O entusiasmo do uruguaio Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil, ao compartilhar um cafezinho “com 25% menos emissões de carbono" é contagiante. Foi assim que recebeu o AgFeed no escritório da gigante norueguesa de fertilizantes, em São Paulo, demonstrando otimismo, apesar dos enormes desafios que o setor em que atua vem enfrentando nos últimos tempos.

O tema que mais mobiliza o executivo de uma das maiores fornecedoras de fertilizantes do mundo, atualmente, é a meta global da empresa de alcançar a neutralidade nas emissões de carbono em 2050.

Para chegar lá, Altieri garante que os investimentos recentes e os próximos que virão no Brasil, país que consome um terço do volume global da Yara, terão como foco projetos que priorizem matérias-primas renováveis, como a amônia verde, que passará a ser produzida pela empresa em Cubatão, no início de 2024.

"Não faz mais sentido investir em fábricas com foco em matéria-prima fóssil", disse o presidente da Yara, para em seguida fazer a ressalva: “mas falta um marco regulatório que assegure os investimentos, falta apoio para esta transição energética”.

Altieri diz que nos principais players do mercado, diferentemente do Brasil que avança em ritmo mais lento, “as regras do jogo são claras".

O executivo revelou também ao AgFeed que a start Agoro, que pertence a Yara, trabalha em um projeto piloto, em Mato Grosso, com foco em recuperação de pastagens para que, futuramente, possa viabilizar o acesso dos agricultores brasileiros aos créditos de carbono.

Sobre o atual momento de preços de commodities mais baixos e problemas financeiros para algumas empresas, o líder da Yara no Brasil garante que, apesar de toda a cadeia ser afetada, no setor de fertilizantes as previsões estão mantidas, com expectativa de que a entrega de adubos possa alcançar 45 milhões de toneladas em 2023, acima do ano anterior.

A multinacional ampliou em 650 mil toneladas a produção de fertilizantes no Brasil este ano, com maior foco no projeto de Rio Grande (RS) e expectativa de seguir avançando em produtos de "alta tecnologia”, como os fertilizantes foliares.

Confira estes e outros assuntos que tratamos com Marcelo Altieri, na entrevista a seguir.

Como está vendo o atual cenário para o setor de fertilizantes e para o agro brasileiro como um todo?
O agro em 2023 só consolida a força que tem no Brasil e a importância que tem para a economia brasileira. Depois dos grandes desafios de 2021, como a pandemia, depois da guerra e de todo o impacto que tiveram as commodities em 2022, agora em 2023 (o mercado) voltou mais para a normalidade. Mas é um ano muito bom, por exemplo, nas relações de troca para os grãos, que estão com muito boa competitividade hoje.

Os preços dos grãos não caíram muito?
Se olhamos para trás, nós hoje estamos com preços ou níveis de commodities pré pandemia. Então todas aquelas flutuações de preços de commodities, aquele desbalanço de inventários, aqueles novos fluxos logísticos que fomos forçados a tomar de certo modo, já se adaptaram. As empresas e os mercados encontraram os caminhos para voltar a essa estabilidade. E o reflexo hoje são os novos preços, que já estão nos níveis da pré pandemia.

E poderemos retomar o crescimento também?
Esse é um mercado em que estou há um tempo relativamente curto, mas ele nunca deixa de me impressionar, de maneira positiva, porque continua crescendo. O mercado continua demandando. Veja que as áreas vão crescendo, a produção vai crescendo, vai sendo melhor. Estamos falando de recordes de produtividade na safra 22/23. Portanto, consequentemente, uma demanda maior de fertilizantes, que é o nosso mercado para 2023, voltando a crescer em novos patamares. Hoje estamos falando de expectativas entre 44 e 45 milhões de toneladas para 2023, enquanto no ano de 2022 ficou mais perto de 42 milhões. De novo, um crescimento importante no Brasil.

