Em tempos de turbulência global é preciso estar posicionado em diferentes países e diferentes mercados. Além disso, ter foco sempre no longo prazo, usando as ferramentas de mitigação de risco para se proteger das “surpresas” que aparecem no caminho.
Estes são alguns dos pensamentos que direcionam o trabalho do CEO da Copersucar, Tomás Manzano, compartilhados em entrevista exclusiva ao AgFeed, durante mais uma entrevista do videocast AgLíderes.
“A gente vem vivendo um ciclo de crescimento bastante intenso de 2009 para cá, praticamente multiplicou por 20 o tamanho do ecossistema, um crescimento que ocorreu pela base de produção, pelas usinas associadas e também pela competência e eficiência de originar produtos de terceiros”, disse o executivo, lembrando que a maior relevância do Brasil nos mercados de açúcar e etanol também foram fundamentais ao longo da trajetória.
Esse “ecossistema” citado por Manzano é o modelo adotado pela Copersucar, em que a empresa não é “dona” de todas as 38 usinas, por exemplo, mas opera toda a comercialização e logística para suas associadas.
Foi uma opção adotada desde 1959, quando foi criada como cooperativa, com o objetivo de “compartilhar a escala”.
Hoje, já uma holding, a Copersucar virou multinacional porque possui operações não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na Europa.
“O nosso modelo de negócio não é um modelo de verticalização, o papel da Copersucar é unir essas pontas em escala”, explicou.
O sistema envolve também algumas joint ventures, como a Evolua, com a Vibra Energia, que comercializa etanol, e a Alvean, de exportação de açúcar, que já teve a Cargill como sócia.
Na safra encerrada em março, a Copersucar comemorou um recorde nas exportações de açúcar e um aumento de 40% nos lucros, como mostrou recentemente o AgFeed.
O foco do CEO agora são os projetos estratégicos ligados à transição energética. Ele citou três rotas importantes: o biometano, gás produzido a partir de resíduos da cana, o SAF (combustível sustentável de aviação) e o Biobunker, combustível para navegação com menor emissão de gases causadores do efeito estufa.
A prioridade, segundo Manzano, é ampliar a produção de biometano nas usinas da Copersucar. Atualmente, apenas uma delas, a Cocal, já tem produção significativa do biogás.
No AgLíderes, o CEO revelou que “novas fábricas de biometano serão anunciadas”. A ideia é replicar o modelo que já existe na comercialização de açúcar, de etanol e até mesmo na energia gerada a partir da biomassa.
A Copersucar centraliza a venda, por exemplo, da energia para o mercado livre e assim consegue maior competitividade.
No biometano, o produto final “fica mais barato que o combustível fóssil”, disse o executivo. É esse o motivo da decisão de dobrar a aposta nesta rota da transição energética.
Os detalhes deste projeto e também de outras frentes, como SAF e o etanol, nos Estados Unidos, você confere em mais um episódio do AgLíderes, que pode ser assistido nas plataformas YouTube e Spotify.
Resumo
- O foco do CEO da Copersucar agora são os projetos estratégicos ligados à transição energética, contou Manzano em entrevista ao AgLíderes
- Três principais rotas nesse sentido, segundo ele, são o biometano, o SAF (combustível sustentável de aviação) e o Biobunker, biocombustível para navegação
- Para om executivo, no modelo de comercialização da Copersucar, biometano pode ficar "mais barato que combustível fóssil"