Daqui um mês, São Paulo sediará a primeira edição nacional da Fruit Attraction, evento que é considerado um dos maiores do setor de frutas em todo o mundo. Com origem na Espanha, onde já teve 15 edições, o evento contará com produtores e empresas que englobam toda a cadeia da fruticultura.

Segundo os organizadores do evento, a estimativa é reunir 9 mil visitantes e 200 expositores entre os dias 16 e 18 de abril na São Paulo Expo. Além disso, são esperados 40 compradores internacionais.

Já estão confirmados expositores de Panamá, Colômbia, Uruguai, Estados Unidos, Egito, Nova Zelândia, Portugal, Grécia, Holanda, França, Itália e Espanha.

Se as expectativas dos prganizadores se confirmarem, as negociações feitas durante o evento devem render US$ 200 milhões, algo em torno de R$ 992 milhões na cotação atual, em vendas feitas nos 12 meses seguintes à feira.

Marcelo Vitali, delegado da Ifema (Instituição de Feiras de Madrid) no Brasil, explicou ao AgFeed que a feira faz parte da estratégia de internacionalização da empresa, que já organiza 60 eventos por ano ao redor do mundo, principalmente na capital espanhola. A Fruit Attraction é um dos principais produtos da instituição e por isso foi escolhida para ser exportada.

“O Brasil se colocou como mercado ideal para o evento, primeiro porque o país é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, mas mesmo assim, só exportamos cerca de 3% da produção nacional. Isso traz um potencial grande. Além disso, também importamos frutas pela sazonalidade, o que coloca o país como ator importante no setor”, afirmou Vitali.

Segundo dados da Abrafrutas (Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados), o Brasil bateu recorde de faturamento em exportações em 2023, com US$ 1,2 bilhão vendido para fora.

O Brasil ganhou essa disputa de sede da feira de outros países da América Latina com grande produção frutífera, como Equador, Chile e Peru, afirmou Marcelo Vitali. “Queremos posicionar o País como um hub de frutas no continente. Vemos potencial para desenvolver e internacionalizar o setor”, disse.

Vitali explicou que o evento contará com toda a cadeia hortifrutícola, desde o produtor do produto fresco, passando pela indústria de logística, empresas do setor de embalagens, players varejistas internos e externos e até companhias de tecnologia estrangeiras.

Dentre alguns nomes de empresas e instituições que estarão presentes na feira, Vitali citou Basf e Bayer, do mercado de insumos agrícolas, o Ceagesp, a Klabin, que atua com embalagens, e secretarias de agricultura de vários estados brasileiros, que levarão produtores para o evento.

Além disso, associações como o Sebrae e instituições como a Apex Brasil estarão presentes. “O evento é para toda a cadeia hortifrutícola. De um lado, o player estrangeiro vai buscar como vender frutas aqui, e do outro, o brasileiro vai usar a feira como plataforma para vender para distribuidores nacionais e internacionais”, afirmou delegado da Ifema.

A expectativa bilionária de negócios fechados nos doze meses após a feira se baseia em enquetes feitas com participantes. Desse valor, metade deve ser gerado entre empresários brasileiros e estrangeiros e a outra metade, em negócios feitos dentro do Brasil.

A ideia é que as secretarias de agricultura de um estado do Nordeste, por exemplo, possam se conectar com compradores do Sudeste e Sul. “Isso gera um negócio para além da exportação”, afirmou Vitali.

Além de delegado da IFEMA para o Brasil, Marcelo Vitali é sócio e diretor da How2Go por aqui. A empresa, que tem origem espanhola, possui 10 anos de vida e desembarcou no Brasil no ano passado. Ao todo, são 13 escritórios pelo globo.

Em outubro, junto com a Abrafrutas, a How2Go levou um grupo de 50 produtores exportadores de frutas brasileiras para o evento Fruit Attraction 2023, em Madri. Com essa viagem, a expectativa é que até US$ 200 milhões sejam transacionados até outubro deste ano por conta das parcerias criadas por

Na ocasião, em conversa com o AgFeed, deu mais detalhes sobre essa excursão e adiantou que a Fruit Attraction deveria ter uma edição brasileira neste ano.

Para a edição do mês que vem, pontua, a Abrafrutas, que é um dos principais parceiros do evento, tem mobilizado exportadores em todo o Brasil para participar. Além disso, está criando um hall de produtores que ainda estão sendo preparados para exportar.

A versão brasileira da Fruit Attraction será realizada também com apoio da Fiera Milano Brasil. A empresa, que é italiana, é especializada em feiras de negócios e revistas técnicas. Segundo o CEO da operação brasileira, Maurício Macedo, a feira tem recebido muitas confirmações internacionais, o que evidenciou a força da marca Fruit Attraction lá fora.

“Uma primeira edição do evento é desafiadora para consolidar a marca, mas, nesse caso, já temos participações internacionais logo de início. Vemos a sinergia e convergência de interesses dos principais estados produtores com forte presença, apoio das secretarias e Sebrae e, do outro lado, o mercado internacional já vem para fazer negócios”, afirmou.

A estrutura ainda é tímida frente à feira matriz na Espanha, que movimentou, na última edição, cerca de 100 mil pessoas. Além de promover o networking, a feira contará com uma série de palestras e workshops durante os dias de evento

“A ideia é trazer conversas de alto nível, com palestras educativas, formais, discussões com o Sebrae para ajudar exportadores a exportar, estados mostrando seus polos produtivos e discussões sobre a cadeia”, explicou Vitali.