No início do ano já se falava nesta previsão de que mercado tivesse entregas de 44 milhões de toneladas de fertilizantes. Mas os números da Anda (associação que reúne os distribuidores de adubos) de janeiro a abril mostram queda de 5% em relação ao ano passado. Também houve redução nas importações. Isso não altera as previsões para o ano?
Não. É muito interessante o que você trouxe. Para entender esses 44, 45 milhões, eu tenho que ver o que aconteceu no ano passado, que fechou em um número menor do que foi prognosticado. No ano passado se esperava 44 e fechou mais perto de 42. Isso fez com que o estoque de passagem fosse o mais alto dos últimos cinco anos. Os números de abril mostram que os inventários no Brasil foram 74% mais altos que a média dos últimos cinco anos. Foram quase 12 milhões de toneladas de estoque no mercado brasileiro. O estoque normalmente em abril deveria estar entre 7 e 9 milhões de toneladas.

"O agricultor esperou até o último momento e acho que a decisão foi certa, porque os preços ainda estavam em queda"

Qual o impacto disso?
É um volume muito alto, que explica um pouco o que ocorreu nos primeiros meses deste ano. Em relação às entregas, é verdade, o agricultor esperou até o último momento e acho que a decisão foi certa, porque os preços ainda estavam em queda. Ele esperou não só o preço dos insumos, como os fertilizantes, mas também dos grãos, até que encontraram uma boa relação de troca, que é o que estamos vendo hoje. Tem uma relação de troca até melhor do que naqueles níveis onde o preço da soja atingiu o pico máximo, porque a soja valia muito, mas os insumos também valiam muito. O milho é um pouco diferente, ainda está em queda.

Esta reação do mercado já está acontecendo, portanto, só não está aparecendo ainda nas estatísticas?
Hoje mudou totalmente. A demanda começou por causa dessa relação de troca que melhorou. Já vemos os agricultores recebendo, pedindo por fertilizante e fechando o volume de soja também. E se adiantando em relação ao que já estamos falando faz um tempo, que podem ser os gargalos logísticos da cadeia. Quando você espera até o último momento, esse é o desafio. Você consegue um bom preço baseado na relação de troca, mas o desafio é conseguir o produto, porque agora, começa toda a cadeia a enfrentar este gargalo.

Temos ouvido que os investimentos em logística, especialmente em grãos, já se esgotaram e que chegamos ao limite novamente. No setor de fertilizantes também enxergam isso?
O fertilizante tem o transporte reverso do grão. Os caminhões e trens, tudo o que vai para os portos com grãos, volta com o fertilizante. E usamos os mesmos portos. Então as esperas ficam mais longas. O Brasil é grande, ainda temos coisas para fazer em infraestrutura.

A Yara fez algum investimento recente relacionado aos portos ou pretende fazer?
Nos últimos dez anos, investimos R$ 15 bilhões em infraestrutura, nas nossas plantas e em portos. Nós temos nosso próprio porto em Rio Grande, com duas posições para receber dois Panamax. Isso é parte de nosso programa de investimento que não começou hoje, começou dez anos atrás. Em Rio Grande nós investimos R$ 2 bilhões no último ano para ampliar a capacidade, não apenas de recebimento, mas também a capacidade para a extração de produto, para poder exportar. E fizemos algumas operações de exportação na região, como para a Argentina, por exemplo. Fizemos no ano passado algumas operações de cabotagem, as primeiras do Brasil, ninguém havia feito. Nós carregamos e fizemos três operações, duas no ano passado, e uma esse ano, de cabotagem, enviando produto para nossas plantas em Maceió, Salvador e São Luís. Graças a esse investimento, conseguimos fazer as operações.

E ao chegar no limite, será necessário investir mais?
Hoje nós temos os investimentos feitos nos terminais, mas ainda falta investimento dentro do país para poderem fazer essa logística acontecer. Então precisamos de mais trens, mais ferrovias. Precisamos melhorar também o Arco Norte. Hoje 30% da soja vai por cima e é uma zona onde a infraestrutura ainda não está desenvolvida totalmente..

Estão previstos mais investimentos no Arco Norte?
A última planta que nós inauguramos está em São Luís, está no Arco Norte, então confirma a tendência de mais investimentos lá. O crescimento da agricultura vai por esse lado, então nós sempre acompanhamos.

