• Negócios
  • Economia
  • AgTech
  • Finanças
  • ESG
  • Caminhos do Agro
  • Vídeos
  • AgLíderes
  • Grand Slam do Agro
  • Campo das Ideias
  • Sobre Nós
  • Anuncie
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso
Logo Agfeed
Logo Agfeed
  • Negócios
  • Economia
  • AgTech
  • Finanças
  • ESG
  • Caminhos do Agro
  • Vídeos
  • AgLíderes

Receba o AgFeed no seu e-mail

    • Home

    • Campo das Ideias

    • DESAFIOS DA PECUÁRIA

    O que significa o rebanho ter permanecido estável?

    O avanço da intensificação na pecuária está ocorrendo em escala maior do que o previsto pelos cenários mais otimistas

    Maurício Palma Nogueira

    30/09/2025 11:43

    O que significa o rebanho ter permanecido estável?

    Em meados de setembro, o IBGE divulgou os dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), concluindo que o rebanho de 2024 se manteve praticamente estável, com uma leve queda de 0,2% em relação a 2023. O número absoluto divulgado pelo IBGE foi de 238,2 milhões de cabeças.

    A estabilidade do rebanho surpreendeu até mesmo a Athenagro que vem defendendo, há meses, a produtividade como principal explicação para o aumento da proporção de fêmeas no abate em 2024.

    Segundo análise da empresa, o descarte de fêmeas — impulsionado pela queda no preço dos bezerros durante as fases de baixa — tem perdido relevância frente ao crescimento da oferta proveniente de sistemas mais produtivos.

    Em fevereiro, o artigo “Qual será o fôlego da oferta de gado de corte para abate em 2025?”, publicado nesta coluna, resumiu os principais pontos levados em consideração para que fosse possível chegar à seguinte conclusão: “Resumindo, do total de fêmeas adultas que não geraram bezerro desmamado em 2024, sobraram aproximadamente 18 milhões de cabeças no rebanho. E, descontando as abatidas jovens, outras 17,6 milhões de cabeças - que eram bezerras em 2024 - serão adicionadas a esse total aptas a parir ou serem abatidas em 2025.  São cerca de 86 milhões de fêmeas que entram em 2025 nessas condições.”

    E essa conclusão foi estimada com base na composição do rebanho menor do que o divulgado pelo IBGE. Na época, a estimativa da Athenagro para o tamanho do rebanho era de 193,4 milhões de cabeças.

    Com a recente divulgação da Pesquisa Pecuária Municipal, a estimativa, de acordo com a metodologia proposta pela empresa para acompanhar o rebanho, passou para 196 milhões de cabeças, número 2,1 milhões acima do projetado anteriormente. No ano passado, portanto, não houve liquidação de rebanho.

    Essa metodologia, sugerida pela Athenagro para acompanhar o rebanho, ganhou destaque nos últimos anos por ser usada no Beef Report (ABIEC/APEX) e ter sido adotada pelo USDA, após reuniões realizadas com técnicos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

    Resumidamente, a partir dos dados censitários (IBGE) são somadas as variações do rebanho monitorado pela PPM (IBGE). Ao invés de trabalhar com o número absoluto, que é o total divulgado pelo IBGE, essa metodologia, aplicada município a município, chegará às referidas 196 milhões de cabeças.

    É importante esclarecer que a adoção da metodologia não implica em crítica ao IBGE. Os dados do rebanho brasileiro estão superestimados na origem e não no tratamento ou na metodologia de coleta. Resolver o problema das estatísticas referentes ao rebanho não depende do órgão, mas sim de um conjunto de ações que envolve diversas outras esferas do poder público, a exemplo do MAPA, INCRA, Congresso Nacional etc.

