Investir R$ 13 milhões para entrar em um mercado que já ultrapassa os R$ 3 bilhões e que deve dobrar de tamanho nos próximos dois anos, segundo projeções de especialistas. Parece um bom plano? O Grupo Wirstchat, sediado em Olímpia, no interior de São Paulo, está fazendo exatamente isso.

O aporte foi feito em uma nova fábrica da produtora de polímeros, que o Wirstchat já oferece no mercado na forma de aditivos para insumos e fertilizantes agrícolas. Esta nova unidade será voltada somente para fabricar bioinsumos.

“O polímero será utilizado para aumentar a vida útil dos microrganismos usados nos insumos biológicos. No caso dos fungos, os nossos aditivos dobram esse tempo, de seis meses para um ano”, conta Andreto Ceolin, CEO do Grupo Wirstchat.

Ceolin afirma que a fábrica já está pronta e o primeiro teste de produção deve ser realizado em meados de dezembro. Inicialmente, a nova fábrica tem capacidade para produzir até 80 mil litros de biológicos por mês.

A nova unidade será anexa às outras unidades da holding, a Wirstchat Polímeros do Brasil e a Harvest Agro, em um local com mais de 8 mil metros construídos. Atualmente, a capacidade da companhia é de produzir 300 mil litros em produtos líquidos e 500 mil quilos em itens em pó.

Segundo Ceolin, a nova fábrica vai atender bem a demanda pelos próximos cinco anos. Os produtos ainda precisam ser registrados em todos os órgãos reguladores, e o CEO espera que a Wirstchat inicie a operação comercial dos biológicos no final de 2024.

Na nova fábrica serão produzidos de inoculantes a biodefensivos à base dos fungos, como Isaria fumosorosea e Beauveria bassiana, por exemplo, além de outras inovações que estão em desenvolvimento e validação pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da holding.

Ceolin projeta que o grupo feche 2023 com um faturamento de R$ 75 milhões. “No próximo ano, estamos projetando bater os R$ 100 milhões em receitas. Sem contar ainda a operação de biológicos, que deve começar a render faturamento somente em 2025”.

Segundo o CEO, a holding investe cerca de R$ 2 milhões por ano em desenvolvimento de novos produtos e tecnologias.

“Nos tornamos referência quando o assunto é aditivo para revestimento de ureia utilizada na produção de fertilizantes nitrogenados de eficiência aumentada. Agora queremos ser destaque também no segmento tecnológico de biológicos”, afirma o CEO.

Ceolin admite que o momento não é dos melhores para os fabricantes de insumos, com os produtores rurais mais cautelosos na compra dos produtos. “E os fatores climáticos podem trazer ainda mais incertezas”, afirma.

Mas ao mesmo tempo, ele diz que o agricultor não para de plantar e, por isso, o mercado tende a se recuperar.

O CEO é também o fundador do Grupo Wirstchat e o capital é totalmente nacional. “Já fomos procurados várias vezes por multinacionais interessadas em comprar a empresa. Mas não temos interesse em vender”.

Questionado sobre um possível aporte de capital, Ceolin afirma que não precisa recorrer a novos investidores neste momento. “Eu tinha uma empresa que foi comprada por uma multinacional americana. E com os recursos dessa venda, temos conseguido manter o grupo com um capital saudável, com praticamente zero de dívidas”.