Muitos analistas têm alertado sobre a queda de rentabilidade do produtor e problemas de fluxo de caixa nas empresas do setor, não apenas este ano, mas também em 2024/2025. Vocês também têm esta percepção?
Eu não gosto de falar de futuro, porque não sei o que vai acontecer amanhã. Tenho uma projeção muito boa, depois aconteceu a pandemia. Aí, quando parecia que ia acabar, aconteceu a guerra e de novo mudou. Vivemos no mundo hoje que é super vulnerável, complexo, ambíguo e incerto. Então é muito difícil saber o que vai acontecer. Mas o ponto é que, quando o agricultor tem afetada a sua rentabilidade, sua produtividade, toda a cadeia sofre e nós somos parte de uma cadeia.

Em relação ao projeto de descarbonização que a Yara vem apostando e os investimentos no “fertilizante verde", o que já foi feito e o que vem pela frente?
A primeira coisa é que nós, como companhia, decidimos olhar para frente e procurar cultivar um futuro alimentar positivo para a natureza. Hoje todas as iniciativas, o olhar do futuro, para onde vai nossos esforços, tudo segue nessa direção. E nesse caminho nós estamos trabalhando muito. A primeira iniciativa, bem importante para o Brasil, é a descarbonização da cadeia de alimentos. Isso soa muito grande e amplo sim, já que você escuta por todo lado, mas nós temos ações bem concretas.

Por exemplo?
Aqui no Brasil nós vamos produzir pela primeira vez uma molécula de amônia verde. Ela vai ser produzida através do biogás, que vai ser obtido pelo biometano, nesse caso, a partir dos resíduos da indústria sucroalcooleira. Nós tomamos e introduzimos o biogás no nosso sistema de produção de amônia, substituindo o gás metano, que é o gás fóssil, por uma energia renovável. Essa amônia verde vai se transformar em nitrato de amônio verde. Esse nitrato de amônio verde vai voltar para o canavial e vai produzir mais resíduos para a indústria. E vamos poder gerar um sistema de economia circular.

Há outros projetos?
Sim, esse é só um deles. O outro é que nós assinamos um acordo com a maior cooperativa de café do mundo, a Cooxupé, que vai utilizar nossos fertilizantes verdes, que sairão da planta de Cubatão (SP), para produzir o café. O diferencial é poder exportar um café com menor pegada de carbono e poder se diferenciar no mundo com esse produto. Esperamos que o Brasil não só seja conhecido pelo café de boa qualidade, mas também pela baixa pegada de carbono. Esse café que estamos servindo aqui, algo que nós já iniciamos, tem 25% menos de emissões que o convencional, e está sendo feito hoje, com fertilizantes e um sistema nutricional feito pela Yara com produtos de nossas fábricas, hoje da Europa, que têm um sistema de redução das emissões.

Como funciona?
Esse é da Yara Champion, um programa que nós fazemos. Os agricultores produzem com nosso plano nutricional, nós fazemos um concurso com eles e compramos o café que for melhor. É esse café que nós compramos, utilizamos aqui no escritório e enviamos para a Noruega. O nosso CEO dá de presente para um grupo de pessoas, vai uma parte até para o Palácio Real da Noruega. É uma tecnologia que a Yara tem investido há muitos anos para reduzir as emissões. Ainda não é verde, mas é reduzida a emissão. O verde vai ter 70% menos. É outro patamar, é bem diferente. Mas o que eu quero mostrar é que nós já estamos nesse caminho. Desde 2015, mundialmente, quando iniciamos o projeto, até agora, já reduzimos em 30% as emissões. Nós queremos ser carbono neutro em 2050. Então já temos um caminho percorrido até aqui.

E as metas no Brasil?
Aqui no Brasil temos esse plano de descarbonização de nossa produção. Em Cubatão, por exemplo, estamos nesse caminho. Queremos reduzir em 80% nossas emissões até 2030, então vamos reduzir isso também. A meta está em Cubatão porque é a única planta em que nós produzimos nitrogênio e utilizamos gás natural. É onde vamos utilizar o biometano. Como nas outras não produzimos nitrogênio, não temos esse nível de emissões.

