A Marfrig anunciou nesta quinta-feira em comunicado ao mercado que está antecipando em 5 anos a meta de rastreabilidade total de seus fornecedores diretos e indiretos.
A decisão de atingir o objetivo até 2025, na compra de animais para abate em suas unidades, em todas os biomas do Brasil, faz parte de uma atualização do programa chamado Marfrig Verde +, lançado em julho de 2020. O prazo original previa que, no Cerrado, os 100% de rastreabilidade só fossem atingidos em 2030.
No comunicado a empresa diz que está incorporando “novos programas e iniciativas que aceleram o seu compromisso de estabelecer uma pecuária de baixo carbono, 100% rastreada, livre de desmatamento". A companhia informou também que, para acelerar o programa, vai investir R$ 100 milhões.
A empresa também anunciou que pretende ajudar a recuperar 100 mil hectares de pastagens degradadas, ao transformá-las em áreas produtivas, "através de parcerias públicos-privadas".
O texto destaca também uma meta de "restauração ecológicade 6 mil hectares de florestas nativas" e o incentivo a práticas de agricultura regenerativa.
A empresa menciona ainda parcerias para melhoria genética do rebanho com integração, citando integração com as fazendas de confinamento MFG Agropecuária, escalando fornecimento de gado.
Os programas da Marfrig também incluem geração de créditos de carbono certificados, em parceria com a Agrorobótica e o projeto de carne baixo carbono e carne carbono neutro, além de sistemas de integração pecuária-lavoura-floresta, certificados em parceria com a Embrapa.
Este ano a Marfrig anunciou a venda de 16 plantas de bovinos, a maioria no Brasil, para a concorrente Minerva. Em apresentação feita esta semana para investidores, a Minerva informou que espera que o negócio seja aprovado pelos órgãos reguladores até metade do ano que vem. Com a transação, 15 unidades de bovinos, que era da Marfrig e totalizam 12,9 mil cabeças por dia em abates, passam a pertencer ao Minerva.
Analistas de mercado têm destacado a dificuldade dos frigoríficos brasileiros em rastrear os fornecedores indiretos dos animais abatidos, um processo mais complexo se comparado aos diretos. Fontes do setor acreditam que uma das motivações para a decisão de reduzir a presença em bovinos por parte da Marfrig teria sido justamente a dificuldade encontrada para cumprir metas assumidas de rastreabilidade.