    Esse cenário reforça ainda mais a tese de que a produtividade teve papel mais determinante do que o descarte de fêmeas para os recordes alcançados pela pecuária em 2024.  Aqui cabe uma ressalva em torno da palavra descarte. Quando feito de forma criteriosa e planejado tecnicamente, o descarte não impacta a evolução do rebanho e tampouco a produção.  Trata-se, inclusive, de uma prática esperada, concebida a partir de decisões estratégicas, independentes das fases do ciclo pecuário.

    Diante da perspectiva de um cenário mais favorável, o que o produtor tende a fazer para aumentar a oferta de bezerros? Ele irá reter maiores proporções de fêmeas ou vai redobrar os cuidados com o índice de fertilidade do rebanho?

    Essa foi a hipótese discutida no mencionado artigo de fevereiro: “A oferta de animais para abate em 2025 dependerá do nível de amadurecimento dos produtores em relação aos novos padrões de produção. Na expectativa de produzir mais, quantos continuarão mantendo fêmeas adultas vazias em excesso, que apenas geram custos sem gerar receitas?”

    Ao identificar estabilidade do rebanho, os números do IBGE reforçam ainda mais a leitura da Athenagro, visto que era estimada uma queda diante da quantidade de animais abatidos em 2024. E, da mesma forma, também era esperado que a proporção no abate de fêmeas para 2025 permanecesse elevada.

    Essa tendência se confirmou com a quantidade de fêmeas no abate superando a quantidade de machos pela primeira vez em um mês (março/2025) e, também, pela primeira vez em um trimestre (abril a junho de 2025). No acumulado do primeiro semestre de 2025, as fêmeas representaram 49,8% do abate.

    E cabe aqui mais um destaque em relação ao artigo de fevereiro: “Em um exercício de simulação, considerando as informações conhecidas da pecuária, calculamos que o abate de fêmeas, na atual realidade, poderia chegar até a 47% do total, sem comprometer o rebanho. Ou seja, em tese, mesmo com esse nível de fêmeas no abate, o rebanho permaneceria estável... Há 20 anos, o abate de fêmeas acima de 40% do total já comprometia o rebanho. No entanto, hoje a realidade é bem diferente.”

    Portanto, apesar de o rebanho ter permanecido estável em 2024, tudo indica que, em 2025, teremos um recuo diante da participação de fêmeas próxima dos 50%. Ainda assim, faltam seis meses de estatísticas que podem desenhar um cenário diferente.

    Em 2024, a taxa de abate atingiu 23,5% somando o abate total e o informal – que considera também os animais abatidos sem fiscalização e aqueles para consumo nas propriedades. O cálculo é feito a partir da comparação entre os abates e o rebanho calculado pela metodologia da Athenagro, com 42,2 milhões de cabeças a menos do que o número oficial do IBGE.  Mesmo com o recorde de animais abatidos no ano, a taxa de abate não foi a maior já registrada, apesar da dificuldade em estimar o abate informal.

    Por outro lado, o desfrute em quantidade de carcaça produzida sobre o total de peso estocado no rebanho registrou o recorde absoluto, atingindo 41,7% em 2024. É por essa razão que o fato de o rebanho ter se mantido estável representa um indicador de maior aceleração de produtividade. O avanço da intensificação na pecuária está ocorrendo em escala maior do que o projetado pelos cenários mais otimistas.

    E, muito embora represente uma ótima notícia para a sociedade, trata-se de um alerta para as empresas que querem se manter no mercado. Tal comportamento é extremamente relevante para o planejamento dos produtores, indústrias de insumos, frigoríficos e formuladores de políticas públicas.

    O produtor precisa compreender que está operando em um ambiente cada vez mais competitivo, tendência que estamos antecipando há pelo menos 15 anos. Quanto mais o tempo passa, mais competitivo tende a ficar o mercado, dificultando a sobrevivência daqueles que não investem em melhoria nos indicadores de produtividade.

    É fundamental entender que por trás dessa leitura está o efeito de concentração dos pecuaristas, em que uma quantidade menor de produtores responde cada vez mais por uma parcela maior de animais vendidos no mercado. Essa observação tem sido o principal destaque do Rally da Pecuária desde 2012.

