Mais volumes, menos custos fixos e um preço do trigo mais barato em dólar.  Essa foi a receita da M. Dias Branco, uma das maiores empresas do País dos segmentos de massas e biscoitos, para ver seu lucro líquido subir 73% no terceiro trimestre de 2025.

O indicador somou R$ 216 milhões no período, acompanhando um avanço também na receita líquida, que atingiu R$ 2,78 bilhões, alta de 15,8%.

No balanço da empresa, divulgado ao mercado na noite desta sexta-feira, dia 7 de novembro, a companhia apontou que esse foi o terceiro trimestre consecutivo de alta no faturamento.

A M. Dias Branco registrou uma alta nas vendas também em volume, que cresceu 15% em um ano e atingiu 482,9 mil toneladas. A companhia cita, no balanço, campanhas de marketing voltadas às marcas Vitarella e Piraquê como motores do avanço.

“Seguimos fortalecendo a presença das marcas nos pontos de venda, com materiais e distribuição de amostras nas marcas Piraquê, Adria e Isabela”, diz o documento.

Na receita, 77% (R$ 2,16 bilhões) são provenientes da venda da linha principal: biscoitos, massas e margarinas, categoria que teve a maior alta de um ano para cá, 16,2%.

A área de farinhas, farelo e gorduras industriais, somou R$ 483 milhões e registrou alta de 15,3% em um ano. Já a linha “adjacências”, que conta com todo o portfólio de bolos, snacks, misturas, torradas, molhos e temperos, faturou R$ 140,8 milhões, alta de 12,9% em um ano.

O preço médio das vendas (considerando todas as linhas), se manteve estável em um ano, mas foi 3,2% menor em relação ao segundo trimestre de 2025.

A companhia cita que o trigo, commodity utilizada em praticamente todos os produtos da empresa, mostrou queda de 13% de um ano para cá, passando de US$ 260 por tonelada em setembro passado para US$ 227 no mesmo mês em 2025.

Apesar disso, o custo dos produtos vendidos (CPV), subiu 17,8% em um ano, atingindo R$ 2 bilhões. O relatório explica que o impacto negativo veio do óleo de palma, mas foi atenuado pela matéria-prima principal das massas e biscoitos:

“O aumento de aproximadamente 17% do óleo de palma em dólar foi parcialmente compensado pelo recuo do trigo em dólar em cerca de 13%”, diz a M. Dias Branco.

O custo total representou 72% da receita líquida, contra 70,8% um ano antes, mas foi compensado pela alta nos volumes. As despesas operacionais (de vendas e administrativas) subiram 5,1%.

Como cresceram num ritmo abaixo do visto na receita, a margem operacional saiu de 5,8% para 7,8% em um ano. “O aumento reflete, principalmente, o maior volume de vendas, além da retomada dos investimentos em marketing e trade marketing, com destaque para campanhas da marca Piraquê”, afirmou a empresa.

Outro fator decisivo foi a redução da carga de impostos. O balanço também mostra um cenário fiscal favorável, com a alíquota de imposto de renda passando de 14,5% para 5,5% em um ano.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da M. Dias Branco avançou 39% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período em 2024, atingindo R$ 318,1 milhões.

A forte geração de caixa foi outro destaque do trimestre. A M. Dias Branco encerrou o período de julho a setembro com R$ 530,2 milhões de caixa operacional líquido, um salto de 689% em relação ao mesmo período de 2024, quando havia gerado apenas R$ 67 milhões.

No acumulado dos nove meses, a geração total alcançou R$ 1,23 bilhão, quase o triplo do observado um ano antes.

De acordo com o balanço, a performance reflete principalmente a liberação de R$ 205 milhões de capital de giro, fruto da redução de estoques e prazos maiores de recebimento de fornecedores.

Resumo

  • M. Dias Branco registrou lucro líquido de R$ 216 milhões no 3º trimestre, alta de 73% em um ano.
  • Queda de 13% no preço do trigo em dólar ajudou a conter custos, enquanto campanhas de marketing de Piraquê, Vitarella e Adria impulsionaram volumes. 
  • Geração de caixa operacional chegou a R$ 530 milhões (+689%), refletindo redução de estoques e prazos maiores de pagamento.