Há poucas semanas, ao divulgar seu balanço trimestral, a gigante canadense de fertilizantes e insumos agrícolas Nutrien traçou um cenário positivo para alguns de seus principais mercados, como o do Brasil, nos próximos meses.
Em entrevista ao AgFeed em março passado, o presidente da empresa na América Latina, Carlos Brito, afirmou que, apesar das dificuldades enfrentadas nas últimas safras, 2023 foi um período para aprimorar a operação e ganhar maturidade, para uma nova escalada de crescimento nos próximos anos.
Antes desse período de recuperação chegar, entretanto, os números fracos apresentados nos últimos meses continuam pesando nas decisões do grupo por aqui. Nesta terça-feira, 28 de maio, por exemplo, a companhia anunciou a paralisação, por tempo indeterminado, das operações em três de suas misturadoras de fertilizantes no País.
Segundo comunicado da própria companhia, deixam de funcionar as plantas de Alfenas, em Minas Gerais, Morrinhos e Cristalina, em Goiás.
“Priorizando a eficiência operacional, rentabilidade e o fato de termos parceiros e operações ativas nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais, a empresa informa que tomou a decisão de realizar uma revisão estratégica e acessar opções, incluindo a paralisação por tempo indeterminado, para os três misturadores de fertilizantes”, diz a nota.
“Esta decisão possibilita que a Nutrien volte a reativá-los futuramente quando houver um cenário de mercado mais estável”.
A empresa informou que manterá os compromissos de entregas já assumidos com clientes, acionando parcerias estratégicas ou outros misturadores que seguem em operação.
“No modelo de negócios da Nutrien, a oferta de fertilizantes é uma prioridade em nosso portfólio de soluções para o agricultor”, informou.
Há cerca de um mês, a Nutrien havia também confirmado sua intenção de vender suas operações na Argentina, além de deixar os mercados de Uruguai e Chile, em função do desempenho abaixo do esperado nesses países.
Na ocasião, a companhia justificou a decisão como uma estratégia para focar seus investimentos em mercados mais atraentes, como o Brasil.