    A indústria de insumos, assim como os revendedores, precisa melhorar o posicionamento diante de uma produção mais moderna.

    Negligenciar essa tendência pode implicar em perda de fatias do mercado que só poderão ser reconquistadas a um custo muito elevado. A modernização dos sistemas de produção altera o mapa de fluxo de insumos por perfil de produtores.

    Os frigoríficos e os formuladores de políticas públicas devem ser ainda mais cautelosos e atentos, tendo em vista a incidente pressão por parte de grupos focados em discutir a pecuária sem envolver profissionais e acadêmicos especializados na produção.

    A tão almejada transformação da pecuária está em curso há décadas e vem acelerando. A atividade é de ciclo longo e as estatísticas sobre a produção são divulgadas com muito atraso.

    Quando os estudiosos — leigos e ainda distantes dos sistemas de produção — perceberem as transformações em curso no mercado, a pecuária já estará consolidada nas mãos dos que souberam se adaptar com agilidade.

    Temos insistido, aqui na Athenagro, que o grande desafio da pecuária é a inclusão e não a transformação.

    Maurício Palma Nogueira é engenheiro agrônomo, diretor da Athenagro e coordenador do Rally da Pecuária

    • TAGS
    • Abate,
    • Athenagro,
    • gado,
    • IBGE,
    • Pecuária,
    • Rally da Pecuária,
    • rebanho,
    • Rebanho bovino

    desafios-da-pecuaria_postfinaldesktop

    desafios-da-pecuaria_postfinalmobile

    Receba o AgFeed no seu e-mail

      Notícias Relacionadas

      A real importância do agronegócio na economia
      DESAFIOS DA PECUÁRIA

      A real importância do agronegócio na economia

      Maurício Palma Nogueira

      02/09/2025

      Ganho de eficiência na produção de carne bovina não chegou integralmente aos consumidores
      DESAFIOS DA PECUÁRIA

      Ganho de eficiência na produção de carne bovina não chegou integralmente aos consumidores

      Maurício Palma Nogueira

      26/08/2025

      Carne bovina brasileira e os possíveis impactos relacionados às tarifas norte-americanas
      DESAFIOS DA PECUÁRIA

      Carne bovina brasileira e os possíveis impactos relacionados às tarifas norte-americanas

      Maurício Palma Nogueira

      30/07/2025

      Pecuária de corte em alta: R$ 987 bilhões movimentados em 2024
      DESAFIOS DA PECUÁRIA

      Pecuária de corte em alta: R$ 987 bilhões movimentados em 2024

      Maurício Palma Nogueira

      02/07/2025

      Leia também

      Com R$ 6 bi de carteira, Banco Pine acelera exposição ao agro (na contramão do mercado)
      Finanças

      Com R$ 6 bi de carteira, Banco Pine acelera exposição ao agro (na contramão do mercado)

      Gustavo Lustosa

      30/09/2025

      Cocal investe R$ 216 milhões em nova usina de biometano
      AgFeed + CNN Money

      Cocal investe R$ 216 milhões em nova usina de biometano

      Gustavo Porto

      29/09/2025

      RJs do agro batem recorde no segundo trimestre
      AgFeed + CNN Money

      RJs do agro batem recorde no segundo trimestre

      Italo Bertão Filho

      29/09/2025

      O que fez o Banco Safra ficar mais otimista com a Minerva?
      Negócios

      O que fez o Banco Safra ficar mais otimista com a Minerva?

      Gustavo Lustosa

      29/09/2025

      Logo Agfeed
      • Grand Slam do Agro
      • Campo das Ideias
      • Sobre Nós
      • Anuncie
      • Política de Privacidade
      • Termos de Uso

      Copyright © 2025 AgFeed. Todos os direitos reservados.

      Parceiro: Logo NeoFeed

      Desenvolvido por Logo Ziriga