A frase de que "devagar se vai ao longe" parece se aplicar também ao mundo corporativo. É o caso da Marfrig, que lentamente vai fazendo movimentos para se tornar controladora da BRF.

Nesta segunda-feira, 25 de setembro, a BRF comunicou que a Marfrig chegou a uma posição de quase 674 milhões de ações ordinárias da companhia, e assim, superou a participação de 40% no seu capital.

Na semana passada, a Marfrig havia superado a fatia de 35% da BRF, marca anunciada no mesmo dia em que a empresa compradora tornava público o resultado da primeira fase de sua oferta subsequente de ações, que já garantiu R$ 1,6 bilhão em capital novo.

Nesta terça-feira, 26, termina o prazo para que os acionistas exerçam o direito de comprar as ações que sobraram na oferta. Se conseguir vender todas, a Marfrig fechará uma captação próxima de R$ 2,1 bilhões.

Nos últimos meses, a ação da BRF tem registrado recuperação, mesmo em meio aos casos de gripe aviária em animais silvestres e de criação doméstica no Brasil, que renderam bloqueios de importações de frango de Santa Catarina, já revogado, e de Mato Grosso do Sul, iniciado na última semana.

Nos últimos seis meses, a ação subiu quase 60%, e está bem próxima de valer R$ 9,70. Mas ainda está longe do patamar de R$ 15 verificado em outubro de 2022.

Em julho, a Marfrig fez um aporte de R$ 1,8 bilhão na BRF, que levantou um total de R$ 5,4 bilhões com uma oferta de ações.

Analistas afirmam que a intenção de Marcos Molina, controlador da Marfrig, sempre foi o de assumir o comando também da BRF. Isso se tornou possível após a extinção da cláusula conhecida como poison pill, que impedia qualquer acionista de ultrapassar os 33,3% de participação sem fazer uma oferta pública para todos os acionistas da companhia.