Bunge e Viterra anunciaram na manhã desta terça-feira, 13 de junho, que chegaram a um acordo para juntar suas operações e formar uma das maiores traders agrícolas do mundo.

O negócio foi fechado com valor final próximo de US$ 18 bilhões, cifra que inclui valores pagos pela Bunge para a suíça Glenncore, controladora, e aos demais acionistas da Viterra, e a dívida a ser assumida pelo grupo americano.

O pagamento será feito com 65,6 milhões de ações da Bunge, com valor estimado em US$ 6,2 bilhões, e os demais US$ 2 bilhões em dinheiro. A Bunge também concordou em assumir outros US$ 9,8 bilhões em débitos da companhia suíça.

“Nossos ativos são altamente complementares e criarão uma rede que conecta as principais regiões produtoras do mundo com as que apresentam o mais rápido crescimento no consumo”, afirmou Greg Heckman, CEO da Bunge e, agora, da nova companhia formada após a fusão.

A aquisição coloca a Bunge mais próxima das suas principais concorrentes, as também americanas ADM e Cargill. Juntas, as receitas de Bunge e Viterra superam os US$ 110 bilhões anuais, com mais 180 milhões de toneladas de grãos comercializadas.

Maior empresa familiar do mundo, a Cargill registrou faturamento de US$ 165 bilhões em receitas, enquanto a ADM declarou faturamento de US$ 102 bilhões no último exercício fiscal.

Segundo comunicado das duas empresas, a fusão deve gerar sinergias que permitirão economia de US$ 250 milhões nos três primeiros anos depois de concretizada. A Bunge também anunciou que pretende recomprar US$ 2 bilhões de suas próprias ações.

Os acionistas da Viterra devem ficar com uma fatia de 30% da nova companhia. A efetivação da aquisição dependerá, no entanto, da aprovação de autoridades reguladoras, inclusive no Brasil, mercado considerado vital na fusão.

Analistas ouvidos pelo AgFeed acreditam que, em virtude da grande concentração gerada pela fusão em alguns setores, pode haver restrições na análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômoica (Cade).

Também nos Estados Unidos analistas acreditam que a aprovação pode ter entraves, já que as autoridades antitruste do governo de Joe Biden têm sido rigorosas com negócios que colocam a concorrência em risco.