No final da década de 1990 um jovem de 16 anos conversava com o pai, na cidade de Formosa (GO), sobre o futuro da empresa agrícola da família, ainda pequena. Eles acompanhavam o dólar, a bolsa de valores e os preços agrícolas que eram publicados diariamente na antiga Gazeta Mercantil. Neste dia ele disse: “Pai, pode anotar, nós vamos chegar na bolsa também”.

Mais de 20 anos depois, o filho cumpriu a promessa. Era Marino Colpo, atual CEO da Boa Safra, uma das maiores produtoras de sementes do Brasil, que fez o IPO na B3 em 2021.

O grupo cresceu rapidamente, fazendo uma série de aquisições, construindo centros de distribuição e, como Marino costuma repetir, “quadruplicou de tamanho”, em termos de receita, nos três primeiros anos após o IPO.

Em 2024, porém, a Boa Safra não ficou imune às adversidades que afetaram o agronegócio. A empresa foi impactada principalmente pelo clima que reduziu a produção de sementes em Mato Grosso.

Além disso, teve que conviver com o momento de margens mais apertadas dos produtores e menor disposição para investir em tecnologias mais caras.

Houve redução na receita e no lucro da Boa Safra no ano passado, que ficaram em R$ 1,84 bilhão e 160,5 milhões, respectivamente.

Neste início de ano, a empresa da família Colpo voltou a registrar aumento nos lucros. Os ganhos vieram principalmente do avanço de “outras culturas”, especialmente de forrageiras, uma aposta recente do grupo.

Na entrevista exclusiva ao AgLíderes, videocast do AgFeed com foco nos principais CEOs do agronegócio, Marino Colpo se mostrou otimista em relação ao ano de 2025.

O CEO da Boa Safra admitiu que a área plantada no Brasil já não cresce no mesmo ritmo visto há 2 anos, o que pode impactar o negócio. Por outro lado, a colheita farta desta temporada pode trazer de volta a disposição do produtor em investir.

Além disso, o maior interesse pelos “cultivos de cobertura”, para melhorar a saúde do solo e a produtividade, são promessas de vendas em alta para a companhia, que fechou recentemente a compra de 30% da SBS Green Seeds, de sementes forrageiras.

Na entrevista a seguir Marino Colpo fala de possíveis oportunidades para M&As, como comprar ou fazer parcerias com produtores rurais que investiram em sementeiras na época da bonança.

O executivo fala ainda de temas como Fiagros, da meta de crescer 40% em 2025 e da sua visão de futuro para o agronegócio. Confira a entrevista na íntegra - disponível nas plataformas YouTube e Spotify.

Clique aqui para acessar todas as entrevistas do videocast AgLíderes.

Resumo

  • Após ter redução em receita e lucros em 2024, Marino Colpo se diz otimista com perspectivas de 2025
  • Para o empresário, colheita farta desta temporada pode trazer de volta a disposição do produtor em investir
  • Vendas se sementes de forrageiras, uma das novas frentes da companhia, também podem ajudar a ampliar receitas da Boa Safra