Os resultados da gigante de insumos Corteva ganharam um bom impulso no fim de 2024, com aumento de receitas e volume de vendas nos últimos três meses do ano, fazendo com que a companhia segue com uma perspectiva positiva para 2025 – mesmo com um cenário macroeconômico potencialmente mais desafiador e a tendência de que os preços sigam sob pressão.
Entre outubro e dezembro de 2024, a Corteva registrou um aumento de 7% em sua receita líquida em comparação com o mesmo período de 2023, passando de US$ 3,707 bilhões para US$ 3,978 bilhões.
A empresa divulgou seus números para o quatro trimestre de 2024 e para o todo ano de 2024 na noite de quarta-feira, dia 5 de fevereiro.
O resultado dos últimos três meses de 2024 foi melhor do que os números gerais do ano, quando a Corteva registrou uma queda de 2% em suas receitas líquidas, que recuaram de US$ 17,2 bilhões para US$ 16,9 bilhões.
O Ebtida (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) operacional ficou em US$ 3,376 bilhões no acumulado do ano, ante US$ 3,381 bilhões em 2023.
“Nossos resultados para o ano completo de 2024 refletem nosso foco na execução disciplinada: apesar das condições de mercado menos que ideais, a Corteva conseguiu gerar um forte fluxo de caixa operacional ao longo do ano e apresentar resultados recordes no quarto trimestre”, afirmou o CEO da Corteva, Chuck Magro, no comunicado de divulgação dos números.
Para 2025, a Corteva espera que o crescimento continue. O guidance da companhia indica que as vendas líquidas nesse ano devem girar dentro de uma faixa entre US$ 17,2 bilhões e US$ 17,6 bilhões, representando um crescimento de 3%.
“Os fundamentos gerais da agricultura continuam positivos, à medida que o consumo global recorde de milho e soja, aliado a uma forte produção em 2024, sustentou os níveis de renda do setor agrícola”, diz a Corteva.
“Os preços globais dos grãos estão se recuperando e a relação entre estoques e consumo de milho é a mais baixa em mais de uma década. A demanda no campo permanece forte, pois os agricultores continuam a priorizar tecnologias de ponta para maximizar seus rendimentos.”
O Ebtida operacional, por sua vez, está projetado entre US$ 3,6 bilhões e US$ 3,8 bilhões, crescimento de 10% – em 2024, o resultado foi de US$ 3,4 bilhões. O lucro por ação deve ficar entre US$ 2,70 e US$ 2,95 por ação, o que também representa um crescimento de 10%.
A companhia salienta, no entanto, que a pressão sobre os preços deve persistir e que o dólar forte vai impactar o segmento ao longo deste ano.
Os preços, de fato, caíram 4% somente no quarto trimestre de 2024, refletindo a expectativa de preços mais baixos na parte de sementes no Brasil, e a dinâmica de preços competitivos em proteção de cultivos, principalmente na América Latina.
Mas não foram suficientes para afetar totalmente as receitas, que subiram 7% no geral, e cresceram em todas as regiões no período – com ajuda principalmente do Brasil, onde a companhia teve bons volumes.
Na América Latina, houve um crescimento de 7% na receita líquida no quatro trimestre, e uma queda de 3% ao longo de 2024. Na América do Norte, a alta foi de 4% entre outubro e dezembro de 2024. No ano, o crescimento foi de apenas 1%.
No recorte que inclui Europa, Oriente Médio e Ásia, representado pela sigla EMEA, a receita aumentou expressivos 21% na reta final do ano, mas caiu 7% no consolidado de 2024.
Por fim, na região Ásia-Pacífico, a Corteva registrou crescimento de 9% na receita entre outubro e dezembro de 2024, mas uma queda de 1% no ano.
O volume de vendas, assim como as receitas, também cresceu nos últimos três meses de 2024, com uma alta de 17%, e no ano, com expansão de 2%
Na área de defensivos, chamada de Crop Protection, o volume de vendas em específico cresceu 16% na reta final do ano e 3% no acumulado do ano, com uma demanda maior registrada na América Latina, que também deu um impulso importante aos resultados de uma forma geral. .
Houve também crescimento de volumes de venda na área de sementes, com uma alta de 19% no quatro trimestre de 2024 e 1% no acumulado do ano, refletindo aumento esperado na área plantada de milho safrinha no Brasil.
Por outro lado, o real, que enfrentou uma forte depreciação frente ao dólar na reta final de 2024, foi o principal responsável pelos impactos negativos vindos do câmbio tanto na área de defensivos, quanto na área de sementes, que tiveram impacto negativo de 5% e 8%, respectivamente.
No Ebitda, os resultados das duas áreas tiveram desempenhos diferentes no quarto trimestre de 2024.
Em sementes, houve uma queda de 36% nessa linha, com o Ebtida operacional fechando o período em US$ 93 milhões.
“O aumento dos custos de commodities e outros custos de vendas, a queda nos preços e o investimento contínuo em P&D mais do que compensaram o crescimento do volume e as ações contínuas de redução de custos e produtividade”, diz a Corteva.
Por outro lado, o Ebtida de proteção de cultivos cresceu signficativamente no período, com uma expansão de 73%, passando a US$ 461 milhões, “com a deflação de matérias-primas, economias para maior produtividade e o crescimento do volume mais que compensando a pressão sobre os preços.”