O açúcar, que turbinou o lucro da São Martinho nos últimos balanços, segue adoçando alguns indicadores, como mostrou o resultado do primeiro trimestre da safra 2024/2025, divulgado pela companhia.

A receita líquida total da empresa saltou 22,3% no primeiro trimestre de 2025 na comparação com o mesmo período do ano anterior, registrando R$ 1,64 bilhão em faturamento.

Já o lucro líquido do grupo, que é um dos maiores do setor sucroenergético no Brasil, recuou 51,7% no trimestre, comparado ao mesmo período do ano passado, fechando em R$ 106,3 milhões.

No comunicado, a São Martinho diz que a queda no lucro está relacionada principalmente, “ao impacto da marcação a mercado do swap de dívidas e à variação do valor justo do ativo biológico, ambos sem efeito caixa”.

O cenário positivo na receita foi sustentado pela alta de 13% nos preços do açúcar e de 5,5% no volume comercializado. Somente a receita líquida com as vendas do adoçante somou R$ 913,4 milhões no período, um aumento de 19,2% frente ao ano anterior.

Mas nem tudo foi doce. O etanol, apesar de um aumento de 57,9% no volume comercializado, sofreu com a queda nos preços, que recuaram 17,5% no período.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, Ebitda ajustado, foi ajustado para R$ 672,3 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 20,7%.

Já a margem do Ebitda ajustado que era de 41,2% no primeiro trimestre da ultima safra, desta vez ficou em 40,6%.

Mercado não vê surpresas

Os números vieram em linha com as estimativas do mercado e as ações da São Martinho, nesta terça-feira, um dia depois a divulgação dos resultados, fecharam com leve alta de 1,2%.

Na avaliação do BTG, os volumes mais altos de cana comercializada e esmagada (acima das expectativas) resultaram em uma redução nos custos de caixa unitários ano a ano.

“Essa eficiência de custos ajudou a compensar os preços mais baixos do etanol em comparação ao primeiro trimestre fiscal de 2024, resultando em apenas uma leve compressão da margem EBITDA”, ressaltou o banco em nota.

Conforme a XP, embora as margens do etanol tenham se deteriorado devido à queda nos preços, com “números operacionais ligeiramente abaixo” do que estimava o banco, os analistas destacaram não identificar risco de mudança para as previsões do ano, em linha com o guidance da empresa.

Moagem e produtividade sobem

No primeiro trimestre da safra 24/25, a São Martinho processou aproximadamente 8,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, registrando um aumento de 16,6% em comparação com o mesmo período da safra anterior.

Segundo a companhia, esse crescimento foi impulsionado principalmente por uma melhoria na produtividade (+11,8% em toneladas por hectare) e um aproveitamento mais eficiente do tempo.

“O progresso operacional reflete as iniciativas e investimentos feitos pela companhia nos últimos anos, que resultaram em uma produção mais eficiente, além de condições climáticas mais favoráveis que permitiram um cronograma de moagem mais ágil no período”, destacou a São Martinho em comunicado.

Durante a safra, as operações com cana-de-açúcar resultaram na produção de aproximadamente 535,4 mil toneladas de açúcar, um aumento de 26,4% em comparação aos primeiros três meses do ano passado. Além disso, foram produzidos 342,9 mil metros cúbicos de etanol, um crescimento de 14,8%. Desempenho impulsionado pela maior produtividade e por um mix mais voltado para a produção de açúcar no período.

A empresa destaca que o processamento de milho contribuiu com 50,8 mil metros cúbicos de etanol e 31,9 mil toneladas de DDGS — subproduto do processo de produção de etanol a partir de grãos.

Ao final do primeiro trimestre de 2025, a operação combinada de cana-de-açúcar e milho produziu um total de 1.231,5 mil toneladas de ATR, um aumento de 21,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.