita, com limite de três anos para o pagamento total”, completa ela.
A conexão entre a plataforma e os vendedores de tratores e colheitadeiras, por sua vez, acelera a customização desses produtos e agiliza, mais uma vez, a concessão do financiamento específico para aquela compra.
O mesmo acontece com os insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas, que podem ser adquiridos durante a navegação na plataforma.
Essas conexões são facilitadas por soluções obtidas pela start-up Agrotools.
A chegada do E-agro traz, ainda, uma forte inovação no setor de garantias para o crédito à produção agrícola.
O modelo tradicional, fortemente regulado pelo governo, permite o penhor de parte da safra e a hipoteca de bens do produtor para servirem como contrapartidas à tomada do crédito.
A nova plataforma amplia, em muito, esse rol. É nesse ponto que entram os cadastros de clientes das maiores empresas de vendas de máquinas e insumos do País, assim como os históricos construídos pelos produtores rurais junto às grandes cooperativas.
Dentro do ecossistema da E-agro, as empresas parceiras dos produtores podem ser elas próprias as avalistas dos produtores para certas compras, substituindo as garantias tradicionais. Sai ganhando mais uma vez, assim, o produtor com bom nome no mercado.
Plano Safra
Outra boa notícia ao produtor rural será imediatamente incorporada à plataforma. Assim que os recursos do Plano Safra forem liberados pelo governo, o acesso a esse financiamento também poderá ser feito pelo E-agro.
Calcula-se que, para todo o financiamento da próxima safra, serão necessários mais de R$ 800 bilhões, o que também manterá o mercado baseado em taxas livres bastante movimentado.
Assim, a expectativa é a de que o ecossistema siga batendo suas metas de acessos e liberações.
“Só mesmo o Bradesco, que nasceu no campo, em Marília, em 1943, para financiar o produtor rural de café, poderia chegar primeiro a uma plataforma tão inovadora, disruptiva e completa para todo o agronegócio”, acredita a head Nadege Saad.
“O E-agro é a continuidade de uma história que este ano completa 80 anos de apoio ao empreendedor do campo, exatamente porque contribuir para esse desenvolvimento está em nosso DNA”, lembra ela.