Para a rede de fast food McDonald’s, não tem havido lanche feliz desde que o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos apontou, no início da semana, o sanduíche Quarteirão, um dos mais populares de sua rede, como a fonte de um surto de contaminação pela bactéria E. Coli que se alastrou por 10 estados americanos.

O saldo do surto foi uma pessoa morta, 50 contaminadas (dez delas foram hospitalizadas) e uma crise de imagem sem precedentes.

E, agora, uma corrida atrás do culpado, promovida pelas autoridades sanitárias e a própria empresa, que está sacodindo a sua imensa cadeia de fornecedores.

A principal suspeita no momento recai sobre a cebola, servida fresca, em fatias, nesta versão de hamburguer. A Food and Drugs Administration (FDA), órgão do governo americano responsável pela fiscalização dos setores de alimentos e medicamentos, confirmou que está investigando a Taylor Farms, uma das maiores empresas produtoras de hortaliças do País e fornecedora exclusiva do produto para o McDonald's, como uma potencial origem da contaminação.

A rede estima que serviu cerca de 1 milhão de unidades do lanche nos EUA entre 27 de setembro a 11 de outubro, período em que teriam ocorrido as contaminações.

Nesta quarta-feira, 23 de outubro, a US Foods, empresa distribuidora de alimentos, emitiu um aviso de recall para todos os seus clientes, pedindo para que deixassem de servir o produto cuja origem tenha sido a unidade do Colorado da Taylor Farms.

A iniciativa do recall partiu da própria Taylor Farms, depois de um porta-voz do McDonald’s ter informado que a investigação realizada pela empresa estava focada nas cebolas usadas nos sanduíches.

Na apuração do CDC, não houve nenhuma informação a respeito. Sabe-se que outra suspeita recairia sobre a carne usada nos hambúrgueres, que provém de vários fornecedores – entre eles as principais companhias do setor no país, como Tyson Foods e JBS.

A probabilidade de que isso aconteça é, no entanto, menor, uma vez que eles são preparados a uma temperatura que seria capaz de eliminar a bactéria.

Para que a contaminação se dar por essa via, teria de haver também uma falha no processo de preparo nas lanchonetes.

Como medida de contenção, a rede de fast-food informou que deixaria de produzir o sanduíche nas lojas afetadas por tempo indeterminado e não usaria mais as cebolas em seus outros sanduíches.

“Tomamos uma ação rápida para remover o Quarteirão do nosso cardápio,” disse Joe Erlinger, presidente do McDonald’s USA, à rede de tevê NBC. “Se houve algum produto contaminado na nossa cadeia de suprimentos, é muito provável que ele já tenha sido eliminado dessa cadeia.”

Um dia após o CDC apontar para o McDonald’s como fonte do surto, as ações da rede de fast-food caíram, na quarta-feira, 23 de outubro, cerca de 5%, reduzindo em US$ 14 bilhões o valor de mercado da companhia, que caiu para US$ 214 bilhões.

Outras cadeias de fast-food, como Taco Bell, Pizza Hut, KFC e Illegal Pete’s, também decidiram remover a cebola crua de seus menus nos restaurantes localizados no estado do Colorado após o aviso de recall.

A Taylor Farms, por sua vez, declarou que também conduz uma apuração sobre o caso e decidiu fazer o recall “por excesso de zelo”, já que não havia identificado, até então, qualquer indício de que a contaminação teria ocorrido em seus produtos.