Os números do primeiro trimestre de 2023 apresentados no final desta quinta-feira 4 de maio pela Rumo apresentam dois cenários distintos.

Houve uma queda de quase 11% no volume transportado pela empresa de logística ferroviária em relação ao mesmo período de 2022. O aumento de 28% nas tarifas fez, no entanto, com que a empresa revertesse o prejuízo do ano passado.

A Rumo fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 71 milhões, ante um prejuízo de R$ 68 milhões um ano antes.

A empresa afirma que o aumento na tarifa consolidada reflete “a maior competitividade do modal ferroviário” no Brasil.

O volume transportado caiu 10,9% em um ano, para 16,1 bilhões de toneladas úteis por quilômetro (TKU). No release sobre os resultados, a Rumo explica os fatores que causaram este recuo.

A empresa cita que, entre os episódios extraordinários do trimestre, houve o atraso na colheita de soja por conta do volume de chuvas, o que teve impactos nas exportações.

A Rumo lista também aumento da frequência de incidentes criminosos na região da Baixada Santista, em São Paulo, e a interdição da Malha Paulista por sete dias para obras no Córrego do Monjolinho, em São Carlos (SP).

Assim, a participação da Rumo nas exportações via Porto de Santos caiu 11,4 pontos percentuais em um ano, de 61,1% para 49,7%. Houve recuo de 9,6 pontos na exportação de grãos originados do Mato Grosso, e de 13,8 pontos nas operações em Goiás.

Além disso, ocorreu redução na participação da companhia nas exportações pelos portos de Paranaguá, no Paraná, e de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. O recuo foi de 10,8 pontos, para 21,4%.

A despeito disso, as receitas cresceram 8,1% em um ano, para R$ 2,384 bilhões. A empresa cita que o aumento nas tarifas foi possível pelo ganho de competitividade das ferrovias principalmente na região Centro Oeste.

Juntamente com os números, a Rumo traz projeções sobre produção e exportação de soja e milho. A companhia afirma que a colheita de soja da safra 2022/23 está praticamente finalizada, e a produção deve ser de 156 milhões de toneladas, um recorde. As exportações devem somar 95 milhões de toneladas.

Nos estados de Mato Grosso e Goiás, mercados onde a Rumo atua, a empresa espera que a exportação mais que dobre em relação à safra passada, com aproximadamente 10 milhões de toneladas adicionais.

Para o milho, a Rumo também projeta recorde na produção da safra atual, de 126 milhões de toneladas. As exportações devem crescer 10%, segundo a companhia.