O La Niña chegou e, mais uma vez, as lavouras do Rio Grande do Sul podem sentir a falta d’água no período de plantio e germinação.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) emitiu aviso oficial indicando a configuração do fenômeno no Oceano Pacífico e sua persistência pelo menos durante este último trimestre de 2025.
Fenômeno oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Oceano Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical, o La Niña tem 60% de probabilidade de trazer chuvas irregulares e abaixo da média na região sul gaúcha, justamente no período de início da safra 2025/2026.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), são esperados volumes acumulados entre 100 e 200 milímetros (mm) de chuvas em outubro e em novembro para essa região, um dos pólos sojicultores do Rio Grande do Sul, ante uma média de 220 a 260 mm.
“Quando o La Niña vem representa seca severa. Como não está vindo tão intenso, espera-se chuva irregular e abaixo da média. Para o primeiro trimestre de 2026 a perspectiva é que se volte à neutralidade”, disse Laísa Viana, tecnologista do Inmet.
Para outras regiões produtoras de grãos, as condições são boas, com chuvas suficientes para o Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e a Região Sudeste. Além das chuvas regulares, as lavouras dos outros estados do Sul, por exemplo, já têm bons excedentes hídricos.
Histórico
Segundo o comunicado do NOAA, as condições de La Niña se iniciaram em setembro de 2025, com a expansão de temperaturas da superfície do mar abaixo da média no Oceano Pacífico equatorial central e oeste. Ao analisar especificamente as anomalias médias diárias verificaram-se valores variando entre -1,0 °C e -0,5 °C durante o mês passado.
Esse comportamento indica um resfriamento significativo da região, configurando uma condição inicial para a formação do fenômeno La Niña no Pacífico Equatorial.
Por enquanto, há cerca de 50% de probabilidade de transição para condição neutra - com o retorno ao cenário de chuvas regulares - entre janeiro e março de 2026. Porém, ressalta-se que quanto mais distante o alcance das previsões, maiores são as incertezas.
Resumo
- NOAA confirma o retorno do La Niña, com previsão de chuvas irregulares no sul do Rio Grande do Sul
- Região tem 60% de chance de precipitação abaixo da média no trimestre final de 2025
- Inmet prevê volta à neutralidade climática no início de 2026, após período de seca moderada