Neste projeto com uso de biometano, que é uma parceria com Raízen, como está o cronograma?
Nós vamos receber o biogás no final desse ano e a produção vai começar no primeiro trimestre do ano que vem, quando já vamos produzir fertilizante. A meta de redução é até 2030 porque está sendo desenvolvida uma indústria para produzir o biogás, não é como o outro. Você tem que ter mais capacidade para receber um resíduo da indústria sucroalcooleira e processar isso, para gerar mais biogás. É algo que leva tempo. Os resíduos da usina vão para a indústria de bioenergia. Esta produz o biometano e nós utilizamos o biometano para produzir fertilizante. A parte da Yara já está pronta, só precisamos receber o gás. Temos um contrato de 20 mil metros cúbicos por dia.

"Nos EUA a energia fóssil custa entre US$1 e US$ 2 por milhão de BTU. No Brasil entre US$ 14 e US$ 16.  A indústria olha um número como esse e pergunta: o que é mais fácil? Importar"

Gradativamente, produtos como este vão substituir o gás natural?
É um assunto interessante. Nós hoje funcionamos principalmente com gás fóssil, metano, do solo. E, falando de uma maneira clara, o custo deste gás não é competitivo se comparar o Brasil com o resto do mundo. Esse custo pode ser até um problema para o desenvolvimento da indústria. Nós precisamos ter um gás competitivo para poder fazer uma ponte, até que todas estas energias verdes se desenvolvam e estejam disponíveis. O Brasil não está competitivo, por isso recebemos produto de diferentes países, como Rússia, Bielorússia, Estados Unidos, Canadá. No Brasil 85% do fertilizante é importado. É bem importante trabalhar em conjunto para definir novas regras de jogo e fazer uma ponte para que a energia renovável, as energias verdes, venham para o Brasil, que possam se desenvolver.

Há algo parecido em outros países?
Lá fora está todo mundo investindo, o Brasil está demorado nisso. O [Joe] Biden, com aquele mecanismo de controle de inflação, fez uma troca de investimentos por impostos incrível. A Yara comunicou publicamente que vai fazer investimentos de mais de US$ 4 bilhões na produção de amônia verde. Lá tem uma regulamentação, tem um processo. Nos Estados Unidos a energia fóssil custa entre US$1 e US$ 2 por milhão de BTU. No Brasil entre US$ 14 e US$ 16. Este é o custo do gás. A indústria olha um número como esse, US$ 1 contra US$14, e pergunta: o que é mais fácil? Importar. Você para a produção aqui e importa mais barato. Isso gera um impacto tremendo na economia do Brasil.

O caminho para melhorar isso teria que ser política pública? Estão conversando com o governo?
No gás, sim. E sempre estamos abertos a conversa. Fizemos parte do plano do governo de agricultura de baixo carbono, também do plano nacional de fertilizantes e do plano nacional de hidrogênio. E isso sempre está na mesa. Estamos vendo boa disposição do governo em adotar energias renováveis, mas na minha opinião é um pouco lento, comparado com o ambiente, precisaria acelerar como os demais. Além de Estados Unidos, diversos países da Europa já têm toda a regulamentação.

Globalmente, já se sabe qual seria a demanda pelo fertilizante verde?
Para ter esta resposta temos que olhar o consumidor final. Nós fizemos uma pesquisa na Europa, no final do ano passado, e verificamos que 70% das pessoas que responderam queriam ver na embalagem do alimento qual era a pegada de carbono dele. E 50% estavam dispostas a pagar um preço a mais por alimentos com melhor pegada de carbono. Portanto, acho que depende de mudança de hábitos, mudança de mindset do consumidor, mas tudo indica que a adoção de energias mais limpas vai ser em ritmo mais forte e rápido do que nós esperamos. A minha expectativa é que toda a indústria venha a ser convertida em renovável, mas quando isso vai ser, acho que estamos longe ainda, mas vai acontecer.

Há algo previsto para soja e milho também?
Já temos no milho, por tonelada do grão, já estamos com 25% menos pegada de carbono, o mesmo que temos no café. Isso já acontece hoje, temos pesquisas em Mato Grosso capturando estes dados. Na soja é um pouco diferente porque ela não utiliza o nitrogenado. No milho é um projeto comercial, um programa nutricional que se chama "MaisMayz". Os estudos no campo, conduzidos em parceria com instituições de pesquisa, com aproximadamente 10 anos de dados, já constatamos uma redução de 25% da pegada de carbono na produção de milho quando utilizado o nitrato de amônio da Yara em vez de ureia tradicional do mercado. Quando substituímos esse insumo por fertilizantes produzidos via amônia verde, essa redução da pegada de carbono alcança 49%.

Muitos agricultores têm buscado reduzir o uso de nitrogenados em projetos como a agricultura regenerativa. A empresa não vê um problema, ao ter uma redução no uso dos produtos?
Não é a a redução do fertilizante que nós produzimos. Vamos melhorar e já melhoramos muito a forma como produzimos, reduzindo o que se chama de emissões do escopo 1 e 2, que são aquelas da fábrica. O caminho é utilizar mais destes produtos, que são feitos com menos emissões, e menos de outras empresas que hoje não fazem nada. Reduzimos muito comparado com nossos concorrentes. Então não é vender menos. É que o agricultor utilize mais produtos com esta menor pegada e menos daqueles que são de energia fóssil. Esta é a mudança que a Yara quer.

"A Yara já não vai mais investir em projeto de energia fóssil. (...) O que tinha antes, o que pensamos em investir no passado, ficou para trás"

A Yara pretende ser aliada para buscar remuneração ao produtor que adotar estas tecnologias?
Sim, já temos projetos para gerar crédito de carbono, para trabalhar este mercado. Criamos uma empresa dentro da Yara que se chama Agoro, que já está rodando alguns pilotos em Mato Grosso, com pastagens degradadas, para ver como conseguimos recompensar aquele agricultor que faz as coisas bem e como podemos gerar valor através desta captura de carbono que é tão necessária para o ambiente.

Qual deve ser a grande tendência para o setor de fertilizantes?
O que eu espero é a mudança da matriz energética. Vai mudar muito rápido, isso vai acontecer. Vamos deixar de usar energia fóssil, para passar para energia renovável. Será uma grande mudança no mundo.

No portfolio da Yara, no futuro, terá mais "especialidades” do que “commodities”?
Acho que a definição não é especialidade e sim produtos de alta tecnologia. Como vamos complementar os programas nutricionais através da folha, é uma realidade. Nós investimentos muito aqui em Sumaré em uma planta para isso, que ainda tem o dobro da capacidade, esperamos um crescimento na linha de nutrição foliar. Mas também esperamos crescimento nas linhas de bioestimulantes. Sabemos que para fazer agricultura regenerativa você tem que incorporar microbiologia. Tudo é uma combinação de um portfolio de mais alta tecnologia. A metade do portfolio já é alta tecnologia, não só foliar, mas também os granulados, todos os demais produtos. E acho que vai crescer esta participação.

Os dados de aumento de produção da Yara estão mantidos?
Em Rio Grande no ano passado produzimos 600 mil toneladas, este ano será 1,1 milhão de toneladas lá. Em 2023 no total a Yara estamos aumentando em 650 mil toneladas a produção, sendo 500 mil em Rio Grande e 150 mil toneladas em Cubatão e em Ponta Grossa (PR).

Para finalizar, queria saber como avaliam o andamento do Plano Nacional de Fertilizantes, e se estão estimulados a investir, apesar desta dificuldade do primeiro semestre?
Como disse, nos últimos 10 anos investimos R$ 15 bilhões no Brasil e sempre estamos olhando oportunidades, mas precisamos encontrar estas oportunidades. Ainda falta um pouco de marco regulatório que assegure os investimentos. Nesta transição energética, a Yara já não vai mais investir em projeto de energia fóssil. Queremos investir em projetos que vão em linha com "cultivar um futuro alimentar positivo para a natureza”. Esta vai ser nossa linha de investimentos. O que tinha antes, o que pensamos em investir no passado, ficou para trás. Agora estamos buscando que esta mudança energética aconteça, que a regulamentação tenha lugar, para poder olhar e analisar oportunidades de